Mãe
é um negócio interessante: quando filha, ela nem se tocava com o papel incrível
que um dia iria exercer. Quando cresce e vira mãe, aí a coisa pega. Quando
pequeno, todo filho faz até desfeita quando lá vem a mãe, com os pitos que se
tornariam antológicos.
- Engole esse choro agora! – Quando a
gente mostrava birra por não conseguir aquilo que se queria.
- Juízo, hein? – Quando se ganhava dela
a chance de sair com a turma.
- Vou contar até dez… – Quando mandava
ajeitar a cama e a gente teimava em dizer: vou já. E nunca ia.
E
quando a gente ficava com a luz acesa até mais tarde no quarto. Do outro
cômodo, já deitada, ela gritava:
- Você acha que eu sou sócia da Light?
Mãe
era uma antena. Se, por acaso, os filhos tentava dobrá-la, dizendo que todo
mundo vestia-se assim, fazia assim. Ela, na dela:
- Mas você não é todo mundo…
E
quando permitia a filha, ainda de menor, sair para uma festinha, lá vinha o
aviso:
- Quando chegar me liga e não aceite
bebida de ninguém.
Mãe
era que nem uma meteorologista. Acertava mais que a Funceme:
- Leve o guarda-chuva porque vai
chover.
E chovia!…
E
quando a gente queria ganhar alguma coisa e que argumentava ter feito o dever
de casa, etc e tal, ela sempre relembrava:
- Não fez mais do que a sua obrigação.
Ah,
toda mãe é igual. A sua, a minha. Juro que todas devem ter feito esse curso
para ter sempre essas respostas na ponta da língua.
-
Tá pensando que está falando com quem? Eu não sou seus amiguinhos não, viu?
Verdade,
mãe. A senhora é a senhora mesmo e a gente não pode lhe comparar com nenhum dos
nossos amiguinhos. A senhora só se compara com outras mães.
Por Nonato Albuquerque
Por Nonato Albuquerque
Muito linda a mensagem! E tudo o que disse ai é verdade mesmo. Parabéns! Mais uma vez surpreendendo a galera meu tio.
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