“Uma
vela está queimando hoje é
nosso aniversário. Está fazendo hoje um ano que você me disse adeus ... ♪♫♩♫♪♬ ”
MEUS AMORES
PLATÔNICOS E PAIXÕES DOENTIAS
Ao longo da minha vida eu tive algumas paixões
infelizes que me renderam histórias incríveis, nas quais eu quase sempre me saí
mal nessas relações. Entre amores platônicos, paixões mal vividas e não
correspondidas, pelo menos sete delas foram marcantes e até decisivas para mim,
onde as duas últimas fizeram-me sofrer uma barra. Buscarei falar um pouco sobre
cada uma delas, limitando-me a um parágrafo por cada.
O meu primeiro amor ou a minha primeira grande
paixão (isso eu nunca pude saber ao certo), ocorreu ainda na minha infância, com
uma menina que estudava comigo na escola do professor José Miranda, em
Queimadas/ PB. Nunca tive coragem de confessar-lhe o que sentia, por vezes
sofrendo calado e sem poder explicar o que estava acontecendo. Eu tinha sete ou
oito anos de idade quando tudo começou. Entre as minhas vagas lembranças
pueris, lembro-me apenas que a presenteei com um broche que encontrei na festa
de casamento dos meus pais (na década de 1970, isso mesmo!), entregando-o a ela
sem ao menos olhar em seu rosto. Pelo menos ela recebeu a oferta. Afastamo-nos
no segundo ano fundamental, quando troquei de escola. Eu nunca, jamais lhe
dirigi a palavra, em momento algum. E até os dias de hoje, quando a vejo pelas
ruas da cidade acompanhada do marido e de uma criança. Pelo que sei, ela se
formou em medicina e exerce a profissão. Essa paixão perdurou até o fim da
minha adolescência, pelo simples fato de eu não olhar pra qualquer garota
durante esse período.
Foi quando conheci o meu segundo amor platônico, uma
das garotas mais lindas que já estudou no colégio Maria Dulce Barbosa, vizinho
a casa onde morei até meados de 1998, em Queimadas. Mas essa foi uma paixão que
não durou muito, em relação à primeira, visto que três anos depois eu acabei me
apaixonando perdidamente por outra garota, também da mesma escola. Porém,
enquanto essa durou, foi o suficiente para me tirar o sono durante muitas
noites. A lembrança mais nítida que tenho dessa moça, àquela época, foi de
quando ela veio pro colégio, num dia de chuva, fazer Educação Física. Ela devia
ter uns 13 ou 14 anos, mais ou menos, e usava uma camiseta branca fininha,
molhada e bem transparente... uma das cenas mais lindas que eu já presenciei. O
nosso contato se limitava a um simples “Oi”. No máximo, a um sorriso da parte
dela, que se esforçava pra ser simpática comigo, uma vez que logo fizera
amizade com as minhas irmãs mais novas. Atualmente não sei por onde anda, mas
sei que é casada e tem um filho.
A minha terceira grande paixão... O ano era 1991,
eu tinha 18 anos de idade. De repente, como num passe de mágica, me vi
arrebatado por uma paixão inexplicável, doentia mesmo. E o que era pior: por
uma garota que eu simplesmente detestava. Como isso era possível? Sofri um
bocado. Primeiro, porque eu já não conseguia mais esconder o que estava sentindo,
segundo porque ela descobriu essa minha paixão, juntamente com outras amigas
(eu deixava muitas pistas, através de bilhetes e cartinhas anônimas que
escrevia). Entre outras coisas, dizia que eu não era pro seu bico. E para
completar a minha desgraça, ela começou a namorar um cara e de propósito,
sentava-se num banco de praça defronte de minha casa. Dessa maneira, só me
restavam duas alternativas: Ou eu fervia uma vasilha de água quente e jogava em
cima deles ou simplesmente, ia pra minha cama e chorava até conseguir adormecer.
Ao que parece, não resta dúvida que eu sempre ficava com a segunda opção.
