Este
texto foi escrito originalmente pela amiga Carmem Rosane, do meu curso de
Comunicação Social. A minha contribuição foi no sentido de organizar melhor as ideias,
as quais merecem toda a minha atenção. Leiam a seguir!
BRASIL, MEU BRASIL
BRASILEIRO
Não
sou muito boa em criticar, tampouco apontar erros ou acertos alheios. Mas vejo
que hoje, com a popularização da mídia e seu alcance em nível global, muita coisa
mudou. E para pior. O mundo vive atualmente da “americanização”, pois as muitas
pessoas que vivem do que vêem, por vezes, buscam em outras culturas como a
americana e a inglesa, uma tábua de salvação para sua maneira diferente de ser.
Através dessas culturas, é que elas inspiram seu comportamento, seu modo de
vestir, falar etc.
Mas
isso não é de hoje, já vem de algum tempo. Muitos modismos foram lançados
durante as últimas décadas e quase todos vindos da Europa ou dos Estados Unidos
da América, cada um lançando suas gírias e modas. E não só no jeito de vestir,
como também na conduta de crianças, jovens e adultos, uma geração inteira. A
influência, muitas vezes, pode vir de um autor, de um estudioso novo, de um
maluco qualquer que cria algo diferente. Ou talvez, de um gênio da informática,
de um filme com seus atores e diretores famosos, como também de um cantor ou
compositor “relâmpago”.
Esses
últimos, os cantores, são os que verdadeiramente influenciam nas ideias dos
jovens de hoje. Não é novidade que uma ideologia musical “fascista” vem sendo
passada ao mundo, algo que já perpassa os limites do possível. Assistimos a
muitas mudanças no cenário musical mundial com seus personagens marcantes, como
Beatles e Rolling Stones na década de 60, Elvis Presley um pouco antes,
iniciando nos anos 50. Bandas de rock como Iron Maden nos anos 70, a influência
do pop nos anos 80 na voz de Michael Jackson, Madonna, Tina Tunner, entre
outros. O Grunge do grupo Nirvana, nos anos 90... E também no Brasil, com
grandes nomes e épocas diferentes, como a Jovem Guarda de Roberto e companhia,
nos anos 60, a Tropicália de Gil e Caetano, na década seguinte e o melhor do
pop rock, dos anos 80.
Aos
poucos, não só os ídolos que vão desaparecendo, como também a qualidade dos
mesmos vai decaindo e os ideais sumindo. As músicas da atualidade, em especial,
do Brasil, só tratam agora de coisas fúteis, superficiais, e por que não dizer
inúteis. E aqueles que, provavelmente, teriam muito ainda a nos mostrar,
terminam seus dias de forma trágica, engolidos pelo mal da depressão. Em tempos
passados, muito se falava em liberdade de expressão, pensamentos de mudança,
revolução. O que se vê hoje é um descaso com esses direitos e deveres,
transformando-se liberdade em libertinagem.
As
composições atuais, independente de onde sejam criadas, só falam mesmo em
bebidas, farras, desvalorização das relações familiares ou de amizade. Quantas
“músicas” não ouvimos tocando por aí que denigrem a mulher e a tratam como
fútil, burra, promíscua e sabe-se lá o que mais? Admira-me muito quando vejo
certas mulheres, ditas inteligentes, propagando esse tipo de sonorização,
repetindo seus refrões como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. E
não são apenas as mulheres que são motivos de chacota nesse tipo de letra, as
relações de amizades também são abaladas por traições, duplos sentidos, entre
outros.
Se
com os ídolos de antigamente tínhamos o que aprender, com os de hoje temos
mesmo é que esquecer, não generalizando por completo. No entanto, creio que 70%
dos cantores e músicos da atualidade são descartáveis, ou como dizem por aí,
“modinha” passageira. Poucos “sobreviverão”, mais precisamente, aqueles que têm
algo a acrescentar. Como diria o escritor Benjamim... “Essa é a era da
reprodutibilidade técnica; a essência, a aura é perdida. Só nos resta a
carcaça, o esqueleto, a reprodução de algo já visto antes, sem nada de novo a
acrescentar”.
