Na ociosidade em que eu vivo
Há muito tempo sem trabalhar,
Sem ter uma rotina, um emprego
No qual eu possa me ocupar,
Pergunto-me o que faço aqui.
Muitas coisas me fazem refletir
Sobre a vida que vivo a levar.
Logo pela manhã, ao acordar
Vou consultar a minha agenda.
Sem nada pra fazer, o dia
inteiro,
Uma despreocupação tremenda.
Limpo o quintal, varro calçada,
Não fico à toa, sem fazer nada,
Embora isso não resulte renda.
Mente vazia é oficina do diabo,
Diz um antigo ditado popular.
Na falta de um emprego formal,
Coloco a mente para funcionar.
Faço “bicos”, escrevo poemas,
Isso não resolve meus problemas,
Mas até ajuda o tempo a passar.
De que adianta ter formação
Em nível técnico e superior,
Se não consigo um trabalho
Em qualquer área que for.
Sou um pau para toda obra,
Apesar de que a saúde cobra,
Uma coluna que me causa dor.
Não procuro cobrar do meu país,
Inclusive, dos nossos governantes
Pela crise que assola este
Brasil,
Onde o desemprego é constante.
Nessa minha vida de comodismo,
Falta-me certo empreendedorismo
Que já tive num passado distante.
Deixei-me levar pelo tempo
E brinquei mais do que devia.
Nos trabalhos por onde passei
Sempre lutei pela “mais valia”.
Patrão de mim, jamais gostou,
E assim, a minha vida passou,
Trazendo a experiência em dia.
Com um histórico na carteira,
O bom profissional sempre rende.
Mas, após os quarenta, fica
difícil
Nem mesmo a família compreende.
Problema igual que o jovem
retrata,
Sem experiência, não se contrata;
E sem ter chance, nunca aprende.
Sem uma responsabilidade na vida,
Um homem não tem o que contar.
Só uma preocupação, uma dívida
E até uma mulher para lhe chatear
É o que transforma o seu destino.
Um homem não passa de um menino
Se não tiver com o que se
preocupar.
Paulo Seixas
É realmente complicado essa situação.
ResponderExcluir