A minha quarta grande paixão foi diferente, pois,
dessa vez, bem ou mal, houve correspondência. Aos 25 anos de idade, enfim, conheci
uma loirinha que me fez mudar bastante. Ela tinha apenas 15 anos. Considero-a
como a minha primeira namorada, “oficial”, desconsiderando um “romance de
férias” que tive com uma prima, um ano atrás. Por essa nova paixão eu cheguei,
até mesmo, a estudar durante algum tempo, à noite, no colégio estadual “O Ernestão”,
em Queimadas, mesmo com um certificado de 2º grau concluído. Era só um pretexto
para acompanhá-la até a escola (e poder vigiá-la melhor, certamente). Eu saía
da classe do 3º ano científico, onde havia me matriculado, e ia assistir aula
com a turma da 8ª série, onde ela estudava. O problema é que eu gostava mais dela
do que ela propriamente de mim. E, por não ter havido uma reciprocidade maior,
o nosso romance não durou mais do que três meses. Por fim, como costumava
dizer, eu a ganhei chorando e a perdi chorando, para alegria daqueles que
torciam contra esse namoro. Isso logo após ouvir de sua boca, que só namorou
comigo por pena. Ela é uma das únicas "ex" da qual continuo amigo, até hoje.
Depois disso, fui para o Rio de Janeiro, até pra
fugir da tristeza em que me encontrava. A data era agosto de 1998. Permaneci lá
por mais de dez anos, só retornando de vez à Paraíba em 2009 pra cursar uma
faculdade. Durante esse período no Rio, vivenciei alguns pequenos romances e
entre outras “alegrias”, incluindo um namoro de seis meses, além de outros
“ficas” sem importância. Mas só voltei mesmo a me apaixonar, de verdade, em
2012, quando o meu coração já estava bastante recuperado das surras anteriores.
Quanto à minha quinta paixão, a qual eu deveria
deixar apenas na lembrança, certamente foi a mais impossível de todas,
diga-se de passagem. Tratava-se, pois, de alguém que eu sabia desde o início
que era comprometida (isso ela deixou bem claro), uma paraibana linda,
maravilhosa e que conheci quase por acaso, através das redes sociais. Uma amiga
até então virtual e que eu só viria a conhecer pessoalmente no final de 2012, quando
visitara o Rio de Janeiro. Surgida de um amor platônico e depois, transformada
numa paixão não correspondida, essa foi uma relação que não devia ter passado
de uma grande amizade, embora depois de certo tempo eu já não conseguisse mais enxergá-la
apenas como amiga. Conversávamos frequentemente pelo bate papo do Facebook e
até por telefone, antes de surgir o Whatsaap. Ela gostava de ouvir os meus
conselhos e as minhas palavras de carinho, em conversas sempre respeitosas e
sinceras, nas quais falávamos sobre coisas que iam desde família, amizades em
comum e até no seu atribulado casamento. Contudo, carente de um novo amor e de
um sentimento verdadeiro, por vezes eu confundia o seu sorriso, a sua maneira
de se expressar, e acabava me exaltando além do permitido. E, quase sempre,
disfarçando através de brincadeiras sutis e elogios, eu simplesmente a flertava
e a cobria de galanteios, apesar de saber que ela era casada. Porém, eu sabia
dos meus limites e por isso mesmo, nunca perdi a sua confiança. Mesmo sabendo
dos riscos, aproveitei essa viagem ao Rio e acabei por revelar o que sentia por
ela, numa espécie de desabafo sem qualquer pretensão. E assim, como era de se
esperar, nos afastamos por um tempo, o período necessário pra eu voltar à
Paraíba e aguardar a “poeira baixar”.
Durante algum tempo, a minha única pretensão foi a
de nunca mais nessa vida sofrer por ninguém, um sacrifício inútil e que, neste
caso, podia ter sido evitado. Como eu sempre dizia, e apaixonadamente falando, ela
era apenas “um sonho bom na minha vida”, apenas isso. Infelizmente, tive que
acordar para a minha triste realidade. Somente me apaixonando novamente foi que
consegui tirá-la do coração.
Voltei a me apaixonar cegamente no decorrer de
2013, este que foi um romance correspondido, porém escondido e “dividido”,
iludido, completamente sofrido... e que merece ser esquecido. Esse parágrafo também
será mais extenso pra que eu possa detalhar um pouco do que me aconteceu nessa
sexta paixão.
