LIVROS CLÁSSICOS DA
LITERATURA BRASILEIRA
Pesquisando em alguns
sites, consegui elaborar uma lista de dez livros fundamentais, essenciais e imperdíveis da
nossa literatura brasileira. Que romance, crônica ou conto você não pode
deixar de ler na sua vida? A exemplo de Dom Casmurro, Macunaíma,
Grande Sertão: Veredas... entre outras grandes obras clássicas.
Sendo assim, vejam a seguir um ranking dos livros mais importantes do Brasil (segundo
minha opinião) com suas respectivas sinopses.
1 - Dom Casmurro (1899)
Talvez seja uma das mais importantes
obras literárias sobre adultério já escrita. Machado de Assis fez do triângulo amoroso
Bentinho-Capitu-Ezequiel o maior dos enigmas da literatura nacional. O romance
é narrado em primeira pessoa por José Bento, o Bentinho (apelidado, na velhice,
de Dom Casmurro, por viver recluso e solitário), que tenta reviver emoções
afetivas com o objetivo de reconstituir o passado e sua história amorosa com
Capitolina (apelidada Capitu). Torturado pelo ciúme, por não saber se Capitu
havia ou não o traído com o amigo Escobar, Bentinho não consegue mais suportar
a presença da mulher e do filho Ezequiel. Decide, então, separar-se deles.
Em seguida, faz uma
viagem com a família à Europa, onde ficam Capitu e Ezequiel. Bentinho volta
sozinho ao Brasil. Após alguns anos, Capitu morre, sem ter retornado ao País ou
revisto o marido. Ezequiel, já moço, faz uma única visita ao pai, morrendo
pouco depois numa viagem de estudos ao Oriente. Bentinho, já velho, fecha-se
cada vez mais na sua vida solitária, quando passa a ser chamado de Dom
Casmurro. É nessa fase que decide escrever a história de sua vida.
2 - Macunaíma (1928)
Impressionante alegoria sobre o
Brasil, “Macunaíma” foi escrita por Mário de Andrade e se
tornou uma das obras mais representativas obras do Modernismo brasileiro.
Desenvolvido como uma rapsódia, ele mostra a viagem pela cultura nacional e o
encontro de Macunaíma, o herói sem caráter, com a cidade, as prostitutas, o
mulato, o gigante capitalista e personagens míticos e históricos.
Na obra, Mário de Andrade procura estudar a identidade do Brasil a partir do olhar de um personagem híbrido que mistura aspectos da criança e do adulto. “Macunaíma” revela as contradições da formação cultural brasileira, ao mesmo tempo em que mostra a integração entre as raízes de nossa cultura, o progresso e as influências estrangeiras, numa fusão de primitivismo e modernidade.
Na obra, Mário de Andrade procura estudar a identidade do Brasil a partir do olhar de um personagem híbrido que mistura aspectos da criança e do adulto. “Macunaíma” revela as contradições da formação cultural brasileira, ao mesmo tempo em que mostra a integração entre as raízes de nossa cultura, o progresso e as influências estrangeiras, numa fusão de primitivismo e modernidade.
3 - O Tempo e o Vento (1949 - 1962)
A trilogia escrita por Érico
Veríssimo é composta dos volumes “O Continente” (1949), “O Retrato”
(1951) e “O Arquipélago” (1962). Neles é contada a saga da família
Terra-Cambará, tendo como pano de fundo a história do Rio Grande do Sul no
período de 1745, época das missões jesuítas, a 1945, com o fim da ditadura de Getúlio
Vargas.
É dessa narrativa que mistura ficção e fatos históricos que surge o lendário Capitão Rodrigo, um dos mais conhecidos personagens da literatura brasileira. Considerado o primeiro grande romance histórico latino-americano, ele virou um paradigma literário ao apresentar as trajetórias das diferentes classes sociais, a composição étnica e a função de cada uma delas no contexto brasileiro.
