domingo, 27 de outubro de 2013

QUANDO O LIXO VIRA CONSUMO - PARTE III

       Saudade do tempo em que a música nossa de cada dia nos fazia refletir...

A música brasileira, no meu ponto de vista, começou a morrer a partir do final dos anos 80. Salvo algumas raras exceções, o que se vê atualmente em matéria de música - incluindo letra e melodia - é muita porcaria sonora, as quais são agora difundidas e propagadas pela mídia mercantilista que, como se sabe, só visa mesmo o lucro, sem qualquer compromisso com a qualidade. É aquela coisa: só existe traficante porque há usuário, e o exemplo aqui não poderia ter sido melhor.
Todo tipo de lixo agora vira música, a exemplo desse Sertanejo Universitário (?), Forró Eletrônico (?) e o lixão carioca denominado de Funk. Dessa forma, não vejo outra alternativa senão viver do passado. Pois, ouvir música para mim, significa viajar no tempo, rebuscar o que ficou de melhor no passado, uma nostalgia na qual me embalo quase que diariamente.
Sou incapaz de sintonizar uma rádio FM local, principalmente em horário comercial. É muita pornografia disfarçada de música e que fere por demais os meus ouvidos exigentes. E nem seria preciso deixar tão claro aqui o meu juízo de valor, uma vez que os fatos falam por si...
Mas pior ainda do que vivenciar essa nojeira toda, algo que só tende a piorar a cada ano que passa, é ver pessoas que se dizem capazes de compreender essa situação deplorável e o nível a que chegou nossa música, defendendo a "liberdade de expressão" desses malditos cantores de fossa.
Então, um sujeito agora pra "compor" suas necroses musicais só tem direitos, sem qualquer obrigação ou compromisso com mais nada? Partindo dessa premissa, creio que também tenho o direito de criticar e de reclamar acerca de tudo aquilo que não obedeça, pelo menos, alguns padrões preliminares e indispensáveis, como a moderação, o equilíbrio e o bom senso.

Baseado no que vem ocorrendo nesses últimos anos no cenário musical brasileiro, em nível nacional e regional, podemos chegar rapidamente à conclusão de que GOSTO SE DISCUTE, SIM! Ainda mais quando ele se mostra algo duvidoso.
Percebe-se, claramente, que a nossa música chegou ao ponto que aí se encontra, devido a hipocrisia e até a covardia de muitos conformados em aceitar tudo calado, abrindo assim, espaço para muito "artista" incompetente pisar num palco. Chega de falso moralismo. Abaixo o que não presta! Antes de se procurar respeitar o "gosto" musical dessa maioria desinformada (de uma maneira geral, para evitar conflitos pessoais), analisemos antes se tamanho esforço vale a pena.
Viva o Rock' in roll, viva Elvis Presley, o nosso rei maior! Salve os Beatles, a maior banda de todos os tempos! E aqui no Brasil, reverenciemos o nosso rei Roberto, Raul Seixas, Tom Jobim, Chico Buarque, Caetano, Gil... e Luiz Gonzaga, o nosso rei do baião!
Observem este plantel e aprendam a fazer músicas de verdade, "músicos" cretinos e oportunistas da atualidade! E parem de explorar a ignorância desse povo fraco que não conhece música de qualidade e não tem sequer discernimento suficiente pra saber o que é bom.
Música ruim é lixo cultural, é nociva, pior que esterco, não serve pra satisfazer a necessidade de ninguém. Pelo menos, dos mais exigentes.
PRO INFERNO COM TANTA MÚSICA RUIM!

                                                             Paulo Seixas