domingo, 23 de junho de 2013

MINHAS MEMÓRIAS - CAP. 7 (5) - FINAL

CAPÍTULO 7
TUDO POR RAUL – MEU 1º DISCO E TUDO O QUE JÁ FIZ ATÉ ENTÃO EM NOME DE RAUL SEIXAS – PARTE III 

O Maior “Mico” Que Já Paguei em Nome de Raul Seixas

Recentemente eu estava em um ônibus, a caminho da universidade, quando de repente alguém se virou na cadeira ao lado (provavelmente por ter-me visto com uma camiseta de Raul que, aliás, é o meu uniforme diário) e me perguntou se fui assistir à comemoração, um show gratuito que fizeram em homenagem aos vinte anos da morte de Raul Seixas, realizado na Praça Clementino Procópio, no Centro de Campina Grande. Melhor que eu não tivesse ouvido nada naquele momento.
Com a mesma sinceridade e honestidade de sempre (no entanto, demonstrando certo sarcasmo), afirmei que sim, que compareci ao evento já no finalzinho. E ainda disse mais: aqueles caras lá não tocavam absolutamente nada, preferia mil vezes ter ficado em casa ouvindo os meus CD’s.
Esse camarada levantou-se com a namorada, já se dirigindo para a porta de saída quando me disse: “Foi muito bom saber disso, pois eu era um daqueles ‘caras’ que estavam lá tocando...”.
Putz! Depois dessa “saia justa” (expressão que caberia melhor numa banda de “forró de plástico”), dessa situação embaraçosa, fiquei simplesmente sem ter onde me recolher naquele momento. Talvez, quem sabe, à minha própria insignificância.
O fato é que, durante certo tempo, fiquei sem frequentar aquele ônibus, com receio de me deparar novamente com o rapaz, uma vez que eu não iria saber como me colocar frente a frente com ele.
Ideologicamente eu poderia resumir as consequências deste episódio da seguinte forma: “Não é qualquer um que pode dizer a qualquer outro qualquer coisa em qualquer lugar e em qualquer circunstância”.