NA MAIS SURPREENDENTE DAS IRONIAS,
EU LHES APRESENTO:
QUEIMADAS, MINHA
CIDADE MARAVILHOSA!
(A ESCULHAMBAÇÃO FINAL)
(A ESCULHAMBAÇÃO FINAL)
Meu terceiro folheto de cordel da cronologia Queimadas, década de 1990 |
Durante estes sete anos de publicações em meu Blog , eu sempre me
neguei em postar os meus primeiros cordeis, visto que eles contêm um forte
conteúdo de críticas, palavrões e baixarias em relação à cidade de Queimadas/PB.
Este terceiro cordel da cronologia então, é o pior deles, acreditem, kkkkkk! Era
uma época de rebeldia e revolta sem tamanho, onde a criatividade aflorava e,
como que numa espécie de vômito, pedia passagem. Passados quase vinte anos,
acredito que estes meus "crimes literários" já prescreveram todos, kkkkkk!
Portanto, baseado na minha liberdade de expressão e de imprensa (lembrando que tenho o diploma, kkkkk!), tá na hora desse material vir
à tona novamente.
FDP³ Produções
apresenta mais um sensacional espetáculo de baixarias...
QUEIMADAS, MINHA
CIDADE MARAVILHOSA!
Meu terceiro folheto de cordel, de 1998
Um homem suficientemente culto
Sequer pensa em
conhecer Queimadas.
O nome em si já parece um insulto
E este “lugarzinho” não vale nada.
Até um padre aqui
já mataram
Uma total falta de
fé existe,
Entre os males que
prosperaram
A covardia é quem
mais resiste.
Muitos “demônios”
já se enterraram
E, por herança que
deixaram,
Um ou outro ainda
persiste.
Queimadas, “lixo
tóxico” da Paraíba,
Êta cidadezinha
nojenta de se morar!
Foi onde perdi
parte da minha vida;
O inferno tem a
cara deste lugar.
Se maldade fosse
uma virtude,
Nisso aqui haveria
até campeão.
Um povo mesquinho,
sem atitude,
Onde nada se faz
por um irmão.
Moro aqui desde os
três anos
Mas nunca gostei
desta cidade,
Pois aqui residem
uns “fulanos”,
Gente muito ruim e
covarde.
Neste lugar se um
malandro
Comete alguma
perversidade,
O “babaca” que fica
olhando
É quem vai pra trás
das grades.
Mas, afinal, não é
todo mundo,
Muito mesmo pelo
contrário.
Em meio a tanto
vagabundo
Encontra-se ainda
muito “otário”.
Sim, o otário. Mas
no bom sentido,
Pessoas honestas
como eu e você,
Dos quais nunca se
tem ouvido
Qualquer vacilo ou
mal-entendido
E que venha a nos
comprometer.
Esta cidade eu a
rejeito
Não só devido certa
gente,
E sim, porque não
há jeito
Desta “bomba” ir
pra frente.
Um município que só
não evolui
Por falta de uma
boa administração.
Ausência de um
governo sério, que atue,
Pois nessa
Prefeitura não se inclui
Alguém de
competência e decisão.
Não quero ser
repetitivo, podem crer,
Mas não me resta
outra opção,
Se este lugar tiver
de crescer
Será mesmo na base
do empurrão.
Pois para uma
cidade engrandecer
É necessário um
prefeito ter
Coragem, pulso
firme e ação.
Como é que eu posso
gostar
De alguma forma
desta cidade,
Se não há uma
praça, um lugar
Que possa servir à
comunidade?!
Nesta porcaria de
cidade
Um hospital sequer
não tem,
Há uma velha
maternidade
Que, para o bem da
verdade,
Na realidade não
serve a ninguém.
Ninguém lê nos
jornais uma boa notícia
Queimadas é uma
negação, o ano inteiro.
Não tem sequer um
batalhão de polícia
Para descer o
cacete em maconheiro.
Um clube decente
aqui não existe,
Imaginem então um
moderno hospital.
