UNIVERSIDADE
ESTADUAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS
SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE BACHARELADO
EM COMUNICAÇÃO
SOCIAL
HABILITAÇÃO EM
JORNALISMO
PAULO ALBINO VIEIRA
A POESIA DE CORDEL
COMO VIÉS COMUNICATIVO E
INFORMATIVOEM CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS
INFORMATIVO
CAMPINA GRANDE - PB
SETEMBRO/2013
SETEMBRO/2013
PAULO ALBINO VIEIRA
A POESIA DE CORDEL COMO
VIÉS COMUNICATIVO E
INFORMATIVO EM CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS
Artigo apresentado ao curso de Bacharelado em Comunicação Social
– habilitação Jornalismo – da Universidade Estadual da Paraíba, em cumprimento
à exigência para obtenção do grau de Bacharel.
Orientadora: Prof.ª Mestre Cléa Gurjão Carneiro
CAMPINA GRANDE - PB
Setembro/2013
Dedico este trabalho, em especial,
à poesia
e à arte eterna de Raul
Santos Seixas (in memoriam), minha inspiração
maior.
Agradeço especialmente à professora Cléa Gurjão, minha orientadora
durante este trabalho, e também ao amigo e professor Clebson Morais, por suas importantes
contribuições na realização deste Artigo. Sem eles não seria possível a
conclusão do mesmo. Obrigado ainda aos amigos e colegas de sala que me ajudaram
no decorrer desse Curso.
"A desobediência é
uma virtude necessária à criatividade."
(Raul Seixas)
(Raul Seixas)
RESUMO
O trabalho
proposto está centrado em um cunho analítico, onde o objeto de estudo refere-se
fundamentalmente à literatura de cordel, a qual pode ser considerada um poderoso meio de comunicação e de informação,
visto que no passado, de certa forma, ela chegava a ter mais aceitação do que o
próprio jornal impresso. A este trabalho serão fomentados dados históricos que
concomitantemente darão respaldo à pesquisa. O embasamento teórico está
fundamentado em autores a exemplo de Galvão 2001, Kunz, 2001, Meira 1998, entre
outros, e na obra de cordel do poeta Manoel Monteiro, O planeta água está pedindo socorro, onde o autor busca a
conscientização mediante o problema da escassez de água doce no planeta. A obra
em si busca valer-se de um viés informativo pessoal, popular, antagônico aos
termos formais do jornalismo, referentes aos aspectos formais e impessoais
estabelecidos pelas normas jornalísticas.
Palavras-chave: Literatura de
Cordel, Mídia, Campanhas Publicitárias.
RESUMEN
El trabajo
propuesto está en un centro de cuño analítico, adonde el objeto de estúdio se
refiere basicamente a la literatura de cordel, a la cual puede ser considerada un
fuerte médio de comunicación y de información, visto que en el pasado, de
cierta manera, ella llegaba a tener más acaptación a que el próprio periódico
impreso. Para este trabajo serán fomentados datos históricos que a la vez darán
refuerzo a la investigación. El embasamiento teórico se fundamenta en autor la
ejemplo de Galvão 2001, Kunz, 2001, Meira 1998, entre otros, y en la obra de
cordel del poeta Manoel Monteiro, El
planeta água está pedindo ayuda, donde
el autor busca a la conscientización mediante el problema de la falta de
água dulce en planeta. La obra busca valerse de un puente informativo personal,
popular, al revés términos formales del periódico, referentes a los aspectos formales
e impersonales establecidos por las normas periódicas.
Palabras-clave: Literatura de
Cordel, Mídia, Capañas Publicitarias.
1. INTRODUÇÃO
Nesse sentido, a literatura de cordel por ser de fácil
acesso à população, desde os tempos mais remotos, é considerada um expressivo
meio de comunicação e de informação para o público que ouve e lê esse tipo de
literatura.
No presente trabalho será realizada uma discussão sobre a impor- tância cultural e comunicativa da poesia de cordel, um gênero literário popular por excelência, como viés comunicativo e informativo no poema de Manoel Monteiro “O Planeta Água”. Focaremos a importância do cordel no seu aspecto expansivo e, consequentemente, comunicativo, em especial o cordel que vem sendo produzido no estado da Paraíba.
Uma das perspectivas é medir o impacto causado pela modernidade na poesia de cordel, uma vertente da literatura poética naturalmente atrelada à comunicação e que pode vir a ser, inclusive, ameaçada de extinção. Lembrando-se ainda, que o hábito de ler cordéis anda um tanto quanto esquecido por grande parte das pessoas.
Será descrito ao longo deste trabalho a historicização do cordel, desde a sua forma oral até a escrita, bem como o processo de veiculação do mesmo, principalmente no seu aspecto comunicativo/informativo. Desta forma, será apresentada como se deu e como se dá atualmente a sua atuação no contexto da comunicação.
Serão analisados mais profundamente alguns dos aspectos e familiaridades da poesia de cordel em seu arcabouço cultural e comunicativo, uma forma de manifestação da cultura popular que, apesar de se desenvolver e de se renovar a cada dia, sempre se revelou financeiramente inviável para os cordelistas paraibanos, principalmente na atualidade. Dessa forma, a preocupação direta é, também, com o futuro desse gênero literário.
