Em cena, as personagens principais do filme. O Jornalista Max Brackett (Dustin Hoffman) e o Segurança Sam Baily (John Travolta) |
O longa metragem MAD CITY – O QUARTO PODER (1997), do diretor
Costa Gavras, é uma produção americana do gênero Policial/Drama onde podemos
observar que os bastidores da notícia nem sempre refletem a realidade como um
todo, e podem esconder muito mais do que se supunha. Trata-se, no entanto, da
manipulação exacerbada dos fatos, das barganhas e acordos realizados por certos
profissionais e empresas oportunistas que visam, acima de tudo, a sua projeção
no cenário midiático.
A partir do momento em que a personagem Sam Baily, interpretado
pelo ator John Travolta, adentra armado em um museu de história, situado na
cidade americana de Madeline, Califórnia, para tentar reaver o seu emprego de
segurança, uma série de acontecimentos inesperados começa a desenrolar-se no
decorrer da trama. Um tiro acidental que acaba ferindo seu colega de profissão
o coloca em uma situação delicada, na qual ele se obriga a fazer algo que não
queria até o momento, como manter um grupo de crianças como reféns. É quando,
coincidentemente, entra em cena a figura de Max Brackett, interpretado pelo
ator Dustin Hoffman, um jornalista decadente que enxerga nesse fato um furo
jornalístico e ainda a possibilidade de uma rápida ascensão no meio televisivo.
Inicia-se então, uma sucessão inusitada de ocorrências, onde todos os passos de Sam e até da própria polícia são mediados por Brackett, numa suposta tentativa sua de amenizar o problema na busca por uma solução. Brackett consegue, entre outras coisas, convencer o diretor da emissora de TV, na qual ele trabalha como freelance, a entrar no ar ao vivo mostrando uma entrevista exclusiva com Sam, mesmo a contragosto de Kevin Hollander, o âncora desta emissora.
Inicia-se então, uma sucessão inusitada de ocorrências, onde todos os passos de Sam e até da própria polícia são mediados por Brackett, numa suposta tentativa sua de amenizar o problema na busca por uma solução. Brackett consegue, entre outras coisas, convencer o diretor da emissora de TV, na qual ele trabalha como freelance, a entrar no ar ao vivo mostrando uma entrevista exclusiva com Sam, mesmo a contragosto de Kevin Hollander, o âncora desta emissora.
A maneira como ele conduz a entrevista, direcionando perguntas e
respostas previamente analisadas, apresentando Sam como uma vítima em potencial
desse incidente, fica claro e evidente a manipulação dos fatos. A personagem de
Sam, por sua vez, é realmente um indivíduo carismático, ingênuo e bastante
influenciável, a porta de entrada utilizada por Brackett para assumir o
controle da situação e até comover a opinião pública, atingindo assim o
emocional do espectador, embora que tudo seja em seu próprio favor.
A situação se complica quando Cliff, o segurança baleado, morre no hospital, complicando de vez a imagem de Sam. Vendo finalmente a que ponto chegou sua situação, Sam desiste do sequestro e libera a diretora do museu e as crianças, explodindo em seguida o local num ato suicida. Brackett, que a essa altura havia deixado de lado os seus sentimentos, deixa prevalecer a sua compaixão e conclui que, através da força imposta pela mídia, acabara de tirar a vida de um ser-humano.
Como ficou demonstrado no filme, a ética no Jornalismo sempre bateu de frente com o sensacionalismo desmedido e com a falta de responsabilidade em muitos conteúdos divulgados. A construção de uma notícia, bem como a credibilidade de uma empresa do ramo da comunicação, está longe de ser considerado o espelho do real. O filme mostra, de forma pertinente, o poder da mídia em construir ou desconstruir uma imagem, ou seja, de manipular a realidade de tal forma que chega a ser inquestionável.
A situação se complica quando Cliff, o segurança baleado, morre no hospital, complicando de vez a imagem de Sam. Vendo finalmente a que ponto chegou sua situação, Sam desiste do sequestro e libera a diretora do museu e as crianças, explodindo em seguida o local num ato suicida. Brackett, que a essa altura havia deixado de lado os seus sentimentos, deixa prevalecer a sua compaixão e conclui que, através da força imposta pela mídia, acabara de tirar a vida de um ser-humano.
Como ficou demonstrado no filme, a ética no Jornalismo sempre bateu de frente com o sensacionalismo desmedido e com a falta de responsabilidade em muitos conteúdos divulgados. A construção de uma notícia, bem como a credibilidade de uma empresa do ramo da comunicação, está longe de ser considerado o espelho do real. O filme mostra, de forma pertinente, o poder da mídia em construir ou desconstruir uma imagem, ou seja, de manipular a realidade de tal forma que chega a ser inquestionável.
Filme, MAD CITY - O QUARTO PODER, 1997
Dirigido
por: Costa Gravas Paulo Seixas, novembro/2012
É a força manipuladora da imprensa mostrando o seu poder de alienação.
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