1 - Construção/ Chico Buarque
Em 1971, Chico criticou indiretamente o sistema, através da música
"Construção", que narra a vida e a morte de um operário da construção
civil. Sem medida ideal pra sobreviver às condições precárias de trabalho, o
sistema leva a culpa por ações do governo que levavam a este fim.
Letra:
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado.
2 - Águas de Março/ Elis Regina e Tom
Jobim
A música mais conhecida na voz de Elis, foi lançada primeiramente por
Tom Jobim no compacto intitulado "Disco de Bolso, o Tom de Jobim e o Tal
de João Bosco". Em 1972, Elis regravou no álbum "Elis".
Em outras ocasiões, "Águas de Março" já foi considerada a
canção mais importante de todas, no Brasil. E internacionalmente, como uma das dez músicas mais bonitas do século.
A música, em todo o seu contexto ecológico e do verdadeiro cenário
brasileiro, trata do mês de março, quando termina-se o verão, de chuvas fortes
e ventanias.
Aqui, a água é utilizada como fonte de renascimento, uma "promessa
de vida".
Letra:
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba do campo, o nó da madeira
Caingá candeia, é o Matita-Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho
É um estepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manha, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto do toco, é um pouco sozinho
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
Pau, pedra, fim do caminho
Resto de toco, pouco sozinho
Pau, pedra, fim do caminho
Resto de toco, pouco sozinho
Pedra, caminho
Pouco sozinho
Pedra, caminho
Pouco sozinho
Pedra, caminho
É o toco...
3 - Carinhoso/ Pixinguinha
Mesmo tendo sido composta há mais de 100 anos, ainda é a melodia mais
famosa da música popular brasileira.
Composta por Pixinguinha aos 18 anos de idade e posteriormente, recebendo a letra de João de Barro, permaneceu escondida
durante alguns anos, por medo do autor de ser considerada muito americanizada.
Entre milhares de regravações e releituras, ela ocupa um lugar dentro de
todos nós.
Letra:
Meu coração, não sei por quê
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo,
Mas mesmo assim foges de mim.
Ah se tu soubesses
Como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero.
E como é sincero o meu amor,
Eu sei que tu não fugirias mais de mim.
Vem, vem, vem, vem,
Vem sentir o calor dos lábios meus
À procura dos teus.
Vem matar essa paixão
Que me devora o coração
E só assim então serei feliz,
Bem feliz.
4 - Asa Branca/ Luiz Gonzaga/ Humberto Teixeira
Escrita há mais de 60 anos, e com uma letra absolutamente atual,
encontra-se ainda hoje no cenário do sertanejo brasileiro, retratando a vida
dura e a seca do sertão.
Logo, a "asa-branca", pássaro típico da região da caatinga,
representando a paz e a saudade, atua com o papel de quem bate as asas em busca
de uma vida melhor.
Letra:
Quando olhei a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação.
Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de "prantação"
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão.
"Inté" mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Então eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração.
Hoje longe, muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão.
Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na "prantação"
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu, meu coração
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu, meu coração.
5 - Mas Que Nada/ Jorge Ben Jor
Escrita em 1963, ainda soa quente em nossos ouvidos.
Em 2006, a música foi regravada pela banda Black Eyed Peas e Sergio
Mendes.
Recheada de samba com rock, jazz, pop, funk e maracatu, traz a "poesia pura e simples do brasileiro autêntico."
Letra:
Hu há, há, há, há, hi
Oooô lariá laiô obá obá obá
Oooô ooô ooô lariá laiô obá obá obá
Mas que nada
Sai da minha frente eu quero passar
O samba está animado
Que eu quero é sambar
E esse samba que é misto de maracatu
É samba de preto velho
Samba de preto tu
Mas que nada
Um samba como esse tão legal
Você não vai querer que eu chegue no final
Oooo lariá laiô hobá hobá hobá
Oooo ooô lariá laiô hobá hobá hobá
6 - Chega de Saudade/ João
Gilberto/Vinícius de Moraes/Tom Jobim
Ela é considerada o marco zero da bossa nova, cheia de suingue e ritmo. O violão ao fundo dá vontade de nunca mais parar de ouvir...
Letra:
Vai minha tristeza
E diz a ela que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer
Chega de saudade
A realidade é que sem ela
Não há paz não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim
Não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar
Se ela voltar que coisa linda
Que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos
Que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços, os abraços
Hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio
De você viver sem mim
Não quero mais esse negócio
De você longe de mim
Vamos deixar esse negócio
De você viver sem mim.
7 - Aquarela do Brasil/ Ary Barroso
Uma das mais populares canções
brasileiras de todos os tempos, escrita pelo compositor mineiro Ary Barroso em
1939. O samba foi gravado a primeira vez por seu parceiro Francisco Alves, e
depois por diversos artistas que vão de Carmen Miranda a Frank Sinatra,
passando por João Gilberto, Caetano Veloso, Gal Costa, Erasmo Carlos e Elis
Regina.
