segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O PERIGO SOBRE DUAS RODAS

ACIDENTES ENVOLVENDO MOTOCICLISTAS PREOCUPAM AUTORIDADES EM CAMPINA GRANDE

        É crescente o número de motocicletas transitando de forma desordenada pelas ruas de Campina Grande. Por esse motivo, torna-se cada vez maior o registro de acidentes nas áreas urbanas do município. A falta de uma fiscalização mais rígida e menos tolerante no trânsito contribui de forma alarmante com as estatísticas atuais, uma vez que o envolvimento de muitos condutores de veículos com o álcool é também um fator decisivo e que tem causado enormes prejuízos para muita gente. Segundo informações do serviço de atendimento móvel de urgência de Campina Grande, SAMU, nos últimos meses foi registrado um recorde no número de atendimentos, principalmente envolvendo menores e motocicletas de baixa cilindrada.
Atuando 24 hs, o SAMU/CG, situado à rua Almeida Barreto, 428, no bairro do são José, dispõe atualmente de 10 (dez) ambulâncias e um contingente de mais de cem profissionais especializados, os quais se revezam diariamente no atendimento emergencial aos feridos. Funcionando há mais de 7 (sete) anos, o serviço tem notificado um aumento substancial nos acidentes de trânsito em toda Campina, e uma grande porcentagem destes episódios refere-se agora a motos. O que exige, portanto, um olhar mais atento das autoridades locais, apesar do quanto tem sido realizado nesse sentido. Em nível nacional, a determinação que exige a obrigatoriedade da habilitação para as chamadas cinquentinhas, motocicletas de baixa cilindrada, foi uma medida encontrada para conter o avanço destes veículos nas ruas.
Diante desse problema do cotidiano e com base em alguns dados levantados, foi entrevistado o agente motociclista da superintendência de trânsito e transportes públicos, STTP, de Campina Grande, Lenildo de Souza Batista, o qual exerce a sua função há 11 (onze) anos. De acordo com Lenildo, o trabalho do agente da STTP está dividido em: Fiscalização do trânsito, Operação do trânsito e Mobilização do trânsito em casos de acidente. Segundo ele, os horários que exigem uma atenção redobrada são os horários de pico (08 hs, 12 hs e 18 hs), em que geralmente ocorrem o maior número de acidentes envolvendo, em especial, motociclistas. Outro fator decisivo e que mantêm sempre em alerta os agentes é a questão climática, pois em períodos de chuva e neblina muitos motoqueiros acabam sofrendo acidentes.

Avenida Epitácio Pessoa, uma das principais avenidas de Campina Grande.

No papel de um fiscalizador de trânsito, Lenildo aponta algumas infrações comuns praticadas por motoqueiros, tais como retornar sobre canteiros centrais, fazer ultrapassagens perigosas pela direita, pondo em risco a vida de pedestres, bem como transitar na contra-mão e avanço de sinais. “Devido à forte fiscalização que ocorre no centro, normalmente os motociclistas envolvem-se em acidentes por excesso de velocidade, com mais frequência, nas periferias”. No centro da cidade, conclui Lenildo, os acidentes mais comuns são cometidos contra pedestres.
Existe uma guerra não declarada entre motoristas de automóveis e motociclistas nos centros urbanos, afirma Lenildo. Em sua opinião, carros não respeitam motos, e muitos acidentes envolvendo estes veículos se dão nas rotatórias. “A preferência, segundo o código nacional de trânsito, é de quem está no giradouro, obedecendo ao ciclo. Mas, geralmente quando uma moto encontra-se nesta situação, o carro nem sempre a respeita, ocasionando acidentes”. Ainda segundo o Agente, cerca de 80% das contenções de trânsito, provenientes de acidentes em Campina Grande, têm motociclista envolvido. E, pelo menos 90% dos acidentados graves (óbito ou invalidez), em sua grande maioria são homens. As mulheres, finaliza, são mais cuidadosas e evitam se expor a perigos.

        Também foi entrevistado o mototaxista Jimmy Maciel, de 36 anos, casado, morador da comunidade do Ligeiro, distrito do município de Queimadas. Ele trabalha nessa função há mais de dez anos e afirma que durante esse tempo já sofreu alguns acidentes, apesar de considerar-se um profissional que respeita as leis de trânsito vigentes, cumprindo com rigor as suas determinações. Ele ressalta ainda o atendimento eficiente do pessoal do SAMU, algo que se torna um fator determinante no socorro às vítimas e acidentados. Segundo o mototaxista, é uma pena que este serviço esteja ficando um tanto sucateado, devido o número de viaturas quebradas e sem a efetiva assistência da prefeitura.
Quando questionado a respeito do alto índice de acidentes envolvendo motociclistas, em especial mototaxistas, ele afirma que, em primeiro lugar, ainda é a imprudência e a falta de educação do próprio motoqueiro que o leva, muitas vezes, a cometer ou vir a ser vítima de terríveis acidentes. “Salvo as muitas exceções, o motociclista de hoje parece não perceber ou não se intimidar com o perigo de andar sobre duas rodas. A facilidade de se adquirir uma moto atualmente, é mais um ponto a favor de qualquer estatística”, afirma.
A STTP estuda a criação de corredores exclusivos para motos
Ao se pronunciar sobre o que poderia ser feito para diminuir esses números, ele assegura que, para conter certos abusos no tráfego, torna-se necessário a aplicação de leis mais drásticas e bem mais severas no que se refere às punições. E não somente para motociclistas, bem como para todo condutor de veículo motorizado, os quais devem cumprir à risca as normas impostas pelo Departamento nacional de trânsito, DENATRAN.

           Reportagem com a qual concorri em um concurso realizado pelo Jornal (impresso) da Paraíba.           
                                                                   Paulo A. Vieira

Um comentário:

  1. COM TODA ESSA HABILIDADE E COMPETÊNCIA COM AS PALAVRAS,''BONNER''QUE SE CUIDE.

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