QUEIMADAS,
ABRIL/2016
Vou
falar de certa cultura
Do
povo do meu Nordeste,
Nestes
versos que eu fiz,
Espero
que algum preste.
Tem
gente que fala muito,
E
até aquele que nada diz.
Nordeste
dum povo forte,
Com
azar ou muita sorte,
Nunca
deixou de ser feliz.
Citar
a cultura nordestina
Convém
sempre registrar,
Tempos
bastante difíceis
Os
quais posso relembrar.
A
seca que predominava,
O
nosso povo castigando.
Onde
o coronelismo era lei,
Latifundiário
agia como rei,
A
classe pobre humilhando.
Uma
região que já sofreu
Nas
mãos de cangaceiros,
Criminosos
e malfeitores,
Assassinos
e pistoleiros.
Mas
que nunca se rendeu
E
não se entregou jamais.
E
após todo esse tempo,
Entre
tantos contratempos,
Vive
momentos de paz.
Nordeste
de muitos líderes,
Na
política, como na religião.
Entre
os séculos XIX e XX,
Estabeleceram-se
no Sertão.
Como
represália, o cangaço
Veio
como apelo do destino.
Pela
verdade ou pela razão,
Entre
eles, citarei Lampião,
Mas
seu nome era Virgulino.
Virgulino
Ferreira da Silva,
Mais
conhecido por Lampião.
Foi
o maior dos cangaceiros
Que
já reinou pelo Sertão.
A
sua alcunha de Capitão
Há
quem diga, sem errar,
Foi
Padre Cícero Romão
Que
o condecorou então,
Com
esse título militar.
Seu
sobrenome era perigo
Era
um cangaceiro do diabo,
Fiquem
atentos ao que digo:
Lampião
fora um renegado.
Saqueava
sítios e cidades,
Extorquia
alguns fazendeiros
Que
tinham cabeças de gado,
E
viam seus bens roubados
Pelas
mãos dos cangaceiros.
Houve
grandes cangaceiros
No
século passado e antes,
Até
as décadas de 30 e 40
O
cangaço era constante.
Lampião
e Antônio Silvino,
Corisco
e Jesuíno Brilhante,
Foram
temidos e lideraram
Bandos
que logo acabaram
Ou
foram mortos por volantes
Cangaço vem de “canga”
Que é uma peça de madeira,
Utilizada na cabeça do gado,
Guiando-os de certa maneira.
O cangaceirismo nordestino,
Iniciou-se, a bem da verdade,
Lá pelos idos do século XIX.
Que
a história assim comprove,
Foi
ainda na primeira metade.
Entre
os primeiros cangaceiros
Que
lideraram grandes bandos,
Anésia
Cauaçú, era uma mulher
Com
vários homens liderando.
Tinha
José Gomes (Cabeleira),
Entre
os primeiros desse ensejo.
Lucas
Evangelista (Lucas da feira),
Jesuíno
Brilhante, a certa maneira,
Fora um “Robin Hood” sertanejo.
E
dentre todos os cangaceiros
Que
um dia reinaram pelo Sertão,
O
mais sanguinário entre todos,
Sem
qualquer dúvida, foi Lampião.
Andava
em bandos numerosos,
Sempre
bem armado e a pé.
Sem
cavalos, não dava na vista,
Caminhava
sem deixar pistas,
Fazia
valer sua crença e sua fé.
Lampião
cruzou Estados
Ao
lado de Maria Bonita.
Era
sua fiel companheira,
Herdou
sua fúria maldita.
Varou
parte do Nordeste
Fazendo
ataques certeiros.
Por
muitos anos no cangaço,
Lampião
conquistou espaço
Com
o apoio de coiteiros.
Mas
há quem diga, inclusive
Que
Lampião vinha socorrer,
Aos
pobres e aos desvalidos
A
quem lhes dava de comer.
Porém,
quem deseja conhecer
De
Lampião toda sua história,
Fora
um cangaceiro famoso,
Mas
um bandido meticuloso
Que
ficou na nossa memória.
Embora
o cangaço fosse crime,
Há
os que procuram justificar,
Sobre
as dificuldades e o clima
Que
o Nordeste podia apresentar.
Mas
o fato é que cangaceiros,
No
geral, não tinham piedade.
Eram
bandidos, saqueadores,
Homicidas
e estupradores,
Faziam
todo tipo de maldade.
Portanto,
não dá pra romantizar,
Falar
bem sobre cangaceiros.
Mesmo
que, em alguns casos
Fizessem
papel de bandoleiros e
Contudo,
aos pobres ajudassem.
De
fato, isso não dá para negar.
Havia
quem os defendessem,
Embora
crimes acontecessem
Para
essa vil ajuda se iniciar.
Por
muito tempo ainda iremos
Conviver
com tal representação.
O
próprio Luiz Gonzaga se vestia,
Copiava a identidade de Lampião.
Mas o Nordeste jamais esquece
Dos tempos sofridos de então.
Hoje,
prevalece a paz, a fartura,
Ninguém
quer lembrar vida dura,
De
cangaço, seca, falta de pão.
Aquele
Nordeste do cangaço
Como
mostram na televisão,
Há
muito que ficou para trás,
Surgindo
uma nova geração.
O
Nordeste hoje é uma região
Que
o ano todo atrai turistas,
Gente
que vem pra conhecer
Nossa
natureza e a se saber,
Praias a se perderem de vista.

Nenhum comentário:
Postar um comentário