O problema sugerido e que será avaliado terá como referencial teórico, sobretudo, a poesia do cordelista pernambucano radicalizado na Paraíba, Manoel Monteiro da Silva, referente ao assunto pesquisado. Será feita uma análise em uma de suas obras menos recentes, porém, atual como nunca, O planeta água está pedindo socorro, a maneira pela qual o poeta encontrou de chamar a atenção das pessoas para um problema cada vez mais presente no dia a dia; o perigo da escassez de água doce e potável na superfície terrestre. Desde algumas dicas necessárias de preservação do meio ambiente e de economia da água, de maneira sustentável, passando ainda pelos direitos e deveres do consumidor em suas residências, o poeta mostra através de seus versos a importância do racionamento da água, um recurso natural que, como se sabe, não é renovável.
A exposição do problema, bem como a função social do cordel em todo seu contexto histórico, cultural e comunicativo, apresentadas durante toda esta pesquisa, dará respaldo a estas escolhas.
A contribuição acadêmica deste Artigo, portanto, é no sentido de mostrar a literatura de cordel nos poemas de Manoel Monteiro como viés comunicativo e informativo, com a finalidade de conscientizar a população de que todos precisam economizar água colaborando para preservá-la.
No presente trabalho será realizada uma discussão sobre a impor- tância cultural e comunicativa da poesia de cordel, um gênero literário popular por excelência, como viés comunicativo e informativo no poema de Manoel Monteiro “O Planeta Água”. Focaremos a importância do cordel no seu aspecto expansivo e, consequentemente, comunicativo, em especial o cordel que vem sendo produzido no estado da Paraíba.
Uma das perspectivas é medir o impacto causado pela modernidade na poesia de cordel, uma vertente da literatura poética naturalmente atrelada à comunicação e que pode vir a ser, inclusive, ameaçada de extinção. Lembrando-se ainda, que o hábito de ler cordéis anda um tanto quanto esquecido por grande parte das pessoas.
Será descrito ao longo deste trabalho a historicização do cordel, desde a sua forma oral até a escrita, bem como o processo de veiculação do mesmo, principalmente no seu aspecto comunicativo/informativo. Desta forma, será apresentada como se deu e como se dá atualmente a sua atuação no contexto da comunicação.
Serão analisados mais profundamente alguns dos aspectos e familiaridades da poesia de cordel em seu arcabouço cultural e comunicativo, uma forma de manifestação da cultura popular que, apesar de se desenvolver e de se renovar a cada dia, sempre se revelou financeiramente inviável para os cordelistas paraibanos, principalmente na atualidade. Dessa forma, a preocupação direta é, também, com o futuro desse gênero literário.
O problema sugerido e que será avaliado terá como referencial teórico, sobretudo, a poesia do cordelista pernambucano radicalizado na Paraíba, Manoel Monteiro da Silva, referente ao assunto pesquisado. Será feita uma análise em uma de suas obras menos recentes, porém, atual como nunca, O planeta água está pedindo socorro, a maneira pela qual o poeta encontrou de chamar a atenção das pessoas para um problema cada vez mais presente no dia a dia; o perigo da escassez de água doce e potável na superfície terrestre. Desde algumas dicas necessárias de preservação do meio ambiente e de economia da água, de maneira sustentável, passando ainda pelos direitos e deveres do consumidor em suas residências, o poeta mostra através de seus versos a importância do racionamento da água, um recurso natural que, como se sabe, não é renovável.
A exposição do problema, bem como a função social do cordel em todo seu contexto histórico, cultural e comunicativo, apresentadas durante toda esta pesquisa, dará respaldo a estas escolhas.
A contribuição acadêmica deste Artigo, portanto, é no sentido de mostrar a literatura de cordel nos poemas de Manoel Monteiro como viés comunicativo e informativo, com a finalidade de conscientizar a população de que todos precisam economizar água colaborando para preservá-la.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A literatura de cordel é produção típica do Nordeste brasileiro, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará, onde “os consumidores se referiam a essa literatura como: ‘literatura de folhetos’ ou simplesmente ‘folhetos’ [...] A expressão ‘literatura de cordel nordestina’ passa a ser empregada pelos estudiosos a partir de 1970” (ABREU, 1999, p. 17).
Originados na literatura portuguesa, no Brasil os primeiros folhetos foram publicados no final do século XIX, de maneira artesanal e acabaram se tornando populares em razão da sintonia entre autores e leitores, como explica o cordelista Rodolfo Cavalcanti “o povo sabe pelo rádio ou por ouvir dizer os acontecimentos mais importantes da sociedade, mas só acredita quando sai no folheto... se o folheto confirma, aconteceu.” Como viajavam por todos os lugares, até os mais ermos, divulgando e vendendo sua produção, os cordelistas tornavam-se importante fonte de informação para as pessoas que viviam no interior, onde nem mesmo o rádio era muito difundido. Assim, o folheto de cordel ganhou a forte função social de informar a população. E, ainda que hoje a TV, a internet e o rádio sejam tão acessíveis, essa função se mantém, e vemos que muitos folhetos continuam tratando de temas que são notícias: fatos políticos, do mundo artístico, esportivo, etc. Também são comuns no Cordel: a saga de heróis, a vida se santos, acontecimentos fantásticos e maravilhosos, fatos cômicos, satíricos e picarescos, o cotidiano do povo nordestino, o amor e a felicidade.
Segundo Pinheiro (2001), os folhetos costumavam ser vendidos em mercados e feiras pelos próprios autores numa aproximação do que acontecia em terras portuguesas. O hábito de pendurar os livretos em cordas continuou nas feiras do Nordeste, onde, ao mesmo tempo em que os folhetos eram vendidos, os versos eram declamados. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores. Para reunir os expoentes deste gênero literário típico do Brasil, foi fundada em 1988 a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com sede no Rio de Janeiro.