Antes de ser gravada, "Aquarela do
Brasil" inicialmente foi chamada de "Aquarela Brasileira".
Letra:
Letra:
Brasil, meu Brasil
Brasileiro,
Meu mulato inzoneiro,
Vou cantar-te nos meus versos:
Vou cantar-te nos meus versos:
O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar;
O Brasil do meu amor,
Terra de Nosso Senhor.
Brasil!... Brasil!... Prá mim!... Prá
mim!...
Ô, abre a cortina do passado;
Tira a mãe preta do cerrado;
Bota o rei congo no congado.
Brasil!... Brasil!...
Deixa cantar de novo o trovador
À merencória à luz da lua
Toda canção do meu amor.
Quero ver essa Dona caminhando
Pelos salões, arrastando
O seu vestido rendado.
Brasil!... Brasil! Prá mim ... Prá
mim!...
Brasil, terra boa e gostosa
Da moreninha sestrosa
De olhar indiferente.
O Brasil, verde que dá
Para o mundo admirar.
O Brasil do meu amor,
Terra de Nosso Senhor.
Brasil!... Brasil! Prá mim ... Prá
mim!...
Esse coqueiro que dá coco,
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar.
Ô! Estas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar.
Ô! Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro,
Terra de samba e pandeiro.
Gravada ao longo do
primeiro semestre de 1974, Gita foi inspirada no misticismo que envolvia as
vidas de Raul Seixas e Paulo Coelho. O título veio do livro sagrado do
Hinduísmo, o Bhagavad Gita.
Uma curiosidade
importante sobre essa mística canção, é a de que ela contou com 62 pessoas no
estúdio para gravar seus arranjos – com Raul Seixas ao piano, além de uma
enorme orquestra que se revezava no estúdio, executando um momento sublime do
pop brasileiro: “Gita”. Raul queria algo épico. Ele sabia que seria uma marca
deixada na face da história da música.
Letra:
“Eu que já andei
pelos quatro cantos do mundo procurando, foi justamente num sonho que Ele me
falou.”
Às vezes você me
pergunta
Por que é que eu sou
tão calado,
Não falo de amor
quase nada
Nem fico sorrindo ao
teu lado.
Você pensa em mim
toda hora
Me come, me cospe, me
deixa,
Talvez você não
entenda
Mas hoje eu vou lhe
mostrar.
Eu sou a luz das
estrelas
Eu sou a cor do luar,
Eu sou as coisas da
vida
Eu sou o medo de
amar.
Eu sou o medo do
fraco
A força da
imaginação,
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu
vou.
Gita, Gita, Gita,
Gita...
Eu sou o seu
sacrifício
A placa de
contra-mão,
O sangue no olhar do
vampiro
E as juras de
maldição.
Eu sou a vela que
acende
Eu sou a luz que se
apaga,
Eu sou a beira do
abismo
Eu sou o tudo e o
nada.
Por que você me
pergunta
Perguntas não vão lhe
mostrar,
Que eu sou feito da
terra,
Do fogo, da água, do
ar.
Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom
ou ruim,
Mas saiba que eu
estou em você
Mas você não está em
mim.
Das telhas eu sou o
telhado
A pesca do pescador,
A letra "A" tem meu
nome
Dos sonhos eu sou o
amor.
Eu sou a dona de casa
Nos pegue pagues do
mundo,
Eu sou a mão do
carrasco
Sou raso, largo,
profundo,
Gita, Gita, Gita,
Gita...
Eu sou a mosca da
sopa
E o dente do tubarão,
Eu sou os olhos do
cego
E a cegueira da
visão.
Mas eu sou o amargo
da língua
A mãe, o pai e o avô.
O filho que ainda não
veio,
O início, o fim, e o
meio.
O início, o fim, e o
meio.
Eu sou o início, o
fim e o meio.
Eu sou o início, o fim e o meio.
Eu sou o início, o fim e o meio.
9 - Panis et Circencis/ Os Mutantes
Uma das canções mais importantes da Tropicália, deriva o nome de um uso
errôneo de uma expressão latina que Décio Pignatari chamou de "delicioso
provincianismo de vanguarda". Seu nome escrito e reescrito de várias
formas, perpetua a confusão até hoje.
Sendo gravada e regravada por várias pessoas, até hoje, foi considerada
uma "peça tropicalista bem-acabada, perfeita", por Gilberto Gil.
