domingo, 8 de outubro de 2017

MEUS AMORES PLATÔNICOS E PAIXÕES DOENTIAS

    “Uma vela está queimando hoje é nosso aniversário. Está fazendo hoje um ano que você me disse adeus ... ♪♫♩♫♪♬

MEUS AMORES PLATÔNICOS E PAIXÕES DOENTIAS

Ao longo da minha vida eu tive algumas paixões infelizes que me renderam histórias incríveis, nas quais eu quase sempre me saí mal nessas relações. Entre amores platônicos, paixões mal vividas e não correspondidas, pelo menos sete delas foram marcantes e até decisivas para mim, onde as duas últimas fizeram-me sofrer uma barra. Buscarei falar um pouco sobre cada uma delas, limitando-me a um parágrafo por cada.
O meu primeiro amor ou a minha primeira grande paixão (isso eu nunca pude saber ao certo), ocorreu ainda na minha infância, com uma menina que estudava comigo na escola do professor José Miranda, em Queimadas/ PB. Nunca tive coragem de confessar-lhe o que sentia, por vezes sofrendo calado e sem poder explicar o que estava acontecendo. Eu tinha sete ou oito anos de idade quando tudo começou. Entre as minhas vagas lembranças pueris, lembro-me apenas que a presenteei com um broche que encontrei na festa de casamento dos meus pais (na década de 1970, isso mesmo!), entregando-o a ela sem ao menos olhar em seu rosto. Pelo menos ela recebeu a oferta. Afastamo-nos no segundo ano fundamental, quando troquei de escola. Eu nunca, jamais lhe dirigi a palavra, em momento algum. E até os dias de hoje, quando a vejo pelas ruas da cidade acompanhada do marido e de uma criança. Pelo que sei, ela se formou em medicina e exerce a profissão. Essa paixão perdurou até o fim da minha adolescência, pelo simples fato de eu não olhar pra qualquer garota durante esse período.
Foi quando conheci o meu segundo amor platônico, uma das garotas mais lindas que já estudou no colégio Maria Dulce Barbosa, vizinho a casa onde morei até meados de 1998, em Queimadas. Mas essa foi uma paixão que não durou muito, em relação à primeira, visto que três anos depois eu acabei me apaixonando perdidamente por outra garota, também da mesma escola. Porém, enquanto essa durou, foi o suficiente para me tirar o sono durante muitas noites. A lembrança mais nítida que tenho dessa moça, àquela época, foi de quando ela veio pro colégio, num dia de chuva, fazer Educação Física. Ela devia ter uns 13 ou 14 anos, mais ou menos, e usava uma camiseta branca fininha, molhada e bem transparente... uma das cenas mais lindas que eu já presenciei. O nosso contato se limitava a um simples “Oi”. No máximo, a um sorriso da parte dela, que se esforçava pra ser simpática comigo, uma vez que logo fizera amizade com as minhas irmãs mais novas. Atualmente não sei por onde anda, mas sei que é casada e tem um filho.
A minha terceira grande paixão... O ano era 1991, eu tinha 18 anos de idade. De repente, como num passe de mágica, me vi arrebatado por uma paixão inexplicável, doentia mesmo. E o que era pior: por uma garota que eu simplesmente detestava. Como isso era possível? Sofri um bocado. Primeiro, porque eu já não conseguia mais esconder o que estava sentindo, segundo porque ela descobriu essa minha paixão, juntamente com outras amigas (eu deixava muitas pistas, através de bilhetes e cartinhas anônimas que escrevia). Entre outras coisas, dizia que eu não era pro seu bico. E para completar a minha desgraça, ela começou a namorar um cara e de propósito, sentava-se num banco de praça defronte de minha casa. Dessa maneira, só me restavam duas alternativas: Ou eu fervia uma vasilha de água quente e jogava em cima deles ou simplesmente, ia pra minha cama e chorava até conseguir adormecer. Ao que parece, não resta dúvida que eu sempre ficava com a segunda opção.
A minha quarta grande paixão foi diferente, pois, dessa vez, bem ou mal, houve correspondência. Aos 25 anos de idade, enfim, conheci uma loirinha que me fez mudar bastante. Ela tinha apenas 15 anos. Considero-a como a minha primeira namorada, “oficial”, desconsiderando um “romance de férias” que tive com uma prima, um ano atrás. Por essa nova paixão eu cheguei, até mesmo, a estudar durante algum tempo, à noite, no colégio estadual “O Ernestão”, em Queimadas, mesmo com um certificado de 2º grau concluído. Era só um pretexto para acompanhá-la até a escola (e poder vigiá-la melhor, certamente). Eu saía da classe do 3º ano científico, onde havia me matriculado, e ia assistir aula com a turma da 8ª série, onde ela estudava. O problema é que eu gostava mais dela do que ela propriamente de mim. E, por não ter havido uma reciprocidade maior, o nosso romance não durou mais do que três meses. Por fim, como costumava dizer, eu a ganhei chorando e a perdi chorando, para alegria daqueles que torciam contra esse namoro. Isso logo após ouvir de sua boca, que só namorou comigo por pena. Ela é uma das únicas "ex" da qual continuo amigo, até hoje.

