O BAIXO NÍVEL DA PROGRAMAÇÃO NA TV ABERTA

O BAIXO NÍVEL DA PROGRAMAÇÃO NA TV ABERTA

         Já não é mais nenhuma novidade o fato de as televisões brasileiras apresentarem programas de baixo nível ou de qualidade duvidosa, em especial, os canais de TV abertos e suas programações relacionadas com certos “reality shows”. Parece não haver mais limite para a baixaria ou para a falta de pudor.

A poderosa e temida REDE GLOBO, a quarta maior TV aberta do mundo e que outrora exibia produtos de uma maior relevância, há muito que já se rendeu à vulgaridade em nome de alguns pontos a mais no Ibope. A exemplo do SBT, a emissora do empresário Sílvio Santos, ou da TV RECORD, pertencente ao bispo Edir Macedo, que agora presenteia os seus telespectadores com programas alienadores do tipo Big Brother Brasil e coisas do gênero. Uma tremenda imbecilidade!

Por certo, os idealizadores desses espetáculos ridículos e de uma enorme pobreza cultural (vê se te enxerga, Pedro Bial!), devem subestimar e muito a inteligência de seu público. Ou talvez, quem sabe, estão moldando de forma personalizada a cara do novo e atual telespectador: uma figura pouco exigente no que se refere ao bom gosto e a uma melhor apreciação dos recursos oferecidos pela telinha.

Salvo as muitas exceções, seria essa aceitação um tanto passiva para com essa nova programação o reflexo nítido da falta de cultura entre os telespectadores? Pode ser a comprovação de algo muito mais sério do que se possa imaginar. Com o horário nobre agora mergulhado em tanta porcaria, talvez isso seja um convite à volta da censura, o que, de certa forma, não seria tão mal a essa altura do campeonato. Parece clichê, mas estão confundindo liberdade com libertinagem.

Entretanto, sabemos que ainda há programas que merecem uma atenção especial, pelo conteúdo e pela forma que se apresentam. A TV RECORD, a se saber, sai na frente com o seu HOJE EM DIA, dando um show de competência e dinamismo nos horários da manhã. Aliás, são justamente os telejornais que contribuem positivamente para o equilíbrio de forças entre as emissoras de televisão brasileiras, um requisito que ainda faz a diferença. Menos mal.

Para este ano de 2011, as TVs certamente prometem colocar no ar muita sacanagem, no sentido mais literal da palavra. E o carro chefe dessa “zona” toda, a imundície maior será esse tal de Big Brother, da REDE GLOBO, que inclusive, já vai para a sua 11ª edição. Como tem gente de mente vazia nesse nosso país! É assim que pretendemos alcançar o Primeiro Mundo? Assistir a um lixo desses é o mesmo que dar um tapa na própria cara.

Pornografia quase explícita no ar, ociosidade e incentivo da mesma, intrigas, discórdias e fofocas nitidamente tramadas que não levam a nada, forçação de barra inegável ao tentarem inserir um novo ídolo na TV, além de enganarem milhares de trouxas em todo o país, dando-lhes esperança de participarem desses programas através de inscrições previamente anunciadas. Essas são algumas das “qualidades” observadas, o retrato 3x4 de um reality show que já virou tradição na TV GLOBO, o qual dá sua contribuição anual na formação e alienação de novos e despreparados seguidores.

  

Paulo A. Vieira