UMA HISTÓRIA REAL DE PRECONCEITO RACIAL
Essa é uma história verídica que aconteceu há muito tempo atrás, na cidade
de Queimadas, agreste do Estado da Paraíba.
Um Juiz de Direito que era negro, recém chegado no lugar, vivenciou um momento de preconceito insólito contra sua pessoa. Algo que, de forma alguma chegaria a ser cômico, já que a discriminação aqui representa efetivamente a ignorância e o complexo de superioridade racial de muita gente, independentemente de seu nível e classe social.
Para se apresentar aos membros da sociedade local, o Juiz decidiu oferecer um churrasco no final de semana para alguns convidados, e pediu que levassem um saco de carvão até sua moradia, uma casa que era reservada justamente para autoridades que chegavam à cidade.
À tardinha, um carvoeiro de cor branca, porém todo sujo e maltrapilho, chegou numa carroça de burro num estado deplorável e estacionou defronte da casa do Juiz. Como o saco era um tanto pesado, resolveu pedir ajuda a alguém. E com uma tremenda falta de educação, gritou para um moço que estava por ali de bobeira:
- Ei, negão! Desce esse saco aqui comigo. É pra casa do Juiz.
O "negão", ou melhor, o Juiz de Direito que estava ali aguardando seu carvão chegar, humildemente ajudou o miserável com o saco e o depositou na entrada de serviço. O carroceiro sequer agradeceu e ainda deixou um recado:
- Fala aí pro Juiz que mais tarde eu passo pra receber o frete.
Um Juiz de Direito que era negro, recém chegado no lugar, vivenciou um momento de preconceito insólito contra sua pessoa. Algo que, de forma alguma chegaria a ser cômico, já que a discriminação aqui representa efetivamente a ignorância e o complexo de superioridade racial de muita gente, independentemente de seu nível e classe social.
Para se apresentar aos membros da sociedade local, o Juiz decidiu oferecer um churrasco no final de semana para alguns convidados, e pediu que levassem um saco de carvão até sua moradia, uma casa que era reservada justamente para autoridades que chegavam à cidade.
À tardinha, um carvoeiro de cor branca, porém todo sujo e maltrapilho, chegou numa carroça de burro num estado deplorável e estacionou defronte da casa do Juiz. Como o saco era um tanto pesado, resolveu pedir ajuda a alguém. E com uma tremenda falta de educação, gritou para um moço que estava por ali de bobeira:
- Ei, negão! Desce esse saco aqui comigo. É pra casa do Juiz.
O "negão", ou melhor, o Juiz de Direito que estava ali aguardando seu carvão chegar, humildemente ajudou o miserável com o saco e o depositou na entrada de serviço. O carroceiro sequer agradeceu e ainda deixou um recado:
- Fala aí pro Juiz que mais tarde eu passo pra receber o frete.
Após descobrir que aquele homem simples e educadíssimo era o Juiz
da comarca, dizem que esse carroceiro nunca mais apareceu na cidade.
Paulo Seixas
Paulo Seixas
Postagem original que fiz no site Recanto das Letras
http://www.recantodasletras.com.br/contoscotidianos/6014492
Coisas desse tipo a gente vê todos os dias, em qualquer lugar.
ResponderExcluir