Depois disso, fui para o Rio de Janeiro, até pra fugir da tristeza em que me encontrava. A data era agosto de 1998. Permaneci lá por mais de dez anos, só retornando de vez à Paraíba em 2009 pra cursar uma faculdade. Durante esse período no Rio, vivenciei alguns pequenos romances e entre outras “alegrias”, incluindo um namoro de seis meses, além de outros “ficas” sem importância. Mas só voltei mesmo a me apaixonar, de verdade, em 2012, quando o meu coração já estava bastante recuperado das surras anteriores.
Quanto à minha quinta paixão, a qual eu deveria deixar apenas na lembrança, certamente foi a mais impossível de todas, diga-se de passagem. Tratava-se, pois, de alguém que eu sabia desde o início que era comprometida (isso ela deixou bem claro), uma paraibana linda, maravilhosa e que conheci quase por acaso, através das redes sociais. Uma amiga até então virtual e que eu só viria a conhecer pessoalmente no final de 2012, quando visitara o Rio de Janeiro. Surgida de um amor platônico e depois, transformada numa paixão não correspondida, essa foi uma relação que não devia ter passado de uma grande amizade, embora depois de certo tempo eu já não conseguisse mais enxergá-la apenas como amiga. Conversávamos frequentemente pelo bate papo do Facebook e até por telefone, antes de surgir o Whatsaap. Ela gostava de ouvir os meus conselhos e as minhas palavras de carinho, em conversas sempre respeitosas e sinceras, nas quais falávamos sobre coisas que iam desde família, amizades em comum e até no seu atribulado casamento. Contudo, carente de um novo amor e de um sentimento verdadeiro, por vezes eu confundia o seu sorriso, a sua maneira de se expressar, e acabava me exaltando além do permitido. E, quase sempre, disfarçando através de brincadeiras sutis e elogios, eu simplesmente a flertava e a cobria de galanteios, apesar de saber que ela era casada. Porém, eu sabia dos meus limites e por isso mesmo, nunca perdi a sua confiança. Mesmo sabendo dos riscos, aproveitei essa viagem ao Rio e acabei por revelar o que sentia por ela, numa espécie de desabafo sem qualquer pretensão. E assim, como era de se esperar, nos afastamos por um tempo, o período necessário pra eu voltar à Paraíba e aguardar a “poeira baixar”.