Carlos Drummond de Andrade, reconhecido como um dos
maiores poetas brasileiros do século XX, assim definiu essa modalidade poética
A poesia de cordel é uma das manifestações mais puras do espírito
inventivo, do senso de humor e da capacidade crítica do povo brasileiro, em
suas camadas modestas do interior. O poeta cordelista exprime com felicidade
aquilo que seus companheiros de vida e de classe econômica sentem realmente. A
espontaneidade e graça dessas criações fazem com que o leitor urbano, mais
sofisticado, lhes dedique interesse, despertando ainda a pesquisa e análise de
eruditos universitários. É esta, pois, uma poesia de confraternização social
que alcança uma grande área de sensibilidade. (DRUMMOND apud CHAVES, 1993, p. 23).
Identificada a partir da
concepção e do pressuposto comum no qual podemos considerá-la como sendo uma
“literatura informativa de fácil acesso”, mesmo apresentando, de forma
alegórica, temas sérios do cotidiano do interior nordestino e outrora de outras
localidades, a poesia de cordel tem as suas origens bastante remotas,
provenientes em parte, da Europa Medieval dos séculos XI e XII. O seu vínculo
com a comunicação sempre foi algo inerente e participativo, uma vez que esse
tipo de poesia era eminentemente oral na sua origem, falada ou cantada ao longo
do tempo por trovadores erepentistas.
A poesia de cordel é de fato muito antiga, já temos alguns registros inclusive nos escritos de Camões, como tambémem Gil Vicente , Cervantes
e outros. No Brasil, teve início com a vinda dos portugueses durante a
colonização. E no Nordeste brasileiro ganhou um espaço considerável, sobretudo
até metade do século XX, consagrando-se em definitivo como sinônimo de poesia
popular, além de ser um meio de informar e inteirar as pessoas de um jeito muito
mais simples, por possuir fácil compreensão e conseguir levar suas histórias a
diversos lugares.
A poesia de cordel é de fato muito antiga, já temos alguns registros inclusive nos escritos de Camões, como também
“As origens da literatura de cordel estão na Europa
Medieval. Tem suas bases na França (Provença), do século XI e posteriormente na
Espanha, Portugal, Itália, Alemanha, Holanda e Inglaterra. Chegou ao Brasil
Colônia com os navegadores portugueses, depois incorporou a poética nativa do
índio, a criatividade e o ritmo da poesia do negro, dos vaqueiros e tropeiros (o
aboio). Tornou-se um ritmo sertanejo-tropical, integrando-se a outros ritmos como o baião, o xote, o xaxado e o
forró. Ganhou uma característica especial com o advento da xilogravura, na
ilustração de capas de milhares de folhetos.” (<http://www.gustavodourado.com.br/Cordeldo sertaonordestinoacontemporaneidadedaInternet.htm >.
Acesso em: 08/05/2013, 16h40 min50seg.)
Durante séculos a poesia
de cordel permaneceu na sua composição estritamente oral, uma tradição que era
repassada entre as contínuas gerações, onde alguma coisa podia ser encontrada,
ainda que raramente, na sua forma manuscrita. Aquele que sabia ler e escrever
podia ser o próprio cordelista, recitando o texto em voz alta em feiras e
praças públicas para vender os seus folhetos. Só bem mais tarde, com o
aparecimento de pequenas tipografias, já no final do século XIX, o cordel ganha
realmente impulso e se fixa no Nordeste brasileiro, onde assume o status de
cultura regional.
De acordo com Kunz (2001, p. 79-80), “o folheto de cordel é uma
representação impressa da poesia popular, a qual se reflete na maneira como os
poetas do povo enxergam a realidade”. Sendo assim, o cordel nunca deixou de ser
uma mídia alternativa e popular, de forte conteúdo informativo e opinativo. Por
outro lado, embora seja impressa e veiculada pelo folheto, a poesia de cordel
será sempre uma forma de literatura oral feita para ser recitada, pois a sua
rima é feita para o ouvido e a memória, não necessariamente para os olhos.
Sabe-se que, embora impresso
e veiculado pelo folheto, o cordel é uma forma de literatura oral feita
expressamente para ser recitada. A rima do cordel é feita para o ouvido e a
memória, não para os olhos. Ela é, antes de tudo, mnemônica e comunicativa. O
folheto é apenas o suporte material de uma poesia que permanece oral. (KUNZ,
2001, p. 79-80).
Com o passar do tempo, o
folheto de cordel tornou-se uma forte manifestação da comunicação popular do
Nordeste e ainda um grande incentivo à educação, contribuindo na alfabetização
de jovens e adultos. A poesia de cordel passou a ser, então, uma espécie de
jornal popular escrito poeticamente, bem como uma ferramenta de uso didático
aplicada nas escolas de ensino básico. E na medida em que os imigrantes
nordestinos se espalharam pelos quatro cantos do país, durante décadas a fio, a
poesia de cordel influenciou e também foi influenciada pelos costumes e
tradições de outras regiões do país.
