Resenha crítica
acerca do filme
O Milagre de Anne Sullivan
O Milagre de Anne Sullivan
O filme O Milagre de Anne
Sullivan (The Miracle Worker, 2000) é baseado na história real de Helen Keller,
uma criança de sete anos de idade que, após uma grave doença infantil, ficou cega, surda e muda. Ambientada
no Alabama, sul dos Estados Unidos, no final do século XIX, a história mostra a
incansável tarefa de Anne Sullivan, uma professora que procura, a todo custo,
fazer com que Helen se adapte melhor ao convívio familiar e entenda com mais
autonomia as coisas que a cercam.
Por nunca haver recebido
nenhum tipo de educação e sempre ter sido atendida em suas malcriações e
birras, Helen, filha de uma importante e aristocrática família da época, não sabe como se comunicar e vive em um mundo sem som, sem
escrita e sem luz, fazendo com que ela não tenha um conhecimento seguro do
mundo que a cerca. Por vezes é tratada como um animalzinho doméstico, em outras
ocasiões, como uma menina selvagem. É nesse momento que entra a tarefa da
professora Anne Sullivan, que chega a adentrar em confronto direto com os pais
da menina, os quais sempre sentiram pena da filha e desde então, a mimaram, sem
nunca terem lhe ensinado algo de relevante e tampouco, tratado-a como uma
criança normal.
Através de uma linguagem
bastante acessível, o filme procura retratar dentro de uma determinada época a
descoberta do processo de comunicação para pessoas com deficiências graves,
nesse caso, pessoas cegas/surdas/mudas, através de uma interessante linguagem
de toque utilizando os dedos e as mãos. Passando a morar sozinha por duas
semanas com Helen, a professora Anne consegue mostrar à menina que ao seu redor
existe um mundo maravilhoso a ser descoberto, algo que pode ser tocado e
vivido. Um mundo com aromas, texturas e nomes. Pelas mãos da tutora, Helen,
tida então como uma menina impossível e não-educável, passa a se inteirar do
universo da linguagem, compreendendo aos poucos o mundo ao seu redor.
A persistência da
professora ao ensinar regras de convivência para a menina traz uma mensagem
incrível daquilo que alguém pode fazer de bom para outro ser humano, um
maravilhoso trabalho de educação em cima de uma pessoa, mostrando assim, que a
força de vontade e atitude na educação pode e faz a diferença para toda a vida
de um ser humano. O resultado desse esforço é que Helen Keller foi a primeira
pessoa surda e cega a conquistar um bacharelado, indo além de qualquer
expectativa.
Por outro lado, baseado
nas argumentações do filme e na proposta de educação diferenciada da professora
Anne Sullivan, outras questões importantes podem ser trazidas à tona,
entendendo-se que a escola fundamental sofre atualmente uma enorme pressão na
condução do aprendizado, especialmente na aplicação de algumas regras de
convivência por parte dos docentes para que se evite o uso da força.
Naturalmente a questão que surge é a seguinte: É possível ter autoridade em
sala de aula sem ser autoritário? Sem dúvida, é de extrema importância a
autoridade do professor para a manutenção da disciplina em sala de aula, uma
vez que esse domínio sobre os alunos é uma garantia de estabilidade dentro do ambiente
de ensino, tranquilizando a criança e atendendo às necessidades básicas de
convívio mútuo. Muito embora, tradicionalmente, a autoridade venha sendo
confundida nas instituições escolares com autoritarismo.
Portanto, é possível
afirmar que a realidade das escolas hoje deixa ao século XXI o desafio de
colocar o ensino pedagógico a serviço das metas educacionais. Com a certeza de
que, em uma escola, transmitir informações não é o suficiente. É necessário,
sobretudo, educar.
Referência:
Filme, O Milagre de Anne Sullivan (The Miracle Worker, 2000)
Dirigido por: Nadia Tass
Um filme magnífico. Não assisti, mas conheço a história.
ResponderExcluir