A
IMPORTÂNCIA DA PIPOCA KARINTÓ NA DIETA DO ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO
Ela
não chega a ser nenhum “manjar dos deuses” ou mesmo uma iguaria gastronômica
fina nas versões doce e salgada, embora faça parte de paladares um tanto
distintos. Tampouco se enquadra na categoria de uma refeição substancialmente
nutritiva, a ponto de saciar as necessidades básicas e protéicas de um
indivíduo.
Entretanto,
e encarando a realidade dos fatos, ainda é considerada como sendo o lanche mais
barato e que se encaixa perfeitamente no bolso da maioria dos alunos, do
fundamental ao ensino superior, contribuindo de forma positiva na mesada e no
orçamento de todos. Atire a primeira pedra o estudante que disser que, em algum
momento de sua vida, não tentou “enganar” a própria fome, devorando uma pipoca
KARINTÓ. Todavia, vale ressaltar que, independentemente da questão financeira,
isso não significa dizer que somente os menos favorecidos consomem a pipoca,
apesar de que essa prática é quase sempre a regra...
Nas
Universidades Públicas, em particular (impossível resistir a esse trocadilho)
do Estado da Paraíba - e aqui se referindo especificamente aos cursos noturnos
-, imaginemos o que seria daqueles alunos que residem nos lugares mais
afastados possíveis, se não pudessem contar com aquela já tradicional
pipoquinha de R$ 0,50 ou 0,70 (normalmente consumida acompanhada de água
torneiral). É um produto, diga-se de passagem, indispensável nas cantinas de
todas as Faculdades. Segundo informações seguras, para cada pacotinho de Pippos,
por exemplo, são vendidas, em média, vinte pipocas KARINTÓS, uma concorrência
bastante desigual.
Ao
se atingir aquele horário crítico, para ser mais exato, a partir das 21hs,
quando os estômagos de muita gente já começam a dar sinais de alerta, exigindo
alguma contribuição alimentícia, nesse momento a presença de certo saquinho de
cor amarela na classe é bastante acolhedora. É também um momento em que a
educação de todos cede um espaço considerável para a razão, pois qualquer coisa
de se comer oferecida nessa hora será aceita sem maior hesitação. Portanto, o
ideal é que o aluno procure esconder bem o saquinho, debaixo da carteira,
talvez, se quiser garantir a sobrevivência até o final da aula.
A
pipoca KARINTÓ tem um cheiro característico, inconfundível. E, apesar de alguns consumidores afirmarem já haver encontrado em
sua embalagem pontas de cigarros, fios de cabelo e até asas de baratas, ainda é
vista por muitos como um alimento limpo, higiênico, saudável (giárdia é somente
uma lenda atribuída à pipoca, nada mais que isso) e também a melhor pedida
desses últimos trinta anos, idade estipulada para o surgimento deste produto no
mercado. Tipicamente nordestina - mais precisamente pernambucana - ela já conseguiu ultrapassar barreiras,
sendo agora também apreciada em estados como Rio de Janeiro e São Paulo, fazendo
a alegria de muitos estudantes e pessoas, dos 8 aos 80 anos.
Do
ponto de vista cultural, a pipoca já se tornou um “símbolo alimentar” na
maioria dos cursos universitários, pelo menos na Paraíba, principalmente para
os adeptos de silhuetas mais magras (e agora se referindo apenas e tão somente
à questão da estética). E ninguém sabe dizer ao certo o porquê dela ainda não
haver se transformado em objeto de estudo para algum TCC, uma vez que o autor
poderia, inclusive, inspirar-se para escrevê-lo saboreando uma pipoquinha
KARINTÓ bem crocante, pra variar.
Paulo Seixas, agosto de 2011
Uma triste realidade, kkkkkkkkk
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