MINHAS MEMÓRIAS - CAP. 8 - Final

CAPÍTULO 8 

MANIA DE LISTAS

- Final -

LISTA DAS MELHORES PIADAS (ATUALÍSSIMA)

Trago sempre comigo algumas piadas curtas, anedotas de todos os tipos e para todas as horas. Descritas e alinhadas em uma relação vertical (como toda boa lista que se preze), na ausência de um título eu procuro escrever apenas o início de cada uma delas, fornecendo-me assim uma dica que servirá para lembrá-la posteriormente (aqui, no entanto, não chegou a ser necessário). Em outras épocas eu já cheguei a contabilizar mais de 250 piadas, em várias folhas avulsas.

Exemplos:

(ETERNAS PIADAS)

    O vai e vem

    A aposta entre Deus e o Diabo

    O padre e as mangas

    O “corpo de Cristo”

    O papagaio crucificado

    O batismo do crente

    “Marujo” e “Araújo”

    Os matutos e a vaga para engenheiro

    O maluco e o trem crescido

    O cego e os seminaristas

    O cego no cinema

    O goleiro e o Maracanã

    O caminhão e o sapo

    A viúva e a TV de plasma 

    A menina grávida e o fazendeiro rico

    O “parente do morto”

    Arte para representar a fome

    O tuberculoso, o leproso e o cearense

    Os condenados a 30 anos de prisão

    O esperma malabarista

    O carro importado e o preconceito

    O Picape 4 x 4 e o matuto esperto

    O “tição” e o “alquinho”

    O criador de porcos e a fiscalização

    O presidiário e o “caquinho de dente”

    Os músicos e o tesouro do rei

    Os bêbados e o cocô

Atualmente eu viso mais à qualidade da mesma, em primeiro lugar, testada por sua graça automática e instantânea. Exemplo:

- A minha história é tão triste, mas tão triste que um dia fui contá-la a um carroceiro e até o burro chorou...

OUTRAS CURTAS (DIVERSAS):

    Nas horas difíceis da vida você deve levantar a cabeça, estufar o peito, olhar adiante e dizer de boca cheia: “Agora fudeu!”

    Quero morrer um dia como meu avô, dormindo, e não gritando como os passageiros do ônibus que ele dirigia...

    A pretinha mais feliz do mundo é a jabuticaba, que nasce agarrada no pau e morre sendo chupada.

    Nação inteligente é mesmo o povo americano. Sabiam que lá até os mendigos falam inglês?

    Nessa vida tudo é passageiro, menos o motorista e o cobrador.

    Você prefere café do bule ou no “cu a dor” é melhor?

    Leitura rápida:

SE VOCÊ JÁ DEU O C..., DÊ UM SORRISO! OU

SE VOCÊ JÁ DEU A BUNDINHA, DÊ UMA RISADINHA!

     Aviso: PROIBIDO PISAR NA GRAMA! (SE NÃO SOUBER LER, PERGUNTE AO GUARDA)

RESPONDENDO COM NOMES DE ARTISTAS:

    Você já esteve em Nova Iorque? ADRIANA ESTEVES.

    Você faria tudo por amor? BETE FARIA.

    Quando vir uma barata, não mate. Deixe pro MAURÍCIO MATTAR.

COMPARAÇÕES ENGRAÇADAS:

    ... mais perdido do que cego em tiroteio.

    ... mais perdido do que cachorro em dia de mudança.

    ... mais perdido do que charuto em boca de bêbado.

    ... mais feio do que briga de foice no escuro.

    ... mais feio do que um cu com câimbra.

    ... mais enfeitado do que penteadeira de rapariga.

    ... mais enfeitado do que cruz em beira de estrada.

    ... mais enfeitado do que jumento de cigano.

    ... mais sujo do que pau de galinheiro.

    ... mais grosso do que pentelho de barrão.

    ... mais duro do que pau de tarado.

    ... mais liso do que pau de sebo.

DIDÁTICAS:

    Utilizando apenas duas vírgulas e um ponto, é possível dar coerência a esta oração, sem alterar a ordem dos vocábulos:

MARIA TOMA BANHO PORQUE SUA MÃE DISSE ELA PEGUE A TOALHA

    Um palíndromo interessante.

Leia-se de trás para frente, letra por letra:

SOCORRAM ME SUBI NO ONIBUS EM MARROCOS

    Um pequeno trava-língua.

Pede-se para alguém repetir a seguinte frase:

O ORIGINAL NUNCA DISORIGINALIZOU.

    Uma sequência matemática diferente:

 2 - 10 - 12 - 16 - 17 - 18 - 19... seguindo uma certa lógica (?), qual seria o próximo número?

    Uma dúvida na escrita (porém, uma pegadinha):

Oito mais cinco são catorze ou quatorze?

(NA REALIDADE SÃO TREZE)

    Outra dúvida quanto à grafia correta:

A capital dos EUA é: Nova Iorque ou New York?

(É WASHINGTON)

    Brincando com os dedos.

Pergunta-se a uma criança: quantos dedos há em duas mãos?

Naturalmente ela vai responder que são dez.

No entanto, contrariando-a, afirma-se: são 20, acredite!

Conta-se assim: vou dizer um, vou dizer dois, dizer três... dizer cinco, “dizerseis”, dezessete, dezoito... vinte. Não resta qualquer dúvida!

CONCLUSÃO

Mais do que um simples passatempo, elaborar listas é para mim quase um ritual (mesmo que um tanto forçado). Algo que poderia ser comparado até mesmo, em determinados casos, à aflição de um colecionador na busca por sua última aquisição. Inclusive, o “prazer” do colecionismo é também outro “fardo” que me persegue há muito tempo. Por isso, creio realmente que estas minhas ideias um tanto incomuns tenham uma relação bastante intrínseca com o meu problema de Transtorno Obssessivo-Compulsivo, à medida que elas passam a me perturbar continuamente em vez de me satisfazerem.

Sem uma explicação racional mais detalhada, posso afirmar que esse meu ingênuo hábito de listar qualquer coisa, infelizmente ou não, ainda vai acompanhar-me por muito tempo. Assim como a minha fixação exacerbada pela obra musical de Raul Seixas, ou mesmo a minha completa aversão em ser fotografado (fato). Do mesmo modo o meu repúdio por roncos (traumas do meu pai) e músicas de baixo nível, além da minha intolerância quanto à mentira, à discriminação racial, também à falta de caráter, de bom senso... Pronto! Eis a fórmula para iniciar-se uma nova lista.