Dentre as produções
cinematográficas brasileiras mais aguardadas para este final de ano (há menos
de um ano das eleições presidenciais, diga-se de passagem), destaca-se, com
certeza, o longa metragem Lula, o Filho do Brasil, uma superprodução baseada na
biografia do nosso então presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva.
Fundamentado em fatos
reais, o filme narra a trajetória de Lula desde a sua infância pobre no
interior de Pernambuco, lembrando mais tarde seus tempos de militância sindical
no ABC paulista, em São Paulo, durante a década de 1980. Com destaque principal
para sua prisão durante a ditadura militar, quando ele então tinha 35 anos de
idade.
Como toda grande
realização desse porte, o filme é patrocinado por algumas das maiores empresas
privadas do país, o que acaba gerando muitas suspeitas, deixando uma margem de
desconfiança sobre a qual alguns chegam, inclusive, a afirmar que a história
filmográfica de Lula nada mais é do que um pretexto, uma maneira estratégica de
enaltecer a sua figura como presidente da República, apelando para a
sensibilidade do povo brasileiro. Seria, então, um filme produzido
especificamente com fins eleitoreiros, sem maiores preocupações talvez, com a
crítica, premiações ou mesmo com bilheteria.
Cabe aos produtores e
diretores desse projeto provarem o contrário, que o filme realmente tem
conteúdo e compromisso com a sétima arte, provocando emoções instantâneas e
verdadeiras no telespectador, sem precisar recorrer ao uso de apelações ou
subterfúgios que possam vir a comprometer a qualidade do mesmo. Até porque não
há como discordar da coincidência de datas, uma vez que o presidente Lula
pretende apoiar, daqui a poucos meses, uma mulher para ocupar a sua vaga, a atual
ministra da casa civil, Dilma Rousseft.
Enfim, o atual cinema
brasileiro, o qual vem se destacando consideravelmente na produção de filmes de
sucesso, de crítica e de público, só tem a agradecer. E irá exibir brevemente
(um pouco antes da pirataria, talvez) um longa que poderá bater recordes
de bilheteria, previamente apoiado numa ostensiva campanha publicitária.
Texto da minha época de Faculdade - Paulo A. Vieira - 2009
O rico menino pobre...
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