sábado, 7 de dezembro de 2013

MATUTICES...


Fã de poesia matuta, adoro ler Amazan, Jessiê Quirino, entre outros poetas regionais. Em uma de minhas buscas pela Internet, acabei por encontrar este pequeno poema. De tão simples e singelo, como nos sugere a própria vida do campo, acabei compartilhando com vocês. Espero que gostem!
  
A Alegria do Matuto

Pro matuto se alegrar
Não precisa de frescura,
Só quando for capinar
Ter farinha no "bornar"
E um "taquim" de rapadura.

Pro matuto se alegrar
Precisa ter luxo não,
Só a chuva que virá
Que é "promode" ele "prantar"
"Mi", jerimum e feijão.

Pro matuto se alegrar
Não precisa nem ter ouro,
Só no peito um rosário
"Benzido" pelo vigário
Um chapéu, gibão-de-couro.

Pro matuto se alegrar
E ser feliz por completo,
Basta só a safra "dar"
E sua sala enfestar
De feijão até o teto.

Pro matuto se alegrar
A demora é bem pequena,
Basta ter um aconchego
Que é pra ficar no chamego
Bem "juntim" co'a sua morena.

Pro matuto se alegrar
Não precisa muita coisa,
Só o que plantar e colher
O que vestir e comer
E uma "nega" como esposa.


Jakson Amorim.