Neste último domingo, 10 de dezembro, o
programa televisivo Domingão do Faustão, exibido semanalmente pela Rede Globo,
elegeu os “melhores do ano”, um quadro especial onde são votados os profissionais de cada categoria artística que se destacaram ao longo do ano, sejam eles atores, cantores
e até mesmo Jornalistas, entre outros. E lembrando que o critério de seleção e
votação, pra variar, teve o mesmo padrão Globo de sempre: A manipulação e a
deturpação dos fatos. Alguém duvida?
Só pra exemplificar, na categoria melhor
música do ano, venceu uma das maiores aberrações que já surgiu no
cenário musical brasileiro (se é que se pode mesmo chamar aquilo de música). Na
verdade, uma mistura grotesca de gritos e sussurros que mais se parece com um
animal no cio. Por sua vez, o artista que interpreta tal lixo sonoro é ruim e sua
musicalidade é ainda mais horrível. É péssima! E desde já, como tenho dito,
refiro-me apenas à qualidade musical do sujeito, em momento algum buscando
discutir a sua opção sexual.
Deixo, portanto, explícita a minha indignação,
apesar de saber que isso não vai alterar em nada o propósito mesquinho da Rede
Globo, de empurrar goela abaixo dos seus telespectadores essa e outras necroses
do gênero. Uma emissora que há muito esqueceu ou deixou de lado o compromisso
com a qualidade, rendendo-se à total vulgaridade por alguns míseros pontos de
audiência e assim, transformando a sua grade de programação num verdadeiro lixo
cultural. A mesma emissora que obriga um artista de renome como Roberto Carlos,
preso a um contrato vitalício com a casa, a dividir o palco com artistas
medíocres e de qualidade musical duvidosa. Os verdadeiros fãs do rei, que sabem
diferenciar preconceito de bom senso, certamente haverão de concordar comigo.
Afinal, até onde vai a cara de pau desses
produtores? Isso é realmente Show Business ou um show de horrores propriamente
dito? Eu, particularmente, diria que isso tudo é um insulto à inteligência de
muitos brasileiros, pessoas sensatas que ainda têm capacidade de raciocinar e
de ser exigentes quanto ao produto oferecido pela grande mídia. A Televisão,
sem dúvida, ainda é o meio de comunicação mais alienador que existe, muito mais
do que a própria internet, pois ela penetra com mais facilidade e rapidez em um
número bem maior de lares, propagando, difundindo e porque não dizer,
incentivando a grande massa a consumir qualquer modismo atual.
Nesse contexto (e talvez, até exagerando um
pouquinho), devo confessar que não vejo mais esperança no povo brasileiro. Um
povo que, de maneira quase geral, se corrompe em seus princípios mais básicos.
Que elege políticos corruptos em troca de favores e depois se ferra em
intermináveis filas de hospitais; que frauda pequenas situações do cotidiano em
vantagem própria, como pagar suborno a um guarda de trânsito; ou que compra
produto proveniente de roubo e reclama sem razão do aumento da criminalidade.
Esses são apenas alguns exemplos de casos e de pessoas sem noção que,
invariavelmente, se deixam levar por modismos idiotas. Tal qual o infeliz que
não tem sequer uma renda fixa e, no entanto, exibe nas redes sociais um celular
que custa entre 4.000 e 5.000 reais (pra alegria do ladrão), isso após sujar o
próprio nome ou o de terceiros junto ao Procon ou Serasa.
É esse mesmo povo que, diariamente e
insistentemente, se deixa levar por uma infinidade de bobagens propagadas, em especial,
pela Rede Globo, onde as consequências a curto prazo são bastante previsíveis, afetando no
intelecto e até na maneira de pensar desses indivíduos. Enfim, um povo sem
qualquer referência em cultura, em qualidade artística e, nem é preciso dizer, sem nenhum bom gosto. Se bem que gosto é relativo, algo que não se discute, ok.
Entretanto, em se tratando de um reconhecido mau gosto, creio que deva sim,
haver um limite.
Paulo Seixas, dezembro/2017
Um verdadeiro absurdo!
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