quinta-feira, 20 de março de 2014

POLÊMICA NA OBRA DE TRANSPOSIÇÃO DO VELHO CHICO - MEU 30º TEXTO ACADÊMICO AQUI PUBLICADO


    POLÊMICA NA OBRA DE TRANSPOSIÇÃO DO VELHO CHICO

A transposição do São Francisco se refere ao antigo projeto de transposição de parte das águas do rio São Francisco, no nordeste brasileiro, uma obra que tem sido alvo de críticas e polêmicas em todo o país. Orçado atualmente em R$ 8,5 bilhões, o projeto é uma iniciativa do Governo Federal, sob responsabilidade do Ministério da Integração Nacional – MIN.                           
Para esta obra, calcula-se a construção de mais de 700 quilômetros de canais de concreto em dois grandes eixos (norte e leste), ao longo do território de quatro estados, Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, que serão utilizados para o desvio das águas do rio. Ao longo do caminho, o projeto prevê ainda a construção de nove estações de bombeamento de água, sobretudo nas áreas onde não vai contar com a força da gravidade                                              
O argumento principal da polêmica em torno da transposição se dá, principalmente, pela destinação do uso da água: críticos do projeto afirmam que a água será retirada de regiões onde a demanda por água para uso humano e animal é maior que a demanda na região de destino. Segundo o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), divulgado pelo Ministério da Integração Nacional, o projeto visa ao fornecimento de água (1% do curso desviado do rio) para vários fins, sendo que a maioria seria dedicada à irrigação: 70% para irrigação, 26% para uso industrial e 4% para população difusa.                                          
Por todo o século XX, a transposição do rio São Francisco continuou a ser vista como uma saída para aumentar a disponibilidade de água para o povo do Nordeste. O problema chegou a ser discutido até mesmo pelo Presidente Getúlio Vargas, na década de 1940. Entretanto, o primeiro projeto consistente de fato surgiu durante o regime militar, no governo do General João Batista de Figueiredo. À época, Mário Andreazza era Ministro do Interior, e após uma das mais longas secas da História do Nordeste (1979-1983), foi elaborado um projeto viável de transposição pelo extinto Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS). Outro projeto federal que nunca saiu do papel.

A ideia de transposição das águas do São Francisco é tão secular quanto polêmica, e existe desde os tempos do Brasil Império. Ainda é vista por muitos como uma solução definitiva para amenizar a seca do Nordeste, uma vez que a obra iria, teoricamente, irrigar a região nordeste e semi-árida do Brasil. Na época de D. Pedro I, nem se cogitava a discussão do projeto, devido a falta de recursos de engenharia necessários.      
                                                              Paulo A. Vieira