Quando a conheci, ela se dizia menor de idade.
Lembro-me como se fosse hoje, naquele ônibus, em direção a Queimadas... uma aproximação
eu diria, um tanto fácil demais pro meu gosto. Uma breve troca de celulares e
logo já estávamos íntimos. O nosso primeiro encontro se deu numa lanchonete, em Campina Grande , e
depois na minha faculdade, antes da aula. Por insistência minha, passamos a nos
encontrar mais vezes, a partir de então, na minha casa, resultando em uma
completa dependência minha diante dela. Eu a tratava como uma princesa, visto
que ela se declarava uma garota virgem, alguém com quem eu não ousaria, tão logo,
tentar “avançar o sinal”. A diferença gritante de idade entre nós não chegava a
ser nenhum empecilho, apesar de eu saber que, por se tratar de um romance
escondido, ela não se incomodava em nada com esse detalhe. Segundo ela, se o
pai descobrisse, ele jamais aceitaria. O problema é que eu cometi a burrice de
me apaixonar por ela, na medida em que crescia o nosso grau de intimidades. Ao
fim, entre brigas, separações e voltas, em mais de um ano nesse conturbado romance,
acabei descobrindo várias de suas mentiras. Inclusive, que ela tinha três anos
a mais do que declarava na idade. E que ainda, pasmem, era noiva!! Eu
desempenhava inocentemente o papel de “Ricardão” em sua vidinha fútil, além de
outros casos escondidos que ela mantinha com, pelo menos, uns quatro caras. Uma
história absurda! Acabei revelando tudo, foi um verdadeiro escândalo em sua
família. Até onde eu sei, ela acabou casando-se com o noivo e eu amarguei outra
desilusão.
Não demorou muito e em setembro de 2015 passei a
conviver com outra pessoa, tão mau caráter quanto essa última. Uma versão eu
diria, mais “amadurecida”, visto que ela tinha o dobro da idade da garota
anterior. Foi a minha sétima e última grande paixão. E essa, pra dizer a verdade, me incomoda
até hoje. A mulher que se faz de humilde e que consegue enganar a todos com sua
aparência meiga e delicada, mas que não se conteve em me escorraçar duas vezes
de sua vida. Desgraçada... aqui esticarei novamente o parágrafo, descrevendo de
forma resumida essa minha derradeira paixão.
Durante o tempo em que ficou comigo ela só me usou,
me humilhou, como também me explorou (inclusive, financeiramente, onde eu repartia
o pouco que tinha) e em seguida, me descartou, me jogando fora como um objeto
que não lhe servia mais. Aliás, ela usa e abusa dos sentimentos das pessoas,
não pensa em mais ninguém, a não ser em si mesma. Por isso que nunca sai do que
é. A palavra que melhor a define é a de uma vigarista, uma mulher interesseira, não
tem outra. Infelizmente, me apaixonei por uma mulher que não existe. E, quem
sabe, eu ainda continue apaixonado por certa professorinha que me cativou desde
a primeira vez que a vi. Uma pessoa linda, cuja descrição me parecia perfeita
pra mulher que eu tanto amava. Com um jeito de menina, era alguém que gostava
da natureza, que me falava dos pássaros, das coisas simples da vida. E que,
acima de tudo, se mostrava humilde. De humildade ela não tem nada! Desse modo,
eu já não dispunha do que ela mais venera nessa vida. Dinheiro, conforto... Ela só
enxerga isso na sua frente e se desespera muito rápido ao se ver sem o mesmo, a
raiz do seu mal. Sofri... Verdade seja dita, ainda sofro as consequências dessa
minha desilusão nas noites em que vou dormir pensando nela. Diante dos
fatos, fica respondida a pergunta que ela me fizera no início da relação, sobre
o porquê de eu estar sozinho até hoje e de nunca haver me casado. É porque, durante
a minha vida inteira, eu praticamente só me envolvi com mulheres ORDINÁRIAS do seu tipo! (há exceções,
óbvio) Espero que ela reflita bem antes de iludir mais alguém com falsas
promessas, ou de humilhar outro homem como me fez. Creio que ninguém terá a
mesma paciência que eu tive...