É dessa narrativa que mistura ficção e fatos históricos que surge o lendário Capitão Rodrigo, um dos mais conhecidos personagens da literatura brasileira. Considerado o primeiro grande romance histórico latino-americano, ele virou um paradigma literário ao apresentar as trajetórias das diferentes classes sociais, a composição étnica e a função de cada uma delas no contexto brasileiro.
4 - Grande Sertão: Veredas
(1956)
O romance escrito por Guimarães Rosa é uma das criações mais originais da literatura brasileira. Nele é contada a história de Riobaldo, um fazendeiro que vive às margens do Rio São Francisco, na região norte de Minas Gerais. Ele narra as histórias que vivenciou no sertão, inclusive enquanto foi jagunço. Entre elas está a incrível e impossível paixão dele por seu companheiro Reinaldo, que na verdade era uma mulher chamada Diadorim, fato que Riobaldo só descobriu após a morte dela.
Na obra, o sertão é visto e vivido de uma maneira subjetiva e não apenas como uma paisagem a ser descrita, ou como uma série de costumes que parecem pitorescos. Sua visão resulta de um processo de integração entre o autor e a temática. Dessa integração, a linguagem é o reflexo principal. Para contar o sertão, Guimarães Rosa utiliza-se do idioma do próprio sertão, falado por Riobaldo em sua narrativa. São os elementos básicos da condição humana que, em última análise, encontramos em 'Grande Sertão - Veredas' o que ela tem de mais fundamental: o amor, a morte, o sofrimento, o ódio, a alegria.
5 - Vidas Secas (1938)
Graciliano Ramos compôs uma das obras-primas da
literatura brasileira ao contar a história da família de retirantes que luta
pela sobrevivência em meio à interminável seca nordestina. Com uma linguagem
depurada, o escritor narra a saga de Fabiano, Sinhá Vitória, a cachorra Baleia,
o menino mais velho e o menino mais moço. Assim como o sertão nordestino
retratado na obra, a narrativa em “Vidas Secas” é seca, econômica e
contundente.
A economia de termos, que inclui o pobre vocabulário de seus personagens, reflete a miséria da região e da vida de eternos retirantes em busca do essencial para manterem-se vivos. E é essa mesma seca, da qual eles fogem, que condicionará a moral e o comportamento deles, tornando-os embrutecidos e levando-os a perderem sua humanidade. A obra é um exemplo do romance regionalista do Modernismo dos anos 1930.
A economia de termos, que inclui o pobre vocabulário de seus personagens, reflete a miséria da região e da vida de eternos retirantes em busca do essencial para manterem-se vivos. E é essa mesma seca, da qual eles fogem, que condicionará a moral e o comportamento deles, tornando-os embrutecidos e levando-os a perderem sua humanidade. A obra é um exemplo do romance regionalista do Modernismo dos anos 1930.
6 - Triste Fim de
Policarpo Quaresma (1915)
Em “Triste Fim de
Policarpo Quaresma”, Lima Barreto
narra em cinco capítulos as tentativas do major Quaresma de colocar em prática
seus ideais patrióticos. O escritor fez um romance social no qual estabelece
uma metáfora da construção do Brasil ao misturar fatos históricos e fictícios.
O protagonista vai tendo sua visão ingênua, patriótica e utópica confrontada
pela realidade de um país extremamente desigual, cínico e injusto. Patriota doente, Quaresma
teria enlouquecido se a Revolta da Armada não lhe desse a oportunidade de
provar seu amor à pátria. Mas que pátria? Funcionários civis e militares
sugando o Estado em benefício próprio? Criticando os costumes políticos
brasileiros, o romance enfatiza a necessidade de se repensar nossa realidade
social, constituindo um grito de protesto em meio à indiferença geral.