A poesia de cordel ganhou
notoriedade ainda por meio do estudo, pesquisa e divulgação de pessoas
interessadas em propagar essa arte tão simplória e, com efeito, o resultado
direto das manifestações da cultura popular. Renomados criadores das artes, da
música e da literatura brasileira, como o escritor paraibano e imortal da
Academia Brasileira de Letras, ARIANO SUASSUNA, deixaram-se influenciar pelos traçados
e rimas simples de um folheto de cordel, abraçando-o e definindo-o como embasamento
para algumas de suas determinadas criações.
2.2. O Cordel no Brasil e no
Estado da Paraíba
Parte integrante da cultura popular nordestina, onde a
Paraíba se destaca com grande relevância, a poesia de cordel já faz parte da
identidade cultural e comunicativa do nosso estado, atravessando várias
gerações com suas histórias quase sempre fantasiosas e tradicionalmente
folclóricas.
Segundo Pinheiro (2012, p. 48)
A literatura de cordel foi por
muito tempo o jornal do povo nordestino, pois nem todos tinham condições de
adquirir jornais e revistas, por isso, o folheto de cordel se tornou um meio de
comunicação muito popular entre as pessoas. Não é à toa que muitas delas foram
alfabetizadas através dessa literatura.
Alguns pesquisadores afirmam que o primeiro folheto de
cordel brasileiro, na forma que se tornou convencional, foi publicado na
Paraíba, em 1893, por Leandro Gomes de Barros. Mas este dado gera certa
controvérsia, uma vez que se acredita terem existido publicações anteriores,
das quais não se conservaram exemplares. O paraibano Leandro Gomes de Barros
foi um dos poetas cordelistas mais conhecidos, havendo escrito aproximadamente
240 obras.
Já de acordo com o escritor e cordelista Dourado (<http://www.gustavodourado.com.br/Cordeldosertaonordestinoacontempora neidadedaInternet.htm>. Acesso em: 08/05/2013, 16h40min50seg,), o primeiro folheto de cordel reconhecidamente
publicado no Brasil é Saudades do Sertão,
datado do ano de 1902. Impresso na cidade de Campina Grande - PB, é de autoria
de Francisco das Chagas Batista, e encontra-se catalogado na casa de Rui
Barbosa - no Rio de Janeiro, onde se situa a ABLC (Academia Brasileira de
Literatura de Cordel). Fundada em 1988, a ABLC está localizada no bairro de
Santa Teresa, à cerca de 500 metros do Largo do Guimarães.
Em Campina Grande, fica evidente o prestígio desse
gênero literário, tanto que existe um espaço exclusivo para a conservação dos
folhetos, a Biblioteca Átila Almeida. Instalada no Campus I da Universidade
Estadual da Paraíba, essa biblioteca dispõe atualmente de uma valiosa coleção
de cordéis, provenientes de diversos lugares da região Nordeste. Ela é
considerada pelos pesquisadores do assunto como um dos maiores acervos do
mundo, com mais de dez mil títulos de cordéis e 17.532 (dezessete mil,
quinhentos e trinta e dois) exemplares à disposição.
Segundo Joseph Luyten (apud Dourado), a poesia de cordel
já ultrapassou mais de cem mil títulos publicados somente no Brasil (este que é
o maior produtor de cordéis no mundo ocidental), em cerca de mais de 20.000.00
(vinte milhões) de folhetos impressos, aproximadamente, já que algumas
tiragens, segundo alguns pesquisadores, não ultrapassam 200 (duzentos)
exemplares.
Via de regra, a obra intitulada O Romance do Pavão Misterioso, do autor José Camelo de Melo Resende,
é o maior clássico do cordel, sendo considerado o folheto mais vendido de todos
os tempos. Escrito no final da década de 1920, até hoje se conserva como atual
e está sempre presente em livrarias e bancas de revistas da Paraíba e de todo o
Brasil, consequentemente. Já tendo sido, inclusive, material aplicado em
vestibulares e faculdades, públicas e privadas de todo o Nordeste, principalmente
da área de Comunicação Social.
A poesia de cordel sempre teve a sua importância na
área da comunicação e da cultura, e vai continuar tendo, graças a pessoas que
se preocupam em propagar e manter acesa a chama dessa tradição secular. Um
exemplo desta dedicação está no pensamento do cordelista MANOEL MONTEIRO, de
Campina Grande, que defende a introdução do cordel nas escolas como mecanismo
de educação e valorização da cultura regional.
Todavia, é importante ressaltar que vivemos em plena
era digital, e a informatização já provocou uma verdadeira revolução nos meios
de comunicação. Livros e revistas, por exemplo, já são agora publicados
exclusivamente pela Internet, condenando a um fim muito próximo, até por comodidade,
o acesso físico das pessoas às bibliotecas convencionais.
Com a rápida inovação dos meios de comunicação, e com
a literatura impressa sendo cada vez mais informatizada, acaba restando,
consequentemente, pouco espaço no mercado para algumas pequenas publicações. E
também fica evidente o fato de que um número cada vez maior de escritores, cordelistas
em especial, já se rende a esse novo processo de integração literária na rede
mundial, procurando novas alternativas nas quais possam inserir os seus
trabalhos. Há, no entanto, aqueles que acreditam que dificilmente os impressos
vão desaparecer.
Ao contrário, essa forma de literatura vai se
adaptando aos novos tempos, às novas tecnologias e assim, persistirá no tempo. “Defendo
os folhetos em papel e acho que eles precisam continuar existindo, tanto pela
estética quanto pela cultura. Sem eles não se consegue juntar os amigos para
uma leitura ou não é possível guardar de recordação para mostrar aos filhos”
(SILVA, 1998, apud MEIRA, 1998).
