CAMPINA GRANDE X CARUARU: QUEM FAZ O MELHOR SÃO JOÃO DO MUNDO?

  CAMPINA GRANDE X CARUARU: QUEM FAZ O MELHOR SÃO JOÃO?

Texto referente à disciplina Jornalismo Cultural (do meu ex-curso de Comunicação Social, UEPB), ministrada pelo professor Mestre, Arão Azevedo.

       Todo ano é a mesma coisa: As duas cidades não querem saber de dividir o título de melhor festa junina e a maior do gênero, e, para tanto, procuram sempre inovar. Desde investimentos maciços na estrutura ornamental da festa e na sua segurança, como também na realização de um arrojado calendário de atrações musicais para todo o mês, Campina Grande e Caruaru buscam superar-se a cada ano, surpreendendo um público cativo que comparece em massa. Mas, afinal, qual das duas realiza o maior e o melhor São João do mundo?                   

Campina Grande, a maior cidade do interior da Paraíba, localizada a 135 quilômetros da Capital João Pessoa, festeja desde 1983 a sua festa de São João mais famosa, intitulada O maior São João do mundo, numa acirrada disputa com a cidade pernambucana de Caruaru. Os festejos juninos, organizados a partir de 1986 no Parque do povo, duram cerca de trinta dias, sendo estes previamente estabelecidos e priorizando sempre o mês de junho.                                        

Em meio ao Parque do Povo encontra-se o Sítio São João, uma pequena vila cenográfica que reúne restaurantes de comida regional, oficinas de música com trios e repentistas e outras atrações. Trata-se de um suporte cultural, um reforço para que se matenha viva a essência e os costumes do povo nordestino.  
        Para este ano foram aguardadas algo em torno de 280 quadrilhas juninas, as quais se apresentaram nos finais de semana, de 7 de junho a 7 de julho, além de vários shows que foram exibidos no palco principal, com artistas de renome nacional como Gilberto Gil, Elba Ramalho, Zé Ramalho e Fagner fechando a programação.

O evento anual, realizado pela prefeitura de Campina Grande, recebe mais de 1 milhão de visitantes todo ano e já se tornou uma festa tradicional, um dos maiores eventos culturais do país. O povo campinense deve isso ao prefeito-poeta, Ronaldo Cunha Lima, que na época acreditou na potencialidade das festividades juninas do lugar e assim, resolveu concentrar as festas no centro da cidade, aumentando a participação do povo.                  
      A cidade de Caruaru, imortalizada por Luiz Gonzaga e denominada “A Capital do Forró”, por sua vez, também se diz a detentora e responsável por realizar o maior São João do mundo. Situada a 140 km de Recife, Pernambuco, a sua festa de São João, como vem sendo realizada atualmente, acontece desde 1994.

No Pátio Luiz Gonzaga fica instalada a Vila do Forró – segundo seus criadores, o melhor arraial junino do Brasil  –  uma área cenográfica com 1.500 m² e que apresenta ao público a reprodução fiel de uma cidadezinha do interior, com suas casinhas coloridas, posto bancário, posto dos correios, prefeitura, igrejinha e mercearia. Nessa Vila, atores e pessoas comuns se misturam, encenando o dia-a-dia da região com bastante humor. Há ainda uma enorme fogueira feita com madeira ecológica, a qual é acesa no dia 28 de junho, em frente à igreja do Convento.                                       
       A organização da festa se preparou este ano para receber 1,5 milhão de pessoas a partir de 1.º de junho. Os festejos foram até o dia 29 de junho com artistas como Aviões do Forró, Geraldo Azevedo, Luan Santana e Garota Safada. Houve ainda cerca de duzentos shows na Praça 18 de Maio, com a tradicional banda de pífanos, os bacamarteiros e quadrilhas juninas de todas as localidades.

Tanto quanto Campina Grande, Caruaru tem como finalidade projetar o nome da cidade em nível nacional, atraindo mais turistas e renda para o lugar. E, sob esse ponto de vista, as duas cidades acabam chegando na frente, independente de quem possa levar o título de maior anfitriã.

                                                                             
                                                                                             Paulo A. Vieira