Fã de poesia matuta, adoro ler Amazan, Jessiê
Quirino, entre outros poetas regionais. Em uma de minhas buscas pela Internet,
acabei por encontrar este pequeno poema. De tão simples e singelo, como nos
sugere a própria vida do campo, acabei compartilhando com vocês. Espero que
gostem!
A Alegria do Matuto
Pro matuto se alegrar
Não precisa de frescura,
Só quando for capinar
Ter farinha no "bornar"
E um "taquim" de rapadura.
Pro matuto se alegrar
Precisa ter luxo não,
Só a chuva que virá
Que é "promode" ele "prantar"
"Mi", jerimum e feijão.
Pro matuto se alegrar
Não precisa nem ter ouro,
Só no peito um rosário
"Benzido" pelo vigário
Um chapéu, gibão-de-couro.
Pro matuto se alegrar
E ser feliz por completo,
Basta só a safra "dar"
E sua sala enfestar
De feijão até o teto.
Pro matuto se alegrar
A demora é bem pequena,
Basta ter um aconchego
Que é pra ficar no chamego
Bem "juntim" co'a sua morena.
Pro matuto se alegrar
Não precisa muita coisa,
Só o que plantar e colher
O que vestir e comer
E uma "nega" como esposa.
Jakson Amorim.
Muito Bom Paulo, Bom seria se todos tivessem a simplicidade e humildade do matuto.
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