Pelo exposto acima, vemos que o cordel dificilmente
desaparecerá no Nordeste.
2.3. Manoel Monteiro da Silva
Manoel Monteiro da Silva nasceu em Bezerros, município de Pernambuco, no
dia 4 de Fevereiro de 1937, e desde meados de 1955 reside em Campina Grande , Paraíba.
Radicado na Rainha da Borborema, ele é considerado hoje o cordelista de maior
produção no Brasil em atividade, com uma produção anual de folhetos bastante
diversificada.
Autodidata, só estudou até o ensino fundamental, não concluindo os
estudos. Porém, influenciado por seu primeiro professor, Pedro Firmino, começou
a escrever desde cedo, dedicando-se a fazer poesias e outras coisas. A vocação
de escrever cordéis surgiu quando ainda era menino, da primeira vez em que foi
à feira de Bezerros, em Pernambuco, e viu um homem vendendo folhetos de cordel,
o que o fez gostar automaticamente da linguagem. Pediu então ao seu pai que
comprasse um folheto para ele. A partir daí, começou a escrever seus próprios
folhetos, ainda que timidamente.
Experiente na arte de escrever versos rimados e metrificados, as suas
narrativas são mágicas e envolventes, prendendo o leitor do princípio ao fim.
Com grande influência verbal, própria dos grandes mestres, Manoel Monteiro não
abre mão da forma correta na linguagem de seus folhetos, sem que para isso
perca sua essência popular. Em razão da qualidade de sua produção, a literatura
de cordel vem sendo indicada para a grade escolar de várias cidades
brasileiras, uma espécie de disciplina à parte no currículo dos alunos.
O poeta Manoel Monteiro, em entrevista
concedida para a Cordelbrás, procurou referir-se à poesia
com as seguintes palavras: “Alguém já disse que o homem é
um animal político; e eu digo que o homem é um animal poético”. Membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel - ABLC,
ele herdou do poeta Manoel Tomaz de Assis a cadeira n° 28. Com cerca de
duzentos títulos publicados, Manoel Monteiro já é considerado um dos maiores
poetas de cordel de todos os tempos, um dos responsáveis diretos pela inserção
da literatura de cordel como ferramenta de estudo nas escolas da Paraíba, em
especial, nas salas de aula em Campina Grande (PB).
Manoel Monteiro já chegou aos 73 anos de idade e ainda tem muitos planos
em sua vida, como realizar o mega projeto Cordelando a Paraíba. Uma grande
ideia, digna de um mestre dos cordéis, em que ele e outros escritores pretendem
recontar a história de suas cidades. Trata-se, pois, de escolher um poeta de
cada um dos 223 municípios do Estado, o qual será responsável por narrar a
história de sua cidade através de versos decorridos em cordel. Um plano que
nem chega a ser tão audacioso, uma vez que há muitos cordelistas profissionais e
também amadores espalhados por toda a Paraíba.
3. METODOLOGIA
Para esta pesquisa, foi trabalhado o folheto de cordel
do poeta Manoel Monteiro, O planeta água
está pedindo socorro, analisando o que o autor procura veicular em seus
textos versificados. A realidade que se apresenta no momento da publicação, que
é a escassez de água no nosso planeta, fora transformada pelo poeta em campanha
de conscientização, onde ele chama atenção da população para um problema que é
de todos.
Assim,
esta pesquisa teve como viés metodológico analítico os recursos verbais próprios
da literatura de cordel, por ser esta o meio mais adequado aos propósitos da
pesquisa e a melhor ao discutir particularidades, relevando práticas cotidianas
e culturais.
Sendo o
cordel uma forma de expressão e de manifestação de cunho ideológico, onde as
ideias do poeta soam de forma espontânea, entretanto, foi empregado neste
trabalho trechos da obra que serviram como subsídios textuais para promover uma
campanha voltada para conscientização sobre o meio ambiente, despertando nas
pessoas o seu bom senso em relação ao desperdício de água doce no planeta.
4. ANÁLISE DO CORDEL, O PLANETA ÁGUA ESTÁ PEDINDO SOCORRO, DE MANOEL MONTEIRO.
Em uma análise mais atenta do folheto de cordel, O planeta água está pedindo socorro, de autoria do poeta cordelista Manoel Monteiro da Silva, podemos perceber a enorme preocupação do autor quanto à questão da preservação do meio ambiente. Em especial, no que diz respeito ao problema da água no planeta, a qual vem sendo utilizada de forma bastante irresponsável. Um dos mais criativos escritores de cordéis da atualidade, Manoel Monteiro sempre direcionou alguns de seus trabalhos no sentido de conscientizar as pessoas sobre algum mal que atinja a sociedade. 4. ANÁLISE DO CORDEL, O PLANETA ÁGUA ESTÁ PEDINDO SOCORRO, DE MANOEL MONTEIRO.
A capa do folheto (em anexo) é bastante é bastante sugestiva e antecipa a leitura do folheto: retrata um cenário de seca, com cabeças de animais mortos e plantas típicas da caatinga. Nesse cenário aparece uma mulher carregando um balde de água na cabeça, e ao seu lado, o filho muito desnutrido Percebe-se que o autor, com essas imagens, procura causar impacto no leitor para que ele leia o folheto com mais atenção.