Sendo assim, gostaria ainda de acrescentar que eu tenho a consciência plena e absoluta de que NENHUMA MULHER É OBRIGADA A MANTER UM RELACIONAMENTO QUE NÃO DESEJA MAIS! Com quem quer que seja. Nesse caso, cabe ao homem procurar entender isto. Porém, ninguém tem o direito de enganar o próximo, de agir com falsidade como ela me fez. Afastei-me de Queimadas por
tempo indeterminado, somente pra não ter que cruzar com ela pelas ruas. Também
pra não me trair e acabar indo atrás dela como o idiota que sempre fui. No
entanto, prefiro dizer que não vou lá por causa da política...
Andei
um pouco doente, doença inclusive, de cunho emocional. Com direito a falta de apetite e até princípio de depressão. Não foi por menos. Eu fui humilhado, menosprezado e tremendamente diminuído no amor que sentia por essa infeliz, situação esta que me fez sofrer bastante, mudar alguns de meus hábitos e por pouco, como já frisei, não me fazendo cair em depressão.
“
...perdi meu tempo aprendendo amar alguém que nunca soube o que é o amor. ♪♫♩♫♪♬ ”
Existe uma linha bastante tênue entre a paixão e a
desilusão, prevalecendo no fim, a razão. Pois a paixão deixa a gente cego,
surdo, mudo e até burro, na maioria dos casos. Eu mesmo que o diga! Já me
deixei levar por falsas promessas e carinhos duvidosos de pessoas insensíveis,
aproveitadoras, que usam e abusam dos sentimentos alheios. Mulheres que
desconhecem completamente o sentido do verbo amar, entre outros sentimentos
puros, enxergando no homem apenas e tão somente o seu valor $Real. E ainda
dizem que nenhum homem presta... O fato é que a gente se entrega de corpo e
alma para alguém e nunca escolhe a quem ama, como também não sabe a hora certa
de pular fora de uma relação doentia. E muito menos, conseguimos transferir o
amor que sentimos para outra pessoa que nos ama verdadeiramente, aquela que,
sem dúvida, nos traria a felicidade que tanto buscamos em um coração vazio. Quando
me aproximo de alguém, digo logo pro que venho, sem maiores rodeios. E não é
somente um rosto ou um corpo bonito que me atrai numa mulher, mas todo um
conjunto. Eu enxergo a beleza dos gestos, das atitudes, do falar...
infelizmente, essa é a maneira pela qual me permite que eu seja sempre
enganado, passado pra traz. Só gostaria de lembrar que nenhuma mulher que me
enganou, até hoje, vive melhor do que eu. Eu durmo e acordo em paz, com a
consciência tranquila de nunca haver enganado um coração fragilizado.
Enfim, posso afirmar com toda certeza que a única
paixão que nunca me traiu e que nunca me decepcionou, em momento algum na minha
vida, foi, é e sempre será a minha paixão incondicional pela obra musical de
Raul Seixas. Uma paixão antiga, de mais de 25 anos e que há muito já se
transformou em amor verdadeiro. Já ouvi muita música de Raul procurando
esquecer certas mulheres que, de alguma forma, passaram pela minha vida.
Algumas ficaram por mais tempo, outras por menos, e teve aquelas que só ficaram
na imaginação. Mas, no final de tudo, creio que nenhuma mulher, em
qualquer época, irá ocupar esse “espaço musical” no meu coração. Para sempre,
Toca Raul!!!
A verdade é que o meu coração está fechado para
balanço, por tempo indeterminado. Apaixonar-me e em seguida ter que sofrer como
um cão vadio, com certeza isso já me traumatizou um bocado. O futuro a Deus pertence.
Espero um dia encontrar a minha tão sonhada cara metade e poder desfrutar dessa
tal felicidade.
“Tem gente que machuca os
outros, tem gente que não sabe amar. Tem gente enganando a gente ... ♪♫♩♫♪♬ ”
Com
exceção da frase musical inicial (alusiva a um ano da minha última paixão),
todo o restante do texto foi escrito em dezembro/2016.
Paulo
Seixas.
Li tudo Paulo. Infelizmente a vida é assim, mais dias melhores virão amigo. Quando puder apareça.
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