segunda-feira, 15 de abril de 2013

MINHAS MEMÓRIAS - CAP. 7 (4)

                  CAPÍTULO 7
TUDO POR RAUL – MEU 1º DISCO E TUDO O QUE JÁ FIZ ATÉ ENTÃO EM NOME DE RAUL SEIXAS – PARTE III

                                 A opinião dos amigos é muito importante

RELAÇÕES E LEMBRANÇAS

        Uma coisa sempre lembra outra, isso é um fato bastante pertinente. E há várias pessoas próximas, amigos e parentes que eu, instintivamente, acabo associando com alguma música de Raul Seixas, por qualquer motivo visível ou não, algo que não sei exatamente como explicar. Seria, talvez, uma espécie de “intertextualidade” diferente, baseada em ideias recíprocas ou mesmo, uma interação natural/musical desses indivíduos com a obra de Raul? “How could I know?” Vejo que isso acontece com certa frequência e de forma bastante espontânea, sendo mais comum do que possa imaginar.
Portanto, elaborei logo abaixo uma lista de nomes (minha velha mania de listas) e suas respectivas “alusões musicais”, sem que estas pessoas aqui citadas sequer saibam do que se trata. Ou não sabiam, até agora.

*    Jonas, o amigo Zu, vai sempre me lembrar a música Não pare na pista (1974), devido o “Bi bi, fom fom, neném” que Raul pronuncia, gritando já no finalzinho da letra.
*  Mário Henrique, que me perturbava bastante com a música Ted boy, rock e brilhantina (1972), por causa da frase “...só acredito em quem pulou o cercado...”.
*  Bega, que há muito me mostrou, em primeira mão, através de um velho rádio-gravador, a canção Você (1977), o que até hoje eu só tenho a agradecê-lo.
*  Ironildo, ao ouvir Tente outra vez (1975), procurava desde sempre aumentar o volume do aparelho de som na frase “... Há uma voz que canta, uma voz que dança, uma voz que gira, gira! Bailando no ar...”.
* Eduardo, um dos amigos que me apresentou à música de Raul Seixas. Lembro-me sempre dele ao ouvir À beira do Pantanal (1980) e Capim guiné (1983). Esta última, em especial, quando Raul canta: “... pardal foi prá cidade piruá minha saqüé, qüé - qüé...”.
*  João da Cruz, sempre irei lembrá-lo cantando a última estrofe de Ouro de tolo (1973) e ouvindo aquela sua parafernália de som, a qual ele instalava na frente de sua casa.
* Pedro, meu amigo Pedro, até pelo comodismo do próprio nome. Fica praticamente impossível não relacioná-lo à música Meu amigo Pedro, uma balada de 1976.
*  Adriana, minha irmã. Desde muito tempo lembro-me dela toda vez que ouço Peixuxa (1975), especialmente na hora do “Shala-la-la-lá...”. Uma música aparentemente infantil, igual Carimbador maluco.
* Joelma, a irmã do amigo Alex; Israel e Otacílio (Foguinho). Sempre me lembrarei deles ao ouvir How could I know? (Love was to go) – 1970, pelo fato em comum de gostarem da língua inglesa.
* Cida (Rio), prima do amigo “Duda”, vou sempre recordá-la pela música Orange juice (S.O.S.) - 1974, quando certa vez ela corrigira-me na tradução do título.
*  Minha tia Antônia (Rio), que sempre chora a cada vez que ouve a música  Ê, meu pai (1980), do disco Abre-te Sésamo.
*   Meu primo Marcelo (Rio), é quase instantâneo associá-lo ao refrão de Sociedade Alternativa (1974)“Faze o que tu queres...”, ainda mais pelo toquezinho.
*    Genival (marido da minha prima Nena) lembro-me dele sempre que ouço O carimbador maluco (1983), pois, segundo ele, esta música recorda-lhe um período de sua juventude.
* Vilma, minha inesquecível namoradinha carioca. Lembrarei dela por muito tempo ainda, a cada vez que ouvir Baby (1980), a música que marcou o nosso namoro (se bem que era o Rock das “aranha” – 1980 – a música que ela mais curtia).
* E por último, minha nova amiga do Curso de Comunicação, Amanda Jansen, ela que também é fissurada na obra musical de Raul. Já me lembro dela, agora, todas as vezes que ouço Eu sou egoísta (1975), sua música preferida.
                                                                                                                                                  Continua...

Um comentário:

  1. Esse capítulo das suas memórias talvez seja o que mais revela quem você é, pois, você vive e respira o estilo Raul Seixas de refletir sobre a vida. Claro que você tem virtudes diferentes e alguns defeitos também, mas isso não impede você de seguir tentando outra vez, mesmo quando seus TOC's parecem querer dominar seu viver. Continue, como Raul Seixas dizia, sendo louco num mundo onde se constroi bomba atômica, pois só assim é possível viver com esperança de algo melhor, porque a lógica capitalista que impera no meio humano não usa a palavra compreensão em seu vocabulário, tampouco a gentileza de colocar-se no lugar do outro para tentar ver por outro ângulo que não seja o seu radicalismo que gera padrões a serem vividos por todos.

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