O poeta começa a expressar sua
preocupação, logo no título: O planeta
água está pedindo socorro. Uma leitura atenta permite verificar que o
enfoque do poeta é a preocupação com a falta d’água no mundo, não em um futuro
próximo e sim, no presente, por isso usa o verbo estar no presente “está”.
Através dos versos deste Cordel, Manoel Monteiro busca alertar a população do perigo iminente da escassez de água em todo o mundo, dando dicas simples, porém importantes, de como diminuir o consumo excessivo, economizando ao máximo a água potável. Para isso, faz um apelo à educação e ao bom senso das pessoas, no sentido de que elas se conscientizem do problema, procurando poupar agora toda a água que poderá fazer falta no futuro, a exemplo das estrofes abaixo, entre outras.
Através dos versos deste Cordel, Manoel Monteiro busca alertar a população do perigo iminente da escassez de água em todo o mundo, dando dicas simples, porém importantes, de como diminuir o consumo excessivo, economizando ao máximo a água potável. Para isso, faz um apelo à educação e ao bom senso das pessoas, no sentido de que elas se conscientizem do problema, procurando poupar agora toda a água que poderá fazer falta no futuro, a exemplo das estrofes abaixo, entre outras.
“Vão aqui algumas dicas
Pra fazer economia:
Banho quente é repousante
Mas não passe nele um dia,
Senão a conta na frente
Fará desse banho quente
Você entrar numa fria.
Tem gente que demora
Meia hora no banheiro,
Dois banhos são uma hora
Somam trinta o mês inteiro.
Essa demora é nefasta,
A água que um desse gasta
Dá pra encher um barreiro.
O sanitário consome
De água uma boa carga,
Pois de 10 a 15 litros
Se vão na descarga,
Estou dizendo a vocês
Que é isso no fim do mês
Que deixa a ‘continha’ amarga”.
De acordo com os seus versos e rimas, fazer uso da água com racionalidade significa, em médio prazo, pensar no futuro da humanidade como um todo, uma vez que a água doce não é um recurso renovável. Mesmo que o homem, em toda sua ambição desmedida, não consiga fazer com que a água desapareça por inteiro, ainda assim, pode torná-la imprestável para o consumo, condenando a um fim muito próximo a vida animal e vegetal do planeta. Sem água não há condições de haver vida, ainda mais quando sabemos que apenas 0,02% do total de água da superfície terrestre é potável.
Diante dessa realidade, o ser humano não deve se limitar apenas a questões técnicas ou científicas, uma vez que os maiores problemas do planeta clamam por um ser mais reflexivo e igualmente consciente, solidário ao próximo e à natureza. Toda pessoa de bom senso sabe que economizar água passa a ser agora uma questão de conscientização coletiva. O mestre Manoel Monteiro, de forma simples e clara, reflete sobre isso nas seguintes estrofes:
Vendo a imensidão do mar
Ache que tem tanta água
Que pode desperdiçar,
Mas isso não é verdade
Preste atenção, por bondade,
No numero que vou lhe dar.
Água pura de beber
É bastante limitada
Água salgada tem muita
Mas de toda água somada
Pelo que já apurou-se
Dois por cento é água doce
O resto é água salgada.”
Além das ações e medidas que correspondem ao perfeito funcionamento de instalações hidráulicas, bem como dos direitos e deveres do consumidor dentro da lei, o poeta aponta ainda para medidas simples e educacionais que podem fazer parte do dia a dia de todos, sem prejuízo do conforto de quem utiliza a água em suas tarefas diárias.
Composto poeticamente em septilhas, em 46 estrofes de pura sabedoria popular, podemos observar nos versos deste folheto de cordel a estreita relação do narrador com o seu público, onde o poeta, com sua enorme capacidade de síntese, consegue transpor para o papel uma importante mensagem relativa à preservação do meio ambiente. O consumo moderado da água e as suas mil e uma maneiras de aproveitamento são os pontos altos desta obra.
“Reutilizar a água
Que desce pelo chuveiro
Aproveitar o saponáceo,
A soda cáustica e o cheiro,
A conta d’água não cresce
E o sanitário agradece
Essa água do banheiro.”
Na primeira estrofe o poeta faz uma pergunta:
“Você sabia que é
Preciso economizar
Água doce de beber
Porque senão vai faltar?
E que é muito provável
Que a água doce e potável
Em breve possa acabar?”
E, logo na segunda estrofe, responde-a:
“Se sabia, muito
bem,
Senão vai ficar
sabendo
Que por falta de
cuidados
Tem manancial
morrendo,
Uns, sujam a água
que bebem
E nem de longe percebem
O mal que estão
cometendo.”
“Nosso PLANETA/ÁGUA/TERRA
Só tem a água que
tem,
Sem água, todos
sabemos,
Não sobrevive
ninguém,
Quem sabe disso
propala
Que devemos
preservá-la
Para o nosso
próprio bem.”
“E o homem ‘bicho
insensível’
Com isto não se
comove,
Teima em não
compreender
Que falta a prova
dos 9
O mundo não tem
saída
Pois sem água não
tem vida
E sem mata não
chove”.
Observa-se que o autor se
utiliza de várias técnicas de persuasão e convencimento para que o
leitor acate a ideia proposta.
Nos versos abaixo, percebemos fatos que provocam no leitor um sentimento
de que o poeta é alguém que conhece profundamente o assunto e vive essa
realidade e luta por ela, dialogando com o leitor como se este estivesse
presente no momento da leitura,
Observa-se que o poeta se utiliza de várias técnicas de persuasão e
convencimento para que o leitor acate a ideia proposta.