Durante algum tempo, a minha única pretensão foi a de nunca mais nessa vida sofrer por ninguém, um sacrifício inútil e que, neste caso, podia ter sido evitado. Como eu sempre dizia, e apaixonadamente falando, ela era apenas “um sonho bom na minha vida”, apenas isso. Infelizmente, tive que acordar para a minha triste realidade. Somente me apaixonando novamente foi que consegui tirá-la do coração.
Voltei a me apaixonar cegamente no decorrer de 2013, este que foi um romance correspondido, porém escondido e “dividido”, iludido, completamente sofrido... e que merece ser esquecido. Esse parágrafo também será mais extenso pra que eu possa detalhar um pouco do que me aconteceu nessa sexta paixão. 
Quando a conheci, ela se dizia menor de idade. Lembro-me como se fosse hoje, naquele ônibus, em direção a Queimadas... uma aproximação eu diria, um tanto fácil demais pro meu gosto. Uma breve troca de celulares e logo já estávamos íntimos. O nosso primeiro encontro se deu numa lanchonete, em Campina Grande, e depois na minha faculdade, antes da aula. Por insistência minha, passamos a nos encontrar mais vezes, a partir de então, na minha casa, resultando em uma completa dependência minha diante dela. Eu a tratava como uma princesa, visto que ela se declarava uma garota virgem, alguém com quem eu não ousaria, tão logo, tentar “avançar o sinal”. A diferença gritante de idade entre nós não chegava a ser nenhum empecilho, apesar de eu saber que, por se tratar de um romance escondido, ela não se incomodava em nada com esse detalhe. Segundo ela, se o pai descobrisse, ele jamais aceitaria. O problema é que eu cometi a burrice de me apaixonar por ela, na medida em que crescia o nosso grau de intimidades. Ao fim, entre brigas, separações e voltas, em mais de um ano nesse conturbado romance, acabei descobrindo várias de suas mentiras. Inclusive, que ela tinha três anos a mais do que declarava na idade. E que ainda, pasmem, era noiva!! Eu desempenhava inocentemente o papel de “Ricardão” em sua vidinha fútil, além de outros casos escondidos que ela mantinha com, pelo menos, uns quatro caras. Uma história absurda! Acabei revelando tudo, foi um verdadeiro escândalo em sua família. Até onde eu sei, ela acabou casando-se com o noivo e eu amarguei outra desilusão.

Não demorou muito e em setembro de 2015 passei a conviver com outra pessoa, tão mau caráter quanto essa última. Uma versão eu diria, mais “amadurecida”, visto que ela tinha o dobro da idade da garota anterior. Foi a minha sétima e última grande paixão. E essa, pra dizer a verdade, me incomoda até hoje. A mulher que se faz de humilde e que consegue enganar a todos com sua aparência meiga e delicada, mas que não se conteve em me escorraçar duas vezes de sua vida. Desgraçada... aqui esticarei novamente o parágrafo, descrevendo de forma resumida essa minha derradeira paixão.
Durante o tempo em que ficou comigo ela só me usou, me humilhou, como também me explorou (inclusive, financeiramente, onde eu repartia o pouco que tinha) e em seguida, me descartou, me jogando fora como um objeto que não lhe servia mais. Aliás, ela usa e abusa dos sentimentos das pessoas, não pensa em mais ninguém, a não ser em si mesma. Por isso que nunca sai do que é. A palavra que melhor a define é a de uma vigarista, uma mulher interesseira, não tem outra. Infelizmente, me apaixonei por uma mulher que não existe. E, quem sabe, eu ainda continue apaixonado por certa professorinha que me cativou desde a primeira vez que a vi. Uma pessoa linda, cuja descrição me parecia perfeita pra mulher que eu tanto amava. Com um jeito de menina, era alguém que gostava da natureza, que me falava dos pássaros, das coisas simples da vida. E que, acima de tudo, se mostrava humilde. De humildade ela não tem nada! Desse modo, eu já não dispunha do que ela mais venera nessa vida. Dinheiro, conforto... Ela só enxerga isso na sua frente e se desespera muito rápido ao se ver sem o mesmo, a raiz do seu mal. Sofri... Verdade seja dita, ainda sofro as consequências dessa minha desilusão nas noites em que vou dormir pensando nela. Diante dos fatos, fica respondida a pergunta que ela me fizera no início da relação, sobre o porquê de eu estar sozinho até hoje e de nunca haver me casado. É porque, durante a minha vida inteira, eu praticamente só me envolvi com mulheres ORDINÁRIAS do seu tipo! (há exceções, óbvio) Espero que ela reflita bem antes de iludir mais alguém com falsas promessas, ou de humilhar outro homem como me fez. Creio que ninguém terá a mesma paciência que eu tive...

