sábado, 23 de julho de 2016

CORDEL - JUNÇÃO DE FÍSICA E POESIA

JUNÇÃO DE FÍSICA E POESIA 

Objetivo deste Cordel:

A impressão e distribuição deste cordel é uma iniciativa dos alunos do Ciclo VI, turma B, EJA, do Colégio Francisco Ernesto do Rêgo, Queimadas/PB, sob a supervisão da professora de Física, Tamires Farias.
         Escrito pelo poeta Furtunato Oliveira, natural de Água Branca, PB, o objetivo deste folheto é atrelar as aulas de Física, aprendidas em sala de aula, com a cultura e poesia nordestina. Tornando, assim, viva a nossa cultura, bem como o nosso aprendizado.
       Desenho de capa feito pelos alunos Ana Karolina Nunes, Damião Tavares, Jolirio Nascimento e Bruna Gomes. Material digitado e organizado por Elizabete Cristina e Cristina Gonçalves.
Restante dos alunos envolvidos no projeto: Luana Sabino, Eliete Soares, Monik Estefânia, Joana D'arc, José Ednaldo, Erinaldo (Tó), Márcio Aurélio, Márcio Justino, Luciana Balbino, Catarina Machado, Márcia e Lucas.
A parte estrutural do folheto teve a colaboração do poeta Paulo Seixas e da digitadora Milene Farias Moura.  

                                        
                                     Autor: Furtunato Oliveira
            Colaboração do Poeta Paulo Seixas
                      Queimadas, PB - 2016                        


Pra entender Física lhe peço,
Comece com o microscópico
Vá até o macroscópico,
Que é o nosso universo.
Vou tentar dizer em verso,
No meu humilde argumento,
Míseros vírgula um por cento,
Que a matéria física passa,
De tudo quanto tem massa
Nos mostra o conhecimento.

Nem um físico me escreveu,
Nem James, Cezar, nem Teles
Nem Isaac, nem Niele,
Nem Galileu Galilei.
É um dom que Deus me deu
E eu sou grato todo dia,
Vou mexer a teoria
Com minha inspiração,
Gerando uma solução
De Física com poesia.

A Física é constituída
Num tudo que é natureza,
Aonde existe grandeza
E a grandeza é conhecida.
Como massa, peso e medida,
Temperatura e calor,
Com líquido, sólido e vapor
Água, fogo, terra e ar,
Se você analisar
Ela está até na cor.

Física dinâmica é forçar,
Movimento é cinemática,
Equilíbrio é a estática,
Hidrostática é flutuar.
Hidrodinâmica é voar,
Gravitação é gravidade,
Óptica é visualidade,
Ondulatório é surfar,
Eletrostática é xerocar
E energia é eletricidade.

Carga elétrica, sua ação
Provoca eletricidade,
Conserva a capacidade
E exerce a atração.
E também a repulsão
Se repele, sendo iguais,
Se atraem sendo desiguais
Como o sexo no passado,
Porque hoje estão mudados
Os atos sexuais.

Uma força de ação
Vetorial pra entender
A gente tem que saber
O sentido e a direção.
E até a aceleração
É uma força vetor.
Módulo: é o mesmo valor.
Seja qualquer movimento,
Até o deslocamento
É fatorial, sim senhor!

Depende a temperatura
Que o aço, ferro ou estanho,
Ele mude de tamanho
Em comprimento e largura.
Dizem que o que se segura
É só a matéria prima,
Nem enlarguece, nem afina,
Mas quem usa como transplante,
Quando a frieza é constante,
O corpo sai da rotina.

Uma placa de cimento
Comprida ou quadrada ela,
Se a quentura bater nela,
Ela aumenta o crescimento,
Provocando abatimento,
Depressão e rachadura.
Mas se colocar fissura
E sulcos na área exata,
Essa placa se dilata,
Mas não perde a estrutura.

Pra se saber o local
De pôr a dilatação,
Divide-se e faz a adição,
Mas vai depender do grau.
Do Delta e do inicial,
Também do final da faixa,
Da espessura alta ou baixa
E outro que considero,
É o Alfa que tem mais zero
Do que minha conta na Caixa.

E uma porca pra tirar
De um parafuso quente,
Esfrie um, depois esquente
Aquele que vai folgar.
Aí pra desenroscar
Abasta a chave e a mão.
Antes para fazer essa ação
Era um sofrer da desgraça,
Hoje tiro achando graça,
Que não sou mais besta não.

Quando uma febre me enfrenta
Por choque térmico, talvez,
A física mais uma vez
Entre os corpos se apresenta.
Por dentro a matéria esquenta,
Por fora o corpo é gelado.
E pra ficar recuperado
É como a matéria sadia,
Não cura, mas alivia;
É um abraço apertado.

Um dia fui convidado
Pra uma Física elaborar.
Cheguei lá era pra empurrar
Um carro velho quebrado.
E mais outra, que o danado
Tava com os pneus sem ar.
Disseram: Vamos empurrar,
Mova com força, coroa,
Que isso é bom pra pessoa
Quando quer Física estudar.

Já outra vez, certo dia,
Me falou um construtor:
“Tô sabendo que o senhor
Aprende tudo de Física.
Vai me instalar uma energia,
Mas eu não tenho luva não”.
Eu lhe disse: Meu patrão,
Eu muito lhe considero,
Mas desse jeito eu não quero
Saber o que é Física não.

       Só com minha asssinatura

A professora da gente
De Física, a disciplina,
Parecendo uma menina
Mas é muito inteligente.
Passou uma prova diferente
Das que eu já elaborei.
E quando no quadro olhei
Eu me senti a esmo,
E pensei comigo mesmo:
Eu agora me lasquei!

Fiquei olhando pra prova
Pensei comigo: E agora?!
Levantou-se uma senhora
Grávida, mas bastante nova.
Como a esperança se renova,
Disse: Vou duplar com o senhor.
Pensei, foi Deus redentor
Que mandou essa buchuda,
Porque o Diabo não ajuda
A um aluno sofredor.

Ela disse: Criatura,
Vou lhe ensinar. É assim:
O Alfa é esse peixin,
O grau é a temperatura,
E a forma é a mistura,
Diminui e é somada,
E depois multiplicada.
Está entendendo agora?
Eu respondi: Sim, senhora,
Mas não entendi foi nada.

Ela me disse: Coroa,
Se não sabe, não se culpe.
Também não se preocupe
Que nessa área eu sou boa.
Por mim e por sua pessoa
Eu faço a prova tranquila,
E aqui ninguém opina
E de ninguém quero carona,
A gente dá fila a Joana
Mas a gente não quer fila.

        Só quem nos deu um toquinho
        Foi a nossa professora,
        Que a nossa calculadora
        Era como um chaveirinho (Quer dizer)
        Tava bem devagarinho,
        Mas findamos com bravura.
        Aí ela assinou segura
        E eu também assinei.
        E uma nota boa tirei
        Só com minha assinatura.


NOTA

O tema desenvolvido nestes poemas é a Física. 
Autor: Furtunato Oliveira
Natural: Água Branca, PB
Reside atualmente: Queimadas, PB


Este cordel é composto por 18 estrofes em duas histórias diferentes.
Cada estrofe contém 10 versos onde:
O primeiro rima com o quarto e o quinto;
O segundo rima com o terceiro;
O sexto rima com o sétimo e o décimo; 
O oitavo rima com o nono.


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