SOBRE ALGUÉM NADA ESPECIAL...
UM ROMANCE DA VIDA REAL - 2ª PARTE
Capítulo final
No início de outubro deste ano, finalmente veio à tona o
motivo de tantas mentiras. Um grande mistério fora (por acaso) desvendado, embora
tardiamente. Através de outro Facebook - um aliado e opositor ao mesmo tempo - , e
juntamente com o olhar atento de uma sobrinha, descobri que a vigarista com
quem dividi alguns momentos da minha vida, na verdade era NOIVA do tal rapaz da igreja, do qual já falara aqui antes. Além
de outros “biscates” que ela comprovadamente ainda cometia por fora...
Sim, afirmo isto sem receio algum de cometer crime, seja por calúnia,
injúria ou difamação. Procurei investigá-la ao máximo, como nunca havia feito
antes e acabei descobrindo que ela mantinha esse noivado à distância, namorava
comigo e, além disso, ainda se relacionava (não sei até que ponto) com uns três caras ou mais. Busquei nomes,
levantei provas, embora ela tentasse, de maneira desesperada, negar essas
evidências.
Dessa forma, tudo passou a fazer sentido para
mim, os sumiços repentinos, as suas armações, todas as contradições... e até
aquela aliança de noivado que a “vagaba” passou a usar de uns tempos pra cá,
fazendo-me crer que era apenas para inibir qualquer paquera, uma vez que não
podia declarar que estava comigo. Sem falar da falsa história dos empregos que ela dizia arranjar, apenas mais um pretexto para me enganar e me colocar fora de ação.
Nem me surpreendi tanto assim, da mesma forma
que investiguei e acabei descobrindo também que ela - pasmem - tinha três anos a mais. Enganou-me o tempo todo até com
a própria idade. Bandida. Sorte dela eu não ser um cara violento, intolerante, pois outro a
teria espancado e quebrado os seus dentes. Descobri ainda que a dita cuja não
agia sozinha. Suas tramas eram quase sempre compactuadas com uma cúmplice, uma
amiga sua de infância e a qual não deixei de fora dessa história sórdida. Dei
um jeito de acabar definitivamente com a amizade/cumplicidade das duas.
Pelo que pude constatar até então, havia uma
verdade em meio a isso tudo: moralmente ela já não podia mais considerar-se uma garota virgem,
apesar de que buscou fundamentar sua defesa justamente nisso, em seu próprio conceito
(físico) acerca de virgindade. Inclusive, até cogitou
em fazer exames clínicos para poder comprovar, enfim, a sua “pureza e
inocência”. A falta de caráter e de remorso eram de fato as suas principais
características. Confesso que nunca transamos (não da maneira convencional...), e que realmente nunca chegamos às
“vias de fato”, ainda que não tenham faltado oportunidades para tal. Isto, e apenas
isto, repito, era algo que ela desejava realizar somente depois de casada, e
obviamente que não seria comigo.
Por fim, tudo foi esclarecido e muita coisa foi
desvendada. A princípio, decidi que não contaria nada para ninguém,
principalmente para o pobre noivo, até porque a sujeita prometeu que se mataria
se assim o fizesse. Naturalmente fiquei com medo. Embora que, na ânsia de fazer
justiça, acabei me precipitando no ato da descoberta, havendo deixado algumas
pistas no Facebook do rapaz, e até no de seus familiares (ela me forçou a isso,
indiretamente), algo que procurei desmentir logo em seguida, mesmo a
contragosto. A verdade é que eu não pude suportar aquela cena, de ver a garota
que tanto amei numa situação tão triste e, ao mesmo tempo, tão constrangedora,
humilhando-se aos meus pés (literalmente), implorando para que eu não
“estragasse a sua vida”. A minha vida, no entanto, jamais significou nada pra
ela...
Diante disso, percebi que ela tinha um vínculo
muito forte com a família do noivo. Por serem evangélicos, gente super do bem, há
muito eles a enxergavam como uma fiel serva de Deus, o que acabou me comovendo
a ponto de deixá-la em paz. Para tanto, fiz um pacto com ela e com sua irmã, de
forma que deixaria tudo como estava. Bastaria apenas que ela se comportasse e
passasse a andar na linha. Não foi exatamente isso o que aconteceu.
Alguns dias depois, alguém mais que sabia do
acontecido e que não se conformava com o abafamento do caso, se encarregou de
revelar ao jovem noivo (através de torpedos via SMS, segundo ele) sobre essas traições, uma vez que a moçoila não
parou de “experimentar” novas sensações. Tão logo soube desse fato, em seguida ele
me telefonou e me procurou para conversarmos.
Esse nosso encontro marcado se deu no Bar e
Churrascaria Paulistano, bem próximo de onde moro. Eu sabia que o diálogo seria
tenso e por isso mesmo, busquei não levar esse problema até os meus pais. Mas o
pior foi vê-lo chegar acompanhado da fulana e de uma amiga dela, as quais não
permiti, de maneira alguma, que participassem da conversa. A intenção da ordinária
era simplesmente interferir na minha fala e tentar amenizar sua situação, que a
essa altura, não era das melhores.
Visto que o rapaz se encontrava alterado, visivelmente
transtornado (e com toda razão), abri logo o jogo e contei-lhe tudo o que
desejava saber, alegando que fomos igualmente enganados. Mostrei-lhe também algumas
das mensagens de celular que ela havia me mandado ao longo desse tempo, as
quais eu havia guardado imaginando um fim semelhante. Ele exigia provas, e ao
mesmo tempo, parecia não querer acreditar naquilo tudo. Foi horrível! Disse-lhe
ainda que se não pudéssemos ser amigos, também não precisávamos nos tornar
inimigos.
Agora percebo que a ficha caiu de vez. Nada
mais será como antes. É como se tudo houvesse sido profetizado, sei lá. Pois,
quando ela resolveu aparecer na minha casa logo pela manhã, naquele bendito dia
6 de outubro, primeiro domingo do mês (algo que nunca tinha feito antes), eu senti
que alguma coisa estranha estava pra acontecer. Meu pressentimento nunca falha nesse sentido. Eu havia dito que estaria sozinho em
casa, e que lhe presentearia com uma bela surpresa, por isso ela apareceu. O
curioso é que ela já chegou dizendo que aquele seria o nosso último encontro, o
nosso último “fica”, sem imaginar que no dia seguinte eu iria descobrir toda a
sua farsa.
...
Hoje,
sábado, dia 28 de dezembro de 2013. Não faço a mínima ideia de onde ela se
encontra, ou com quem está nesse momento. Se o noivo a aceitou de volta, isso eu
sequer procurei saber. Só sei de mim e isso me basta. Realmente é como diz o
ditado popular, melhor estar só do que mal acompanhado.