domingo, 31 de agosto de 2014

MINHAS MEMÓRIAS - CAP. 9 - 3ª PARTE

Brincando com crianças
Dinâmicas / Interação
(Memórias Atuais)

GINCANAS CULTURAIS

Relembrando aqui as antigas gincanas de rua que eu fazia, um tanto quanto desorganizadas, porém, quase sempre divertidas. Com o tempo, eu passei a elaborar essas competições no papel, com provas agora mais “sofisticadas” e sem suar a camisa, pode-se dizer assim.
Possuo guardadas, há muitos anos, algumas formas de gincanas bem distintas, já aplicadas diversas vezes e surtindo excelentes resultados. Uma delas, por exemplo, é baseada em uma série de desenhos representativos, com provas bastante simples e criativas, fazendo a alegria da garotada.
Por último, surgiu outra gincana, mais “adulta”, à qual eu apliquei como metodologia a arte de Raul Seixas. Consiste desde descobrir nomes de suas músicas, bem como fazer associações com figuras e frases, além de algumas provas-surpresa. Por enquanto, ainda não a coloquei em prática.
Desenvolvida especialmente para certas datas comemorativas, como nascimento e morte de Raul, por exemplo, essa nova gincana, certamente, merecerá um destaque todo especial, além de um prêmio compensador para o primeiro colocado. Ou para a primeira dupla vitoriosa, se for o caso.

TESTANDO A MEMÓRIA -

Fui passear...
As mais simples brincadeiras podem, muitas vezes, ser a melhor opção na hora da diversão, “remuneradas” ou não. E uma forma bastante interessante de passar o tempo é justamente brincar utilizando a memória, mas sem fazer uso daqueles joguinhos lúdicos modernos e padronizados, encontrados em lojas. A proposta neste caso é outra, totalmente diferente.
Juntam-se para tanto, de quatro a seis adolescentes, formando, então, um pequeno círculo fechado. Em seguida, escolhe-se um tema que servirá para desenvolver uma primeira rodada na brincadeira. Poderá ser qualquer coisa, alguma palavra que indique ação.
Dando início ao teste, alguém começa explorando o tópico escolhido, o verbo passear, por exemplo. A cada vez que for pronunciado, sempre na 1ª pessoa, este deverá vir somado a algo, acrescentando-lhe quase sempre uma breve estorinha. Exemplo:
   -  Fui passear... comprei um lanche!
O participante seguinte repetirá esta frase integrando-a a mais algum item, outro acontecimento, como:
    -  Fui passear... comprei um lanche e levei o cachorro!
Depois,
    -  Fui passear... comprei um lanche, levei o cachorro e li um livro.
E assim, sucessivamente.
Sai da brincadeira aquele que disser palavras repetidas ou falar fora da ordem inicial. Ou ainda aquele que omitir algum detalhe e, o que é pior, esquecer-se de tudo. Dar “branco” nesse tipo de prova é bem comum.

TESTANDO A MEMÓRIA II,
Brincando oralmente de adedonha.

O que prevalece nesta brincadeira, um tanto infantil, é o raciocínio rápido e a capacidade da criança em lembrar um maior número possível de palavras relativas ao que se pede. Para isso é necessário que ela possua uma mente ávida e um conhecimento superior (dentro do limite) em relação aos demais concorrentes. Tudo em um nível bastante simples e fácil.
Primeiro, reúne-se uma galerinha de aproximadamente dez crianças dispostas a brincar. Depois, escolhe-se um tema comum que será explorado e “esmiuçado” ao máximo por cada uma delas; e, por fim, é só iniciar as rodadas, onde cada participante fala um nome por vez, de animal, por exemplo, até que as palavras tornem-se escassas. Deixa a brincadeira quem repete palavras, fala fora da ordem inicial ou demora a dar seus lances.
Quando ninguém lembra de mais nada, em desafios que envolvam ainda nomes de frutas, automóveis, profissões, músicas, etc., o último a dizer o seu “trunfo” será o vencedor. Com direito a pequenos brindes.

