Paulo A. Vieira
O filme Intrigas de Estado é uma produção
americana de 2009, dirigido pelo cineasta escocês, Kevin Macdonald, e estrelado
pelos atores Russell Crowe, Ben Affleck e Rachel McAdams. A história se dá
início com duas mortes: um homem é assassinado em um beco por um atirador profissional
enquanto Sonia Baker, assistente e amante do deputado Stephen Collins (Ben
Affleck), morre misteriosamente ao cair na linha do metrô.
Aparentemente as duas
mortes parecem não ter qualquer ligação, entretanto, não é o que pensa o repórter
veterano do Jornal Washington Globe, Cal McAffrey (Russell Crowe). Ao lado de
sua parceira, a recém-formada e “blogueira” Della Frye (Rachel McAdams), ele passa
a investigar o caso, descobrindo uma grande conspiração política que envolve
várias pessoas poderosas. A partir de então, ele começa a unir pistas que acabam
levando-o a um esquema corporativo, onde predominam profissionais oportunistas,
informantes e assassinos. Em meio aos acontecimentos, McAffrey acaba sendo
designado para cobrir o primeiro crime, enquanto Della Frye é responsabilizada
pelo segundo. Contudo, as investigações levam os dois crimes ao mesmo lugar e
os jornalistas acabam trabalhando juntos.
Stephen Collins é um
congressista ambicioso que tem sua promissora carreira política ameaçada por
essas investigações, nas quais envolve, em especial, a misteriosa morte de sua
amante. McCaffrey, por sua vez, é um ex-chefe da campanha do político, agora
trabalhando como jornalista em
um Jornal diário que começa a investigar mais a fundo esses
crimes, o que coloca em jogo a antiga relação de amizade entre os dois.
Do gênero drama/policial/suspense,
e ainda político-investigativo, esse filme mostra as diferenças praticadas pelo
velho e o novo jornalismo. McCaffrey é um repórter à moda antiga, possui várias
fontes e mantém bons relacionamentos, procurando sempre checar sua
história. O oposto da repórter novata, Della Frye, com
suas notas rápidas de blogs e um tanto quanto irresponsáveis. A maneira como a
trama de Intrigas de Estado é
apresentada ao público lembra um outro filme, bem mais antigo e que também aborda
a temática jornalística. Todos os Homens
do Presidente, um clássico dos anos 70, ao qual são feitas várias
referências. Intrigas de Estado
demonstra ainda a realidade enfrentada hoje, o mundo corrupto escondido atrás
das decisões do governo. Funciona em dois níveis: suspense, daqueles que prende
a atenção do espectador do começo ao fim, além de representar fielmente o momento
atual do jornalismo.
A especulação própria da
grande mídia foi claramente abordada no filme, visto que a morte de Sonia Baker
chegou a ser cogitada como suicídio pela imprensa, gerando certo sensacionalismo
em torno dos fatos. De fato havia pouca coisa esclarecida sobre o caso até
então, e a impressão era de que a mídia estava interessada mesmo em criar
polêmica. O mérito desse filme está em apontar como é produzida uma reportagem,
os meios nem sempre adequados que são utilizados para esse fim, revelando ao
telespectador questões como a moral e a ética jornalística, por exemplo. Até que
ponto o repórter deve segurar uma matéria que ainda não foi inteiramente
investigada, mesmo sendo pressionado pelos donos de um jornal? Temas semelhantes
como este são discutidos no filme entre as personagens de McCaffrey, Della e
Cameron.
O filme apresenta um final
surpreendente, embora tenha ficado um tanto previsível. Alguns podem até achar
que Cal McCaffrey deveria ter se afastado da matéria, uma vez que sua amizade
com o congressista Stephen Collins viesse à tona. Porém, na ânsia em descobrir toda
a verdade oculta, utilizando-se de seus instintos jornalísticos/investigativos,
isso o tornou o repórter mais indicado para revelar toda a trama.
Referência:
Filme, Intrigas de
Estado (State of Play, 2009)
Dirigido por: Kevin Macdonald
Só você mesmo, Paulo! Não viu o filme e mesmo assim, fez essa resenha, kkkkkkkkkkkkkk
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