quinta-feira, 23 de abril de 2015

PROTÁGORAS DE ABDERA, UM SOFISTA GREGO


O JULGAMENTO QUE OS JURADOS NÃO SOUBERAM QUE SENTENÇA ESCOLHER...

Protágoras de Abdera foi um sofista grego, experiente em retórica que percorria o mundo grego cobrando elevadas taxas por seus conhecimentos a respeito do correto uso das palavras. Platão denominou-o como "sofista profissional" (o uso das palavras para ter sucesso).                       
Seu sucesso foi tão grande que inclusive criou uma escola de sofistas na qual recebia altos valores por seus ensinamentos. Não sei o motivo, mas Protágoras admitiu Enatlus, um jovem sem recursos, sob sua tutela para instruí-lo na arte das palavras. Como Enatlus não podia pagar, assinaram um acordo no qual o jovem se comprometia a pagar suas aulas quando ganhasse seu primeiro caso.  
         Enatlus foi um brilhante aluno e terminou seu ensino sem nenhum problema, mas vendo que o mundo do comércio era bem mais lucrativo deixou de lado a advocacia com o lógico e chateado mestre que lhe recordava continuamente a dívida contraída e o aluno respondia:  
        - "Após eu ganhar minha primeira causa, professor!"  
         O problema é que Enatlus enrolou tanto, mais tanto, que Protágoras cansou-se de esperar e levou o ex-aluno aos tribunais. Antes de iniciar o julgamento, Protágoras pediu a palavra:     

  
  - "Senhor juiz e jurados, ou eu ganho ou eu perco esta causa! Se ganhar, Enatlus deverá me pagar porque a sentença será a meu favor; se perder, ele deverá me pagar, igualmente, porque ganhou sua primeira causa, segundo o estabelecido em nosso acordo.”        
       
Enatlus estava perdido... mas demonstrou que tinha sido um bom discípulo. Pediu a palavra e utilizando os mesmos argumentos do mestre, disse:      
       - "Senhor juiz e jurados, ou eu perco ou eu ganho esta causa! Se perder, não devo pagar nada, pois perdi minha primeira causa, segundo o acordo estabelecido; e se eu ganhar, também não deverei pagar nada porque a sentença é a meu favor."  
         Esta guerra de sofistas deixou juiz e jurados desconcer- tados e incapazes de ditar a sentença. Protágoras, por sua vez, nunca recebeu um tostão de Enatlus.

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