JOGO DO TRÂNSITO

Num pedaço de papelão retangular, não muito grande, ou até mesmo no chão, rabiscado com giz, é desenhado um trecho a ser percorrido, um traçado feito com dezenas de quadrinhos enumerados e correspondentes. São acrescentados ainda cerca de vinte obstáculos representados por placas de sinalização (utilizando-me aqui dos meus conhecimentos adquiridos numa auto-escola, no Rio) e outras tantas regrinhas que eu desenvolvi para poder dar vida ao jogo do trânsito, uma brincadeira instrutiva, educativa e que, de certo modo, estimula o conhecimento e a criatividade da molecada.
Convida-se, para tanto, entre quatro a cinco menino(a)s, tornando-se necessária e indispensável a presença de um dado e de alguns pequenos carrinhos. Cada criança joga na sua vez, movimentando o seu “veículo” de acordo com o número de casas indicado no dado, ficando sempre atenta às placas e aos seus respectivos significados. Ao “cair” em alguma delas, terá que obedecer tanto à vantagem quanto à punição por ela estabelecida.
Por fim, vence aquele que se sobrepor aos adversários e chegar são e salvo até a última casa, levando o prêmio de campeão.

PROFESSOR DE PEDRA

Este é o nome de uma antiga brincadeira, dessas que parecem mesmo ser retiradas de manuais. E o seu papel, agora, como o de tantas outras aqui descritas, é representar simbolicamente todas aquelas brincadeiras um tanto esquecidas, ou mais comumente, até ignoradas pela nova geração (meninos e meninas). Devido o acesso fácil às novas tecnologias, a criançada que vive hoje na era da Internet há muito evita brincar de certas coisas, como mesmo dizem, “do tempo da vovó”. Algo do tipo:
*  Cirandas de roda, relembrando aqui as inesquecíveis cantigas: Atirei o pau no gato... Ciranda, cirandinha... Sou leiteira...;
*    Brincadeira do passa anel;
*    Brincadeira das cadeiras (resta um);
*    Brincadeira das cinco pedrinhas;
*    A rica e a pobre de “marré marré”;
*    Telefone sem fio;
*    Céu, terra e mar;
* Morto/vivo, estátua, etc... E até pular corda, brincar de amarelinha ou “academia”, são consideradas agora “brincadeiras fora de moda”.
Para brincar de Professor de pedra só é necessário encontrar uma escadaria com vinte, trinta ou até mais degraus, convidar de três a cinco crianças bem ativas e descolar um dado. Alguém fica na chefia, responsável por jogar esse dado, sempre de forma imparcial. O resultado que surgir em cada lance será o número certo de degraus que as crianças, individualmente, deverão subir, na tentativa de alcançar primeiro o topo. Por ordem e vez.
Ao final, vencerá a disputa quem obtiver um número exato no dado. Ou seja, faltando dois degraus, por exemplo, para chegar ao fim da escada, só poderá se mover com o nº. 2 no dado. Ou então, de outro modo, poderá retroceder o número excedente de casas indicadas. Valendo algum brinde.

DESFOLHANDO O “TALO” DO ABACAXI

Mistura de adivinha com brincadeira, essa ideia consiste em conferir (contar uma a uma) as folhas naturais de uma haste de abacaxi, aquela coroa espinhosa na parte superior da fruta. Vejamos as regras:
Forma-se um pequeno grupo de, pelo menos, uns cinco adolescentes “ligados”, providenciando antes alguns talos bem verdinhos e volumosos para serem desfolhados (secos eles furam muito). Em seguida, iniciam-se as “apostas”, onde cada jovem dará o seu lance que, por sua vez, ficará registrado num papel mediante o seu nome, para não haver esquecimento. Por fim, abre-se a contagem progressiva.
Em media, essas hastes possuem cerca de cinquenta a setenta folhas (dependendo do tamanho), contando até aquela última, bem pequenininha. Aquele que acerta em cheio a apuração ou se aproxima mais do resultado final, ganha a rodada e leva algum prêmio.

BRINCADEIRA DAS BEXIGAS

Atire a primeira pedra aquele que disser que nunca brincou de estourar balões de gás, utilizando para tanto, o seu próprio fôlego. É algo que provoca um relativo suspense, gerando também certa expectativa e até apreensão por parte de quem sopra a bexiga, ao vê-la prestes a arrebentar-se, provocando barulho e susto simultâneos.
Agora imaginem como isso pode ser ainda mais emocionante, em se tratando de uma competição, onde cinco ou dez crianças disputam para ver quem estoura primeiro o seu balão.
De frente para mim e ao meu sinal, os participantes procuram encher as suas bexigas o mais rápido possível com o ar de seus pulmões até que, por fim, algum deles consiga estourar primeiro. É bastante divertido.
Essa era, enfim, uma das brincadeiras que eu mais aplicava no Rio de Janeiro, distribuindo bombons com a criançada do Rio Comprido e Caju.