      Sendo assim, gostaria ainda de acrescentar que eu tenho a consciência plena e absoluta de que NENHUMA MULHER É OBRIGADA A MANTER UM RELACIONAMENTO QUE NÃO DESEJA MAIS! Com quem quer que seja. Nesse caso, cabe ao homem procurar entender isto. Porém, ninguém tem o direito de enganar o próximo, de agir com falsidade como ela me fez. Afastei-me de Queimadas por tempo indeterminado, somente pra não ter que cruzar com ela pelas ruas. Também pra não me trair e acabar indo atrás dela como o idiota que sempre fui. No entanto, prefiro dizer que não vou lá por causa da política...
     Andei um pouco doente, doença inclusive, de cunho emocional. Com direito a falta de apetite e até princípio de depressão. Não foi por menos. Eu fui humilhado, menosprezado e tremendamente diminuído no amor que sentia por essa infeliz, situação esta que me fez sofrer bastante, mudar alguns de meus hábitos e por pouco, como já frisei, não me fazendo cair em depressão.
...perdi meu tempo aprendendo amar alguém que nunca soube o que é o amor. ♪♫♩♫♪♬

Existe uma linha bastante tênue entre a paixão e a desilusão, prevalecendo no fim, a razão. Pois a paixão deixa a gente cego, surdo, mudo e até burro, na maioria dos casos. Eu mesmo que o diga! Já me deixei levar por falsas promessas e carinhos duvidosos de pessoas insensíveis, aproveitadoras, que usam e abusam dos sentimentos alheios. Mulheres que desconhecem completamente o sentido do verbo amar, entre outros sentimentos puros, enxergando no homem apenas e tão somente o seu valor $Real. E ainda dizem que nenhum homem presta... O fato é que a gente se entrega de corpo e alma para alguém e nunca escolhe a quem ama, como também não sabe a hora certa de pular fora de uma relação doentia. E muito menos, conseguimos transferir o amor que sentimos para outra pessoa que nos ama verdadeiramente, aquela que, sem dúvida, nos traria a felicidade que tanto buscamos em um coração vazio. Quando me aproximo de alguém, digo logo pro que venho, sem maiores rodeios. E não é somente um rosto ou um corpo bonito que me atrai numa mulher, mas todo um conjunto. Eu enxergo a beleza dos gestos, das atitudes, do falar... infelizmente, essa é a maneira pela qual me permite que eu seja sempre enganado, passado pra traz. Só gostaria de lembrar que nenhuma mulher que me enganou, até hoje, vive melhor do que eu. Eu durmo e acordo em paz, com a consciência tranquila de nunca haver enganado um coração fragilizado.
Enfim, posso afirmar com toda certeza que a única paixão que nunca me traiu e que nunca me decepcionou, em momento algum na minha vida, foi, é e sempre será a minha paixão incondicional pela obra musical de Raul Seixas. Uma paixão antiga, de mais de 25 anos e que há muito já se transformou em amor verdadeiro. Já ouvi muita música de Raul procurando esquecer certas mulheres que, de alguma forma, passaram pela minha vida. Algumas ficaram por mais tempo, outras por menos, e teve aquelas que só ficaram na imaginação. Mas, no final de tudo, creio que nenhuma mulher, em qualquer época, irá ocupar esse “espaço musical” no meu coração. Para sempre, Toca Raul!!!
A verdade é que o meu coração está fechado para balanço, por tempo indeterminado. Apaixonar-me e em seguida ter que sofrer como um cão vadio, com certeza isso já me traumatizou um bocado. O futuro a Deus pertence. Espero um dia encontrar a minha tão sonhada cara metade e poder desfrutar dessa tal felicidade.                    

     “Tem gente que machuca os outros, tem gente que não sabe amar. Tem gente enganando a gente ... ♪♫♩♫♪♬


Com exceção da frase musical inicial (alusiva a um ano da minha última paixão), todo o restante do texto foi escrito em dezembro/2016.

                                                  Paulo Seixas.

Um comentário:

  1. Li tudo Paulo. Infelizmente a vida é assim, mais dias melhores virão amigo. Quando puder apareça.

    ResponderExcluir