Os
ciclos de ideias e pensamentos se acabaram. O que antes era descartado, hoje é
o que importa para as novas gerações. O que pessoas com um histórico de drogas,
ataques de histeria, internações por uso abusivo de entorpecentes têm a
acrescentar na vida de alguém? “Essa é a ‘princesa’ do pop que tantos
idolatram, muitos dizem que até morreriam por ela e que fariam de tudo para
apenas chegar mais perto”. Mera ilusão. A obra de Michael Jackson é grandiosa,
mas seu exemplo de vida não foi dos melhores. Acusações de pedofilia,
escândalos em sua vida particular e familiar, e muito, muito mais. Muitas vezes
a obra de um artista se ofusca num lamaçal de inquietações, tornando-se
turbulenta a sua existência pessoal.
Muitos
desses artistas que aparecem na mídia atualmente, surgem e somem como um
meteoro. Sua ascensão e queda não são possíveis sequer de serem absorvidas
completamente. Quando pensamos que iremos ver ainda um novo trabalho daquele
indivíduo, ele já tem sido esquecido, deixado pra trás por sua outrora legião
de “fãs”. É como diz a letra do grupo Titãs: “Um ilustre desconhecido é o novo
ídolo do próximo verão”. Essa música é o retrato fiel da atual situação musical
brasileira.
Os
enlatados oriundos dos EUA são os que mais incomodam agora, de verdade. Sem
xenofobismo, atualmente muito pouco do que vem de lá, em se tratando de
produção musical, se aproveita. O resto é só quinquilharia, exportação barata.
Fazendo mais uma citação da música dos Titãs, só pra nos fazer entender melhor,
“Um idiota em inglês, se é idiota é bem menos que nós, um idiota em inglês é
bem melhor do que eu e vocês”. Enquanto eles nos desprezam, evidenciando nossas
mulheres como prostitutas, nós, brasileiros tapados, exaltamos a sua cultura
massiva atual, de uma péssima qualidade. Exaltamos o consumo de seus produtos,
enquanto os nossos pouco penetram no mercado de lá. E nem sempre é por falta de
qualidade, mas sim, por preconceito mesmo. Como diria outro gênio da música
popular brasileira, Djavan: “Se farinha fosse americana, mandioca importada,
banquete de bacana era farinhada”.
Não
venho aqui para tratar mal algum país ou sua cultura, e sim, para abrir os olhos
de muitos que se esquecem que o nosso país, Brasil, pode não ser o melhor do
mundo, o mais desenvolvido culturalmente. Mas, apesar de tudo, tem muito mais a
nos oferecer, muito mais a ver conosco. Nossas ideias são legitimadas dentro de
nossos ideais de vida e de aprendizado. Não são ideias compradas, enlatadas, e
que muitas vezes não conhecemos sequer o seu embasamento teórico. Sou a favor,
sim, do uso de pensamentos e conhecimentos universais para complementarmos os
nossos, mas não para suplantá-los. Nosso país e nossa cultura em primeiro
lugar, valorizando sempre o que houver de melhor na nossa produção musical, a
qual se encontra cada vez mais escassa de ideias originais.
ói, meu amigo o negoço é pra silas.
ResponderExcluiro negoço é pra silas car.
essas midias que divulgam as porcaria que vêem defora ou são produzidas aqui mesmo, promovem um verdadeiro terrorimo. são todos terroristas.
Bondade sua você deu um balão imenso como diria o mestre Orlando Angelo.Até parece que eu estava escrevendo dormindo.O que não deixa de ter um fundo de verdade rsrsrsrrs.Mas depois de sua IMENSA contribuição o texto ficou ótimo.
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