Um enfermo,
coitado, já vive triste,
De toda maneira
passando mal.
Em se tratando de
obras eu digo
Que há vários anos
nada aqui foi feito.
Para todos isso é
mesmo um castigo;
É a pura
incompetência dos prefeitos.
Até parece que o
dinheiro
Das verbas do
município,
Desaparece assim,
por inteiro,
Não deixando nenhum
vestígio.
E não adianta
alguém vir dizer
Que quebrar o que
está feito então,
É algo realmente
por se fazer
Para se valer por
uma gestão.
Eu quero ver
grandes obras em via,
Nós que pagamos
impostos em dia
Muito mais podemos
merecer,
Digo isso pois
também sou cidadão.
Falar de mal deste
lugar
É para mim motivo
de alegria,
Eu quero é poder
“vomitar”
Tudo quanto for de
baixaria.
Não, não sou nenhum
revoltado,
Nenhum louco ou
coisa assim.
Só quero deixar
aqui registrado
O que este lugar
desgraçado
Ainda significa
para mim.
Este “chão” fora
amaldiçoado
Desde a época que
mataram o padre,
E eu torço para que
esse legado
Nem no inferno
nunca se acabe.
Um “buraco” onde só
tem pobre,
Espero que o Diabo
um dia cobre
E se aposse de vez
desta cidade.
Até as chuvas
evitam este lugar
Deus despreza, o
Diabo até gosta.
O povo é ignorante
e é bom lembrar:
Este lugarzinho é
pior que bosta!
Foi aqui, neste
lugar mesquinho,
Onde quase perdi
minha dignidade.
Considerem como
forma de carinho
Chamarem esta merda
de cidade.
A ignorância
predomina
No povo desta
cidade,
Um vírus que
contamina
Todo o seio da
sociedade.
Como posso gostar
de um lugar
Que só valoriza o
que há de pior,
Onde a música que
se ouve tocar
É somente esse
maldito forró.
A minha mente já
atrofiou, pudera,
Ouvindo a voz
nojenta dessas “cadelas”
Ninguém espere
resultado melhor.
Esta cidade precisa
é de Rock
Ou do Rap esperto
de Gabriel,
Um simples contato,
um mero toque
Inspirou-me a fazer
este cordel.
Abandonem esse
forró, ainda há tempo
Não como uma
conversão, fiquem atentos;
O Rock não leva
ninguém ao céu.
Em qualquer um mapa
vagabundo
Vocês certamente
irão encontrar,
O Nordeste sendo o
“resto” do mundo,
A Paraíba, um “cu”
aberto pra cagar.
E Queimadas, por
herança que herda,
Não merece sequer
ser a “merda”,
Visto que esta se
recusa afundar.
Uma cidade que não
tem cultura
Não vai além do seu
próprio atraso,
Os que se encontram
na Prefeitura
São os secretários
do descaso.
Aqui não se investe
em música, teatro,
Numa simples feira
de artesanato,
E em educação, no
melhor dos casos.
O atual prefeito
bem que prometeu
Por toda a sua
campanha afora,
Que investiria mais
no ensino
Ampliando e
construindo escolas.
Sabemos que algo
disso foi feito,
Pelo resto
esperamos até agora.
A ignorância aqui é
predominante
Sendo necessário
investir mais na escola,
Essa rapaziada,
tamanhos ignorantes
Só aproveitam o tempo
jogando bola.
Tantos que poderiam
ser graduados,
Não passarão de
simples empregados
Em uma empresa que
só explora.
Não sei se acuso ou
defendo,
Nem sei de que lado
estou, afinal.
Apenas duas coisas
aqui condeno:
A mentira e o
descaso em geral.
O ano de 1996
Serviu para todos
como uma lição,
Não adianta ir de
encontro às “elites”
Que dominam o lugar
e a situação.
Perdemos a chance e
até o respeito,
Não conseguimos
eleger o prefeito
Que já tava eleito
em nossas mãos.