"Você não desperdiçando
O ganho vai ser geral,
Além do mais fará jus,
A convite especial,
Pra desfilar na avenida
Encenando o show da vida
E no papel principal."
Para Manoel Monteiro, cada um de nós tem uma parcela de responsabilidade nesse conjunto de coisas, mas, como não podemos resolver tudo de uma só vez, que tal começarmos a dar a nossa contribuição no dia-a-dia? Como não dá para viver sem água, é essencial fazer um uso racional deste recurso precioso. A água deve ser usada com responsabilidade e parcimônia. Para nós, consumidores, também significa mais dinheiro no bolso. A conta de água no final do mês será menor. O mais importante, no entanto, é termos a consciência de que estamos contribuindo, efetivamente, para reduzir os riscos de matarmos a nossa fonte de vida: a água. Conferimos isso nos trechos abaixo:
"Você não desperdiçando
O ganho vai ser geral,
Além do mais fará jus,
A convite especial,
Pra desfilar na avenida
Encenando o show da vida
E no papel principal."
Percebe-se nesta estrofe que o poeta Manoel Monteiro quer passar a ideia de que o mundo requer novas atitudes. Para ele, é imperativo a contribuição moral do ser humano. Em todo o cordel, ele busca no leitor uma pessoa ativa, consciente de seu papel na sociedade.
Para Manoel Monteiro, cada um de nós tem uma parcela de responsabilidade nesse conjunto de coisas, mas, como não podemos resolver tudo de uma só vez, que tal começarmos a dar a nossa contribuição no dia-a-dia? Como não dá para viver sem água, é essencial fazer um uso racional deste recurso precioso. A água deve ser usada com responsabilidade e parcimônia. Para nós, consumidores, também significa mais dinheiro no bolso. A conta de água no final do mês será menor. O mais importante, no entanto, é termos a consciência de que estamos contribuindo, efetivamente, para reduzir os riscos de matarmos a nossa fonte de vida: a água. Conferimos isso nos trechos abaixo:
“Vão aqui algumas
dicas
Pra fazer economia:
Banho quente é
repousante
Mas não passe nele
um dia.
Senão a conta na
frente
Fará desse banho
quente
Você entrar numa
fria.
Não é demais
repetir
Toda hora e todo
dia,
Que água é um bem
finito
Só tem a mesma
quantia.
De que lhe vale um
tesouro
Se você tem muito
ouro
Mas não dispõe de
água fria?”
Atualmente, muito se fala sobre
reciclagem, desperdício de água e luz. Apesar de toda essa divulgação, muitas
pessoas acham que o cuidado com a natureza é obrigação só do governo e não
fazem nada para ajudar. O poeta alerta para esse fato:
“Este cordel traz
nos versos
Lições que valem
lembrar,
Exemplo: o valor
dos erres
Onde um é RECICLAR
(Para melhorar o
mundo)
REUTILIZAR, o
segundo;
Terceiro,
REAPROVEITAR.”
Preservação ambiental é a prática de preservar o meio
ambiente. Essa preservação é feita para beneficiar o homem, a natureza ou
ambos. A pressão por recursos naturais muitas vezes faz com que a sociedade
degrade o ambiente a sua volta, por isso é essencial as medidas de preservação
do meio ambiente.
A preservação ambiental é uma preocupação crescente por parte das pessoas, organizações e governo. Desde os anos 60, a atividade de organizações de proteção do meio ambiente vem atuando em favor da preservação ambiental, para tentar garantir que tenhamos um planeta ambientalmente mais sustentável. A preservação ambiental é um dever de todas as pessoas.
A preservação ambiental é uma preocupação crescente por parte das pessoas, organizações e governo. Desde os anos 60, a atividade de organizações de proteção do meio ambiente vem atuando em favor da preservação ambiental, para tentar garantir que tenhamos um planeta ambientalmente mais sustentável. A preservação ambiental é um dever de todas as pessoas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A literatura de cordel não nasceu da escrita. Seu berço é a tradição oral. O advento da imprensa popularizou-a, nesse sentido, essa literatura passou também, de certa forma, a chamar a atenção dos leitores para os problemas, sociais, econômicos, políticos, culturais, educacionais, etc.
No cordel de Manoel Monteiro “O Planeta água está pedindo socorro”, o poeta usa técnicas de persuasão e convencimento para que o leitor acate a ideia de economizar água, pois o risco de um colapso ecológico que já é uma realidade. Sinais eloquentes dessa crise são visíveis em todos os lugares do planeta.
O poeta coloca-se como “porta-voz” das informações sobre a escassez da água no planeta. Essa é uma das funções importantes desempenhadas pelos cordéis: um meio de informação e de comunicação.
Manoel Monteiro deseja com este cordel que os leitores sintam- se provocados pela leitura e tomem atitudes críticas, reflexivas e responsáveis, em relação à preservação da água no nosso planeta. E todos podem se engajar, ajudando a divulgar e passar adiante as ideias, uma vez que campanhas governamentais desse tipo atingem um grande número de pessoas de todas as classes sociais, atendendo ao gosto de um público variado.
Dessa forma, podemos apontar na literatura de cordel um viés de caráter comunicativo que, por vezes, faz o papel da mídia, informando à população problemas sociais e ambientais que estão presentes em nossa sociedade de maneira séria e prazerosa.