7 - Vestido de Noiva (1943)
“Vestido de noiva” consolidou Nelson Rodrigues como um dos nomes mais
importantes da dramaturgia nacional. Enquanto se recupera no hospital depois de
ser atropelada, Alaíde é assombrada por lembranças de seu passado conflituoso e
as de madame Clessi, uma prostituta do começo do século 20. Encenado pela
primeira vez em 1943, Vestido de noiva, que se articula em três planos cênicos
(alucinação, memória e realidade), foi o primeiro grande sucesso de público de
Nelson Rodrigues.
8 - Gabriela, Cravo e Canela (1958)
Um dos muitos sucessos de Jorge Amado,
“Gabriela, Cravo e Canela” é um dos romances brasileiros com o maior número de
traduções para outros idiomas e com várias adaptações para outras linguagens,
como o cinema e a TV. A história remete ao ciclo econômico do cacau na Bahia
dos anos 1920, mais precisamente na rica Ilhéus.
É lá que o romance entre o imigrante sírio Nacib e a mulata sexy Gabriela funciona como trama central em uma história que mostra as disputas políticas e a hipocrisia social na cidade. Romance urbano, ele inaugurou uma nova fase na escrita de Jorge Amado, que se distanciou do “realismo socialista” anterior, para mostrar com bom humor como a libertária retirante Gabriela contribuiu para a modernização dos costumes na provinciana Ilhéus.
É lá que o romance entre o imigrante sírio Nacib e a mulata sexy Gabriela funciona como trama central em uma história que mostra as disputas políticas e a hipocrisia social na cidade. Romance urbano, ele inaugurou uma nova fase na escrita de Jorge Amado, que se distanciou do “realismo socialista” anterior, para mostrar com bom humor como a libertária retirante Gabriela contribuiu para a modernização dos costumes na provinciana Ilhéus.
9 - Reinações de
Narizinho (1931)
Reinações de Narizinho, um clássico da literatura infantil brasileira que continua atual como nunca, reúne histórias escritas por Monteiro Lobato em 1920. O livro narra as primeiras aventuras que acontecem no Sítio do Picapau Amarelo e apresenta Emília, a boneca de pano tagarela e sabida; Tia Nastácia, famosa por seus deliciosos bolinhos; Dona Benta, uma avó muito especial; e sua neta Lúcia, a menina do nariz arrebitado. Lúcia, mais conhecida como Narizinho, é quem transporta os leitores a incríveis viagens pelo mundo da fantasia.
Tudo começa com uma inesperada
visita da neta de Dona Benta ao Reino das Águas Claras e com a chegada de seu
primo, Pedrinho, ao Sítio, para mais uma temporada de férias. Depois do passeio
pelo Reino das Águas Claras, as reinações de Narizinho ficam ainda melhores. As
crianças se divertem fazendo o Visconde com um sabugo de milho e planejando o
casamento de Emília com o leitão Rabicó.
10 - A Hora da
Estrela (1977)
Macabéa é uma moça sonhadora e ingênua que migra do Nordeste para o Rio de Janeiro. A partir desse mote, Clarice Lispector constrói ao menos duas histórias paralelas em “A Hora da Estrela”. Uma narra o trágico percurso da migrante nordestina na cidade grande e o choque cultural que ela enfrenta. A outra é um discurso metalinguístico em que o próprio narrador Rodrigo S. M. revela suas angústias como escritor e com o seu papel social.
O existencialismo, o recurso ao fluxo de consciência na narrativa e até o inédito regionalismo, na obra da escritora, se mesclam nessa obra que ao mesmo tempo representa a terceira geração literária do Modernismo no Brasil e transita para uma estética contemporânea. Ao longo do texto, Clarice Lispector estabeleceu o paralelo entre a trágica história de Macabéa e o ato de escrever, a ponto de o narrador ser um co-protagonista do romance.
há um filme. baseado neste livro. os personagens principais são vividos por José Dumont e se não me engano por Márcelia Cartaxo. o filme é muito bom.
ResponderExcluirPerfeito!
ResponderExcluirParabéns caro amigo Paulo Seixas.