CUBRA 12, O QUADRADO-MÁGICO...

Cubra 12 é um jogo/brincadeira de cunho pedagógico, o qual me foi apresentado pelo professor Alexandre, meu cunhado, esposo de Viviane. É ainda uma das muitas formas de se brincar com a Matemática, podendo, inclusive, realizarem-se torneios com distribuição de brindes.
Primeiro, arranja-se uma folha de cartolina ou um papelão retangular qualquer e constrói-se uma tabela da seguinte forma:

1

2

3

456789
10

11
12


       CUBRA DOZE

1
2

3

4

56789
10

1112

Joga-se com dois participantes (entre 8 e 12 anos de idade) e com dois dados, fazendo-se uso, principalmente, da adição e da subtração.
Se, por exemplo, em um determinado arremesso os lances do dado forem, respectivamente, os números 4 e 3, somam-se, deste modo, 7 ou subtrai-se 1, ficando essa escolha a cargo do jogador, que marcará em seguida um número na tabela. Podendo-se, ainda, conforme decisão inicial, aplicar-se também a multiplicação (4 x 3 = 12), e, quando possível, utilizar a divisão, se os números forem divisíveis por dois.
No cubra 12 o importante é avançar e concluir, preferencialmente, as casas maiores, até conseguir cobrir todos os números. Até porque, de acordo com a escolha inicial do jogo, poderá existir somente uma possibilidade, nos dados, de obterem-se os resultados 11 e 12, oportunidade esta que pode não se repetir por mais de uma vez.
...
A respeito, temos também o quadrado-mágico, uma antiga resolução matemática na qual se utiliza os números de 1 a 9, sem repeti-los, de forma que fiquem dispostos no quadro e que a soma seja sempre igual a 15, tanto na horizontal, vertical ou diagonal. E a única chance oferecida para que se possa formar as sequências lógicas é a de que o número 5 deve encontrar-se, invariavelmente, no meio da figura.
      Exemplo:
?
?
?
?
5
?
?
?
?

E, por fim, o quadrado com as quatro operações matemáticas, no qual se propõe distribuir os números de 1 a 8, sem também repeti-los, de maneira que se correspondam e se encaixem de forma exata, obedecendo quanto à lógica dos sinais.
 Exemplo:              
                                  Acima, da esquerda para a direita,
                                  aplica-se a divisão. E, em sentido
?    :    ?      =    ?       horário, segue-se a multiplicação,
-                       x       adição e subtração. A distribuição
 ?                      ?       dos números não se dá de forma
=                      =       aleatória, existindo somente uma 
         ?     +    ?   =    ?       possibilidade de acomodá-los na
                   tabela. Um pequeno quebra-cabeça.
                                                                                                                                  
TAMPINHAS - RESTA UMA

       Esta é uma das brincadeiras mais recentes que já desenvolvi e, o que é melhor, sem nenhuma complicação quanto à sua forma de execução. Para tanto só é necessário arrumar algumas tampinhas de garrafa (chapinhas de metal), de acordo com o número de “apostadores” (qualquer participante que esteja à disposição). Crianças no geral adoram a ideia de brincar em grupo.
No fundo dessas tampinhas serão enumerados algarismos, um para cada participante, na mesma proporção em que deverá ser providenciada num caderno uma lista, com os nomes e números correspondentes a cada jogador. Ninguém fica de fora ao participar, agindo com total interação.
Dispostas em uma mesa com os números, obviamente, voltados para baixo, essas tampinhas deverão ainda ser traçadas de forma que, cada um dos jogadores, irá levantar uma chapinha, por ordem e vez de jogada. Após sucessivas saídas e até eventuais auto-desclassificações, ganha aquele que permanecer por último. Valendo pequenos brindes.

                                                                                      Continua...

Um comentário:

  1. Interessante... brincadeiras do passado e do presente reunidas com um único objetivo, o de levar diversão e conhecimento para as crianças. Parabéns pela iniciativa!

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