6. REFERÊNCIAS
CHAVES, Rita. Margens do texto: Carlos Drummond de
Andrade. São Paulo: Scipione, 1993.
DOURADO, Gustavo. Cordel: Do Sertão nordestino à contemporaneidade da Internet. <http://www.gustavodourado.com.br/Cordeldosertaonordestinoaconte mporaneidadedaInternet.htm>. Acesso em: 08/05/2013, 16h40min50seg.
GALVÃO, Ana Maria de
Oliveira. Cordel: Leitores e ouvintes. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
KUNZ, Martine. Cordel:
A voz do verso. Fortaleza: Museu do Ceará. Secretaria da Cultura e Desporto
do Estado do Ceará, 2001.
LUYTEN, Joseph M. A notícia na literatura de cordel. São Paulo: Estação Liberdade, 1992.
MEIRA, Tatiana. Arte
popular do cordel abraça novas tecnologias. Jornal do Comércio,
Recife/PE, publicado no dia 21 de janeiro, 1998.
MONTEIRO, Manoel. O
planeta água está pedindo socorro. Campina Grande – PB: Editora Camp Graf,
2005.
PINHEIRO, Helder. O
cordel no cotidiano escolar. São Paulo: Cortez, 2012.
SILVA, Dilsom Barros da; BARBOSA, Vilma de Lourdes. A Literatura de Cordel no ensino de
Geografia. Disponível em: <http://www.prac.ufpb.br/anais/IXEnex/extensao/documentos/anais/2.CULTURA/2CEDMEOUT01.pdf.>
Acesso em: 08/05/2013, 18h50min10seg.
ANEXOS
PALAVRA DE PROMOTOR:
Antes do surgimento do rádio e da televisão, era o poeta popular quem em
suas cantorias ou através do folheto de cordel, levava a cultura e a informação
a todo o povo nordestino, chegando até às mais longínquas localidades interioranas.
Nessa época, era o poeta popular que relatava em seus versos os horrores das
guerras, a saga dos cangaceiros, os milagres do Padre Cícero, o encanto dos
casamentos das princesas, a tirania dos ditadores, enfim, narrava fatos
históricos, documentando a história. Além de contar os fatos históricos, o
poeta era e continua sendo um mestre na ficção, e sua criatividade já produziu
belíssimos romances narrados em forma de versos.
O poeta Manoel Monteiro, grande destaque da literatura de cordel, além
de contar fatos históricos e ficção, vem contribuindo de maneira destacada com
a educação ambiental de nossa gente. Sobre o tema, o valoroso poeta já criou
lindos poemas em defesa da fauna e da flora, dando especial atenção à proteção
e restauração das matas ciliares indispensáveis à proteção de nascentes, rios,
riachos, lagos e qualquer outro curso de depósito d'água.
Neste Cordel, intitulado O PLANETA ÁGUA ESTÁ PEDINDO SOCORRO, Manoel
Monteiro conduz sua sensibilidade poética para alertar sobre o perigo de escassez
da água. É fácil entender a preocupação do poeta com a qualidade e a quantidade
de água. Imaginem como ele deve se empolgar ao olhar para as belezas das
Cataratas do Iguaçu. Ao mesmo tempo, avaliem sua tristeza ao contemplar a
poluição do rio Tietê. Os mais belos cenários da Terra, agradáveis aos sentidos
e convidativos à poesia, têm a água na sua composição, geralmente como fundo
principal: as ondas do mar, as cachoeiras, os riachos, os lagos azuis, a
neblina caindo sobre um jardim florido, os pingos brotando de uma nascente, o
orvalho da manhã brilhando aos primeiros raios do sol, enfim, para o poeta a
água não é apenas útil no dia-a-dia, mas também é fonte inesgotável de
inspiração. A água de belezas indescritíveis, para o poeta, é composição obrigatória
em nosso cotidiano, ao cozinhar, na formulação de medicamentos, na geração de
energia elétrica, enfim, é essencial na fabricação ou criação de qualquer
coisa. Fica evidente que, nas nossas atividades diárias, nos preocupamos em
conseguir os demais elementos. Com a água não, "é s6 água, tem em
abundância". Será? Na verdade somente 0,02% do total de água de superfície
em nosso planeta é potável, portanto, não é tão abundante e, embora o homem não
a faça desaparecer da natureza, como faz com as florestas, em sua
irresponsabilidade desmedida, está contribuindo para que fique poluída e
consequentemente, tornando-a imprestável para o consumo. Não existe vida sem
água. Inutilizando-a o homem está predestinado a se afogar num mar de
imundície.
Este folheto do poeta Manoel Monteiro, além da beleza dos versos, é um
manual que deve ser seguido para que a água seja usada com racional idade, e
consequentemente, exista em quantidade e qualidade para as futuras gerações.
Campina Grande – PB, 10 de agosto de
2005
Trabalho fantástico Paulo, o cordel é realmente uma das manifestações culturais que mais caracterizam o povo nordestino, e muito me orgulho em dizer que faço parte desse povo, enquanto existir, irei disseminar essa arte, não só ela, mas também o repente e entre outras manifestações que dão peculiaridade a nossa cultura.
ResponderExcluirSó tenho então! é mais que parabenizar seu trabalho e sua iniciativa de abordar esse tema. Sucesso CARA. "A arte de ser louco é jamais cometer a loucura de ser um sujeito normal"
Raul Seixas
Literatura de Cordel, um tema que nunca sairá de evidência. Parabéns!
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