Homens da política,
senhores do poder
Abram os olhos para
este recado:
Não deixou de ser
obrigação ou dever
O compromisso para
com o Estado.
O descaso aflora em
evidências
E não sou eu que
tomarei providências
Apenas com o meu
gesto indignado.
Queimadas está no
roteiro
De alguns municípios
atingidos,
Não pela falta de
dinheiro,
Mas pelo trabalho
não cumprido.
Cadê aquele tão
prometido hospital?!
É a população
doente passando mal,
O pobre pra sempre
vive “fudido”.
(Se bem que essa
raça pobre
Acostuma-se desde
cedo a sofrer.
Ô gentinha feia,
ninguém me cobre;
Faço parte e por
isso posso dizer.
Admiro um rico por
ser esnobe,
Que na sua mesa
sempre sobre
As migalhas pro
miserável comer.)
Prefiro não fazer
indagações
Sobre coisas que eu
até desconheço,
Não são más as
minhas intenções
Nem também exijo
delas um preço.
Não proponho aqui
difamações
Nestes versos que
ofereço.
As promessas de uma
campanha
São palavras que
não voltam atrás,
A cada eleição o
cidadão apanha
E promete não votar
nunca mais.
O voto é um dever
da cidadania
Não pode ser trocado
por ninharia,
Uma vez que
trocando, nada se faz.
Não tenho “telhado
de vidro”
Saio na chuva é pra
me molhar,
Quem tiver um par
de ouvidos
Tape agora se não
quiser escutar;
- Adoro esta minha
cidade linda
E o meu prazer será
maior ainda
Ao vê-la um dia se
afundar!
Juntamente com
esses hipócritas
Que se dizem os
donos do lugar,
Pessoas ridículas,
tamanhos idiotas
Que não sabem
sequer se perguntar,
Quem são, de onde
vem, e o que farão,
São incapazes de
encontrar uma solução
Nesta merda em que
vivem a pisar.
Já prometi não
recorrer
Em outra ocasião, a
se saber,
Ao poder da
baixaria.
Mas o que posso
então fazer
Quando há tanto o
que dizer
E criticar o
dia-a-dia
De um lugar onde a
tristeza
Confunde-se com a
natureza
Numa espécie de
harmonia?!
Não consigo calar a
voz
Tenho que “cuspir”
o que sinto,
Pra infelicidade de
todos nós
Infelizmente eu não
minto.
E este lugar, ele
fede demais,
Tudo aqui é podre e
nojento,
As ruas, os becos e
locais,
O lugar inteiro é
fedorento.
A imundície é
física e intelectual,
O analfabetismo é
uma praga geral,
Só faltam abrir
escola pra jumento.
E o forró tem a sua
parcela de culpa
Somente ele é que
deixa o povo na mão,
Em vez de ficarem
ouvindo essas putas
Deveriam ouvir mais
o som do Lobão.
Quanto ao meu
último folheto
O incentivo foi
gratificante,
Alguns nem chegaram
a ler direito
E já o rasgaram o
quanto antes.
Uns até usaram no
banheiro
E após limparem o
seu traseiro,
Sentiram o cu menos
ignorante.
Enfim, este ainda é
o meu lugar
Pode nem ter
encantamentos mil,
Mas é o nosso
chiqueiro, nosso lar.
E se algum turista
um dia perguntar
Pelas maravilhas
que aqui não viu,
Não se esqueçam
então de avisar
O recado que agora
vou passar;
- Vai pra puta que
o pariu,
Turista burro,
imbecil!
Tanto lugar bonito
nesse Brasil
E logo em Queimadas
“cê” vem baixar?!
Talvez quem sabe
algum dia
Queimadas cresça
com a sabedoria,
De alguém com
honestidade
Que trabalhe mesmo
de verdade,
Que tenha em mente
apenas ação
Para governar com
decisão,
E fazer deste
ignorado lugar
Algo próspero de se
orgulhar.
QUEIMADAS, ABRIL/1998.
A esculhambacao aqui realmente foi demais, kkkkkkk!
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