terça-feira, 6 de novembro de 2018

E O NOSSO PORTUGUÊS VAI VIRANDO "PORNOFONÊS"...


       É talvez a simples falta de leitura (qualquer tipo de leitura, certamente) ou de um conhecimento geral básico que leva, cada vez mais, uma parte considerável da população (especialmente de jovens) a tentar sepultar o nosso idioma português, adotando uma linguagem vulgar própria, algo mais voltado ao estilo "pornofonês", como diria a letra de uma canção interpretada por Zé Ramalho.
       São aquelas expressões e termos esdrúxulos encontrados especialmente em letras de Funk, Rap (proibidões ou não) e em toda essa musicalidade nociva atual, palavras essas que logo são incorporadas e absorvidas por uma dita "massa ignorante" que não para de adquirir novos adeptos. Como diria Renato Russo, "A juventude está sozinha. Não há ninguém para ajudar a explicar por que é que o mundo é este desastre que aí está".
       Chamam a isso de modismo, mas é apenas desculpa pra camuflar um problema sério da nossa educação. Esse leque de vulgaridades que assola o país, respaldado por uma liberdade de expressão sem controle e sem quaisquer limites, é o que explica ver nossos lares invadidos diariamente por todo esse lixo sonoro, disfarçado principalmente em letras de música. São expressões e gírias em sua grande maioria, marginais, pronunciadas agora como palavras absolutamente normais (até mesmo na programação televisiva), chegando a fazer parte do vocabulário e do dia a dia de muita gente alienada.
       Eis alguns exemplos, as quais não há a menor intenção aqui de mostrar seus significados:

       Bolado, Bonde, Alemão, Caô, Chapa quente, Demorô, Já é, Pancadão, Pisante, Rapeize, Sangue bom, Mlk top, Tá ligado?, Milgrau, Novinha, Vida lôka, Recalque, Do caralho, No sapatinho, 0800, Coé, Moiô, Mó, X9, TMJ, Judaria, Parça, Véi, Naveira, Rolêzinho, Responsa, Estiloso, Mlk chavoso, Chegar num rasante, Piriguete, Trêta, Bololô, Popozuda, Marcar toca...

      Preconceitos linguísticos? Exclusão social? "Coé"... Cada coisa a seu tempo, e cada coisa em seu devido lugar. O que há de errado comigo em querer defender a norma culta e o bom uso da língua portuguesa?
      O Brasil é o lugar onde a hipocrisia reina em absoluto, em todas as esferas, e eu só não compactuo com aquilo que, reconhecidamente, não presta. Só pra exemplificar, o Samba, o jazz e o blues, nascidos nos guetos e à margem da sociedade, se firmaram porque já nasceram bons. Já o funk carioca, essa sonoridade depreciativa adaptada do funk soul americano de James Brown, jamais seguirá o mesmo caminho, podem crer. Felizmente. O orifício é mais embaixo...

Um comentário:

  1. O Brasil é um trem desgovernado, onde maquinista nenhum dá jeito. Aqui só resolveriam os problemas, de uma vez por todas, se devolvessem a Terra para os índios...

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