Este texto encerra o meu livro de memórias, o qual venho debulhando aqui desde o início do meu Blog, há mais de quatro anos (sem pretensão de lançamento). E hoje que estou completando 200 postagens, resolvi colocá-lo na íntegra, procurando passar uma mensagem positiva para todos os que acompanham minhas publicações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante toda minha vida,
sobretudo, a partir do momen- to, na minha adolescência, em que passei a enxergar
melhor o mundo onde vivemos, eu procurei, desde então, assumir uma posição bem
definida em relação aos meus verdadeiros sentimentos, quaisquer que sejam. E
mesmo encarando algu- mas pequenas adversidades ou, inconsequentemente, ceden- do a
certas tentações (que nunca me levaram a lugar nenhum), ainda assim busquei
sempre ser honesto comigo mesmo, controlando o meu egoísmo e, acima de tudo,
levando uma vida relativamente condicionada e voltada para o bem. O altruísmo é
uma das minhas principais virtudes.
Baseada no princípio (quase)
inalterável de falar sempre a verdade e, necessariamente, de evitar mentiras
(pelo menos à toa), essa foi, portanto, a forma ideal de viver que um dia
escolhi para minha vida. E também a qual procuraria recomendar para todos
aqueles que, sob nenhuma hipótese, esperam conviver com arrependimentos
posteriores, amar- guras e até mesmo depressões. Do mesmo modo talvez, que eu já
não conseguiria suportar por muito tempo as pressões e agitos do dia-a-dia, as
preocupações mais banais do cotidiano ou, para meu desespero, qualquer forma de
pendência, seja ela qual for. Como dissera no início, EU QUERO TER UMA VIDA SEM
COMPROMISSOS!
O que posso resolver agora nunca deixo
para depois. A pontualidade, o cumprimento à risca dos deveres, a palavra amiga
e confiável, mesmo que pareça algo contraditório à minha pessoa, ao meu jeito
de proceder com as coisas, é algo que defendo como bandeira de luta. Mas nem
por isso eu saio por aí fazendo “propaganda” do meu caráter. Permitirei sempre
que outros me julguem, de toda maneira possível, e nem por isso demonstrarei
rancor (Mas, por favor, logo em seguida, revelem-me o veredicto).
Há pessoas que, infelizmente, conseguem
a proeza de mentir mais do que propriamente respirar, e isso, para mim, chega a
ser algo repugnante. Sinceramente, eu não consigo permanecer por muito tempo
próximo de uma criatura dessas. Não compactuo jamais com pessoas ditas
mesquinhas, egoístas (o meu egoísmo é tão egoísta que o auge do meu egoísmo é
querer ajudar – RAUL SEIXAS) e, principalmente, mentirosas compulsivas.
Acredito que até para falar inverdades deva haver um limite permitido, ou então
alguém, logo logo, vai perder o senso e a razão (se é que algum dia os
tiveram). Acho que eu não me daria muito bem na política...
Assim como nas palavras da bíblia (foi
inevitável a comparação), asseguro com plena convicção que nunca haverá
contradições em nada do que eu disser, pois tudo é uma questão de bom senso e
até de inteligência da minha parte. Aquele que mente uma vez, por tabela, terá
sempre que bolar uma segunda mentira pra justificar a primeira, transformando,
por vezes, uma atitude impensada numa espécie de bola de neve que, à medida que
cresce avalanche abaixo, já não consegue mais parar.
Sei que não sou nenhum caso raro de
bondade, tampouco a perfeição em forma de ser humano (não tenho vocação e nem a
pretensão de ser um santo), mas, com certeza, há coisas no dia a dia que eu
posso facilmente escolher melhor ou, simplesmente, tentar fazer bem feito.
Jamais vou optar pelo erro enquanto puder fazer aquilo que for realmente o
certo. E isto serve para qualquer coisa nesta vida, sob quaisquer
circunstâncias.
Por sinal, fazer a coisa certa gera
confiança, e confiança é a base de toda e qualquer amizade. Costumo dizer,
inclusive, que confiança é que nem virgindade; só se perde uma vez (num segundo
conceito que tenho sobre virgindade). A falsidade e a mentira, definitivamente,
não contribuem em nada numa relação entre amigos, e muito menos na preservação
desta amizade. “Melhor um inimigo declarado do que um falso amigo”.
