sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A DECADÊNCIA CULTURAL EM EVIDÊNCIA

Este texto foi escrito originalmente pela amiga Carmem Rosane, do meu curso de Comunicação Social. A minha contribuição foi no sentido de organizar melhor as ideias, as quais merecem toda a minha atenção. Leiam a seguir!           
              
       BRASIL, MEU BRASIL BRASILEIRO
                                                           
Não sou muito boa em criticar, tampouco apontar erros ou acertos alheios. Mas vejo que hoje, com a popularização da mídia e seu alcance em nível global, muita coisa mudou. E para pior. O mundo vive atualmente da “americanização”, pois as muitas pessoas que vivem do que vêem, por vezes, buscam em outras culturas como a americana e a inglesa, uma tábua de salvação para sua maneira diferente de ser. Através dessas culturas, é que elas inspiram seu comportamento, seu modo de vestir, falar etc.
Mas isso não é de hoje, já vem de algum tempo. Muitos modismos foram lançados durante as últimas décadas e quase todos vindos da Europa ou dos Estados Unidos da América, cada um lançando suas gírias e modas. E não só no jeito de vestir, como também na conduta de crianças, jovens e adultos, uma geração inteira. A influência, muitas vezes, pode vir de um autor, de um estudioso novo, de um maluco qualquer que cria algo diferente. Ou talvez, de um gênio da informática, de um filme com seus atores e diretores famosos, como também de um cantor ou compositor “relâmpago”.
         Esses últimos, os cantores, são os que verdadeiramente influenciam nas ideias dos jovens de hoje. Não é novidade que uma ideologia musical “fascista” vem sendo passada ao mundo, algo que já perpassa os limites do possível. Assistimos a muitas mudanças no cenário musical mundial com seus personagens marcantes, como Beatles e Rolling Stones na década de 60, Elvis Presley um pouco antes, iniciando nos anos 50. Bandas de rock como Iron Maden nos anos 70, a influência do pop nos anos 80 na voz de Michael Jackson, Madonna, Tina Tunner, entre outros. O Grunge do grupo Nirvana, nos anos 90... E também no Brasil, com grandes nomes e épocas diferentes, como a Jovem Guarda de Roberto e companhia, nos anos 60, a Tropicália de Gil e Caetano, na década seguinte e o melhor do pop rock, dos anos 80.
Aos poucos, não só os ídolos que vão desaparecendo, como também a qualidade dos mesmos vai decaindo e os ideais sumindo. As músicas da atualidade, em especial, do Brasil, só tratam agora de coisas fúteis, superficiais, e por que não dizer inúteis. E aqueles que, provavelmente, teriam muito ainda a nos mostrar, terminam seus dias de forma trágica, engolidos pelo mal da depressão. Em tempos passados, muito se falava em liberdade de expressão, pensamentos de mudança, revolução. O que se vê hoje é um descaso com esses direitos e deveres, transformando-se liberdade em libertinagem.
As composições atuais, independente de onde sejam criadas, só falam mesmo em bebidas, farras, desvalorização das relações familiares ou de amizade. Quantas “músicas” não ouvimos tocando por aí que denigrem a mulher e a tratam como fútil, burra, promíscua e sabe-se lá o que mais? Admira-me muito quando vejo certas mulheres, ditas inteligentes, propagando esse tipo de sonorização, repetindo seus refrões como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. E não são apenas as mulheres que são motivos de chacota nesse tipo de letra, as relações de amizades também são abaladas por traições, duplos sentidos, entre outros.
Se com os ídolos de antigamente tínhamos o que aprender, com os de hoje temos mesmo é que esquecer, não generalizando por completo. No entanto, creio que 70% dos cantores e músicos da atualidade são descartáveis, ou como dizem por aí, “modinha” passageira. Poucos “sobreviverão”, mais precisamente, aqueles que têm algo a acrescentar. Como diria o escritor Benjamim... “Essa é a era da reprodutibilidade técnica; a essência, a aura é perdida. Só nos resta a carcaça, o esqueleto, a reprodução de algo já visto antes, sem nada de novo a acrescentar”.
Os ciclos de ideias e pensamentos se acabaram. O que antes era descartado, hoje é o que importa para as novas gerações. O que pessoas com um histórico de drogas, ataques de histeria, internações por uso abusivo de entorpecentes têm a acrescentar na vida de alguém? “Essa é a ‘princesa’ do pop que tantos idolatram, muitos dizem que até morreriam por ela e que fariam de tudo para apenas chegar mais perto”. Mera ilusão. A obra de Michael Jackson é grandiosa, mas seu exemplo de vida não foi dos melhores. Acusações de pedofilia, escândalos em sua vida particular e familiar, e muito, muito mais. Muitas vezes a obra de um artista se ofusca num lamaçal de inquietações, tornando-se turbulenta a sua existência pessoal.
Muitos desses artistas que aparecem na mídia atualmente, surgem e somem como um meteoro. Sua ascensão e queda não são possíveis sequer de serem absorvidas completamente. Quando pensamos que iremos ver ainda um novo trabalho daquele indivíduo, ele já tem sido esquecido, deixado pra trás por sua outrora legião de “fãs”. É como diz a letra do grupo Titãs: “Um ilustre desconhecido é o novo ídolo do próximo verão”. Essa música é o retrato fiel da atual situação musical brasileira.
Os enlatados oriundos dos EUA são os que mais incomodam agora, de verdade. Sem xenofobismo, atualmente muito pouco do que vem de lá, em se tratando de produção musical, se aproveita. O resto é só quinquilharia, exportação barata. Fazendo mais uma citação da música dos Titãs, só pra nos fazer entender melhor, “Um idiota em inglês, se é idiota é bem menos que nós, um idiota em inglês é bem melhor do que eu e vocês”. Enquanto eles nos desprezam, evidenciando nossas mulheres como prostitutas, nós, brasileiros tapados, exaltamos a sua cultura massiva atual, de uma péssima qualidade. Exaltamos o consumo de seus produtos, enquanto os nossos pouco penetram no mercado de lá. E nem sempre é por falta de qualidade, mas sim, por preconceito mesmo. Como diria outro gênio da música popular brasileira, Djavan: “Se farinha fosse americana, mandioca importada, banquete de bacana era farinhada”.
Não venho aqui para tratar mal algum país ou sua cultura, e sim, para abrir os olhos de muitos que se esquecem que o nosso país, Brasil, pode não ser o melhor do mundo, o mais desenvolvido culturalmente. Mas, apesar de tudo, tem muito mais a nos oferecer, muito mais a ver conosco. Nossas ideias são legitimadas dentro de nossos ideais de vida e de aprendizado. Não são ideias compradas, enlatadas, e que muitas vezes não conhecemos sequer o seu embasamento teórico. Sou a favor, sim, do uso de pensamentos e conhecimentos universais para complementarmos os nossos, mas não para suplantá-los. Nosso país e nossa cultura em primeiro lugar, valorizando sempre o que houver de melhor na nossa produção musical, a qual se encontra cada vez mais escassa de ideias originais.
          

2 comentários:

  1. ói, meu amigo o negoço é pra silas.

    o negoço é pra silas car.

    essas midias que divulgam as porcaria que vêem defora ou são produzidas aqui mesmo, promovem um verdadeiro terrorimo. são todos terroristas.

    ResponderExcluir
  2. Bondade sua você deu um balão imenso como diria o mestre Orlando Angelo.Até parece que eu estava escrevendo dormindo.O que não deixa de ter um fundo de verdade rsrsrsrrs.Mas depois de sua IMENSA contribuição o texto ficou ótimo.

    ResponderExcluir