Letra:
Eu quis cantar
Minha canção iluminada de sol
Soltei os panos sobre os mastros no ar
Soltei os tigres e os leões nos quintais
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
Mandei fazer
De puro aço luminoso um punhal
Para matar o meu amor e matei
Às cinco horas na avenida central
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
Mandei plantar
Folhas de sonho no jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol
E as raízes procurar, procurar.
10 - Detalhes/ Roberto Carlos
O "Rei" não poderia ficar de fora dessa.
De uma maneira brilhante, Roberto e Erasmo conseguiram definir todas as
sensações de um amor, desde a alegria, até a vingança.
Boatos dizem que a musa de "Detalhes" seria Magda Fonseca,
ex-namorada de Roberto, que afirma que mesmo sendo um cara tão comum, dele, ela
nunca vai esquecer.
Letra:
Não adianta nem tentar me esquecer
Durante muito tempo em sua vida
Eu vou viver
Detalhes tão pequenos de nós dois
São coisas muito grandes pra esquecer
E a toda hora vão estar presentes
Você vai ver
Se um outro cabeludo aparecer na sua rua
E isto lhe trouxer saudades minhas
A culpa é sua
O ronco barulhento do seu carro
A velha calça desbotada ou coisa assim
Imediatamente você vai lembrar de mim
Eu sei que um outro deve estar falando ao seu ouvido
Palavras de amor como eu falei, mas eu duvido!
Duvido que ele tenha tanto amor
E até os erros do meu português ruim
E nessa hora você vai lembrar de mim
A noite envolvida no silêncio
Do seu quarto
Antes de dormir você procura
O meu retrato
Mas da moldura não sou eu quem lhe sorri
Mas você vê o meu sorriso mesmo assim
E tudo isso vai fazer você lembrar de mim
Se alguém tocar seu corpo como eu
Não diga nada
Não vá dizer meu nome sem querer
À pessoa errada
Pensando ter amor nesse momento
Desesperada você tenta até o fim
E até nesse momento você vai
Lembrar de mim
Eu sei que esses detalhes vão sumir
Na longa estrada
Do tempo que transforma todo amor
Em quase nada
Mas "quase" também é mais um detalhe
Um grande amor não vai morrer assim
Por isso, de vez em quando você vai
Vai lembrar de mim
Não adianta nem tentar me esquecer
Durante muito tempo em sua vida
Eu vou viver
Não, não adianta nem tentar
Me esquecer...
Me esquecer...
11 - Alegria, Alegria/
Caetano Veloso
Alegria, Alegria, foi a música que
levou o movimento tropicalista ao público, no famoso III Festival da TV Record,
no ano de 1967.
Segundo Caetano, a
apresentação ao lado da banda argentina Beat Boys, com seus cabelos longos,
guitarras e cores, era de forma gritante aquilo tudo o que os nacionalistas da
MPB mais temiam e detestavam.
A
ideia, era uma "marcha de carnaval transformada", que expunham as
referências pop da época.
Letra:
Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou
O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não
Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento
Eu vou
Eu tomo uma Coca-Cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil
Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou
Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou...
Por que não, por que não...
12 - Canto de Ossanha/ Baden Powell/
Vinicius de Moraes
- "O canto da mais difícil e mais misteriosa das deusas do candomblé
baiano. Aquela que sabe tudo sobre as ervas, sobre a alquimia do amor."
Letra:
Deaaá! Deeerê! Deaaá!
O homem que diz "dou"
Não dá!
Porque quem dá mesmo
Não diz!
O homem que diz "vou"
Não vai!
Porque quando foi
Já não quis!
O homem que diz "sou"
Não é!
Porque quem é mesmo "é"
Não sou!
O homem que diz "tou"
Não tá
Porque ninguém tá
Quando quer
Coitado do homem que cai
No canto de Ossanha
Traidor!
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor...
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não Vou!
Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não!
Eu só vou se for prá ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor...
Amigo sinhô
Saravá
Xangô me mandou lhe dizer
Se é canto de Ossanha
Não vá!
Que muito vai se arrepender
Pergunte pr'o seu Orixá
O amor só é bom se doer
Pergunte pr'o seu Orixá
O amor só é bom se doer...
Vai! Vai! Vai! Vai!
Amar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Sofrer!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Chorar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Dizer!...
Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não!
Eu só vou se for prá ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor...
Fonte principal consultada:
https://www.mensagenscomamor.com/10-maiores-musicas-nacionais
https://www.mensagenscomamor.com/10-maiores-musicas-nacionais
Interessante observar que as canções mais novas aqui são da década de 1970
ResponderExcluirFaltou pelo menos, uma música que se destaca no cancioneiro popular brasileiro. Um clássico de Ary Barroso, Aquarela do Brasil.
ResponderExcluirPerfeitamente, Marcos. Lendo esse seu comentário, achei por bem acrescentar essa e também outra música que marcou época. Gita, de Raul Seixas. Valeu pela observação!
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