Em todos os lugares por onde passo eu
procuro fazer amigos, sem distinção de raça, credo ou nível social. Não tenho
colegas, aliás, recuso-me em
tê-los. Não gosto de nada assim, tão superficial. Para mim,
somente uma amizade verdadeira, forte e duradoura é que gera frutos, oferecendo
sempre o que se tem de melhor. Mas, principalmente, sem exigir condições ou
cobranças, e nunca se esperando nada em troca.
Como diria o Padre Zezinho SCJ, “um
sentimento forte, mais forte que a morte, nos faz ser amigos no riso e na dor”.
Gabriel, O Pensador, também dá a sua contribuição: “os amigos são o que temos
de máximo valor... desgraçado é o coitado que não tem amigos, porque é metido
ou mesquinho”. A amizade é tudo aquilo que temos de melhor e que podemos
conservar nesta vida (lembrando um acróstico que fiz sobre AMIZADE).
Segundo um velho ditado popular, é
melhor um amigo na praça do que dinheiro na caixa. Se bem que há “amigos” que
podemos compará-los com o sol; só aparecem nos dias bonitos... oportunistas,
não passam disto. Enfim, um viva ao dia 20 de julho, efeméride que corresponde
ao dia do amigo.
Quero acrescentar ainda que eu não
costumo respeitar ou considerar uma pessoa apenas e tão somente pelos bens que
ela possui (bajulação), mas sim, por sua humildade, simplicidade e, acima de
tudo, por seu caráter. As virtudes, tão fora de “moda” atualmente, é que
indicam o verdadeiro valor de um ser humano, ou, pelo menos, acredito que
deveria ser assim.
Vivemos em uma era de extrema
incerteza, onde a maldade e o medo imperam absolutos. O predomínio
indiscriminado de situações propícias ao mal, propagadas por indivíduos comuns
no dia a dia, culmina por induzi-los automaticamente ao erro coletivo, à
distorção imediata dos fatos. Uma vez aceitas, tais circunstâncias são vistas
agora como “padrões normais da atualidade”, gerando aquilo que eu chamo de
inversão de valores.
Entram aqui, portanto, questões acerca
daquilo que é ilegal ou apenas imoral aos olhos do senso comum, conceitos e
valores que praticamente se perderam no decorrer dos tempos. Convém assinalar
que, do ponto de vista racional (e especialmente, econômico) é bem mais viável,
por exemplo, adquirir um CD “pirata” por R$ 1,00 do que vir a pagar R$ 20,00
por um original (e ainda correndo o risco de ser taxado de “metido” ao comprar
um produto de qualidade). Agindo assim, isso induz qualquer um a crer que o
errado é o correto, e que ser honesto nos dias de hoje, buscando fazer o que é
sensato, é ser apenas mais um “otário” nessa vida, tudo necessariamente nesta
ordem. Muitas das ações que praticamos agora têm apoio e um aval igualmente
arbitrário, um “consenso” quase geral. E as desculpas são várias.
Somente falando de um tema tão profundo
e diretamente ligado a mim, como a minha infância, os meus amigos, as minhas
ideias, enfim, tudo aquilo que me faça reviver um clima de nostalgia e
retrospectividade, é que eu pude, mais uma vez, superar as minhas limitações e
dificuldades no que se refere ao meu problema de TOC. Um transtorno
aparentemente inofensivo, mas que me atrapalha no meu dia a dia e até me impede
de ir mais além nas minhas “convicções e propostas literárias”.
Como sofri, diga-se de passagem, para
poder concluir estas minhas memórias. Além da dificuldade natural típica de um
“leigo” na busca pelo conteúdo (como já dissera aqui, a única fonte
consultada/pesquisada foi a minha própria memória. Logo, minha principal
referência), com o objetivo de analisar, comparar e fazer também uma
diagramação básica do material, procurando expressar-se sempre da melhor
maneira possível, ainda ter que compartilhar um tormento, um “karma” que é
difícil até de explicar. No entanto, alguns efeitos do TOC são realmente
devastadores, mentalmente perturbadores, chegando a beirar aquilo que
entendemos por loucura.
Enfim, eu diria que toda experiência
ainda é pouca para tentar compreender a complexidade e, ao mesmo tempo, a
simplicidade desta vida.
Paulo Seixas, junho de 2009
“Pode-se afirmar que o eterno mistério
do mundo é sua
compreensibilidade."
(Albert Einsten)
Também gosto muito de trabalhar com a verdade, embora eu saiba que com isso possa surgir pedras no caminho. Mas por eu seu autêntico, recebo de volta tudo